Resenha

RESENHA CRÍTICA

FGV EDITORA. Ana Paula Paes De Paula. Por uma nova gestão pública. Capitulo I: A edificação da nova administração pública. Capitulo II: A contribuição do movimento reinventando o governo.

O livro “Por uma nova gestão pública” de Ana Paula Paes de Paula no capítulo I, A edificação da nova administração pública — enfatiza as origens dos modelos de reforma e gestão do Estado e as teorias que mantém a nova administração pública. No capitulo II, A contribuição do movimento reinventando o governo aborda sobre a contribuição do movimento para fortalecer a nova administração pública.

A obra foi lançada em 2008 possui 204 páginas, dividida em capítulos onde os capítulos I e II juntos possuem 37 páginas, formados por 25 seções que tratam da nova administração pública.

No capítulo I, “A edificação da nova administração pública”, analisa as bases teóricas que serviram como alicerce para a construção da nova administração pública que são: O pensamento neoliberal, onde a origem desse pensamento aborda a teoria da escola austríaca que durante a década de 1930 teve como assistente de Ludwig Von Mises o Friedrich August Von Hayek que propôs a economia de livre-mercado para restaurar os regimes democráticos e a liberdade, a escola de Chicago constituída por Milton Friedman que partilha das mesmas idéias que a escola austríaca, se distinguindo por originar o monetarismo controlando o sistema monetário para impedir a inflação, na Mont Pelerin Society três centros de pensamentos se destacaram: London School of Economics, a escola austríaca e a escola de Chicago para questionar no âmbito da administração pública a utilização dos pensamentos neoliberais; na Teoria da escolha pública, que realizavam análises que manteriam a crítica da burocracia do Estado e se caracterizando pela utilização de princípios econômicos em âmbitos políticos, a escola de Virgínia, com o seu principal teórico James Buchanan, onde parte de um segmento de que a economia e a política de um país são indivisiveis, a Agency theory que guarda a ação governamental por meio de fiscalização, regulação e controle que assegure clareza e partilha da informação.

Os thinks tanks são instituições dedicadas a produzir e difundir conhecimentos e estratégias sobre assuntos vitais sejam eles políticos, econômicos ou científicos e dos movimentos neoconservadores no Reino Unido, onde surgiu o pensamento neoliberal com a utilização da teoria da escola austríaca no regime de Margaret Thatcher, e nos Estados Unidos, sendo o primeiro país a utilizar o pensamento adotado no Reino Unido, também utilizada a teória proposta pela escola de Chicago que se iniciou com Jimmy Carter em seguida por Ronald Reagan com a inserção do monetarismo.

No texto foram abordados os dois fenômenos que contribuíram na consolidação de tais movimentos: a crise do fordismo e da socialdemocracia e a renascença do empreendedorismo de inspiração vitoriana, averiguou as características do modelo britânico que foi o alicerce deste modelo de gestão e seu lançamento em países de influência britânica, frisando sua implantação na Austrália e da Nova Zelândia.

Já no capitulo II, “A contribuição do movimento ‘reinventando o governo’”, analisa o movimento gerencialista, as críticas as organizações burocráticas, a divulgação da cultura do management e os modismos gerenciais, a administração da Qualidade Total relacionada com o modelo japonês de produção e sobre Reengenharia, uma reestruturação radial nos processos empresariais para alcançar melhorias em seus indicadores de desempenho como custos, qualidade, atendimento e velocidade chamado toyotismo. Vale ressaltar que o movimento “reinventando o governo”, ocorrido nos Estados Unidos, destaca a alienação dos atributos do movimento gerencialista e da cultura do management do setor privado, adequando-as para o setor público.

De um modo geral o texto ressalva a burocracia e a corrupção que corrompem a gestão pública, um estudo que mostra uma analise do modelo de gestão atual e seus antecedentes, as origens e contribuições