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Por:   •  10/2/2014  •  1.446 Palavras (6 Páginas)  •  945 Visualizações

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Aula-tema 06: Construindo a compreensão: durante a leitura

Na aula-tema 06 continuaremos o estudo sobre o ensino de estratégias de compreensão leitora, com o foco nas atividades durante a leitura, momento que se concentra a maior parte do esforço do leitor e da atividade compreensiva.

A leitura é um constante processo de elaborar e checar hipóteses que conduzem o leitor à construção da compreensão do texto. Durante a leitura levantamos diversas hipóteses e previsões que precisam ser compatíveis com o texto ou então ser trocadas por outras. Quando o leitor encontra as hipóteses que levantou, a informação do texto se integra aos conhecimentos que já possui e é nesse momento que a compreensão acontece.

Os leitores experientes não apenas reconhecem quando compreendem um texto como sabem quando não compreendem, ou seja, realizam algumas ações que podem preencher esta lacuna de compreensão, que é a atividade metacognitiva. Essa regulação é imprescindível, porque, mesmo inconscientemente, enquanto realizamos uma leitura fazemos perguntas, ficamos atentos frente a possíveis desajustes ou incoerências do texto, levantamos hipóteses, estabelecemos previsões e antecipações, resumimos, recapitulamos a informação. Todo esse processo ocorre de forma constante, mas pode também não ocorrer. É quando não se aprendeu a ler de forma adequada, quando a leitura não se presta a nenhuma função, é quando a leitura não é leitura, quando não atende a nenhum objetivo.

O processo de leitura precisa assegurar que o leitor compreenda os diversos e diferenciados tipos de textos que se propõe a ler. Além de ser um processo interno, também pode ser ensinado. A condição essencial para que um aluno possa aprender a ler e compreender é fundamentalmente que possua um modelo. O aluno precisa presenciar seu professor lendo e compreender os mecanismos que o professor se vale para interagir e entender o texto. Esses mecanismos são: as perguntas que faz frente a determinado texto, as expectativas que possui, as perguntas que elabora, como determina o que é fundamental ou não dentro do texto lido etc. É a grande oportunidade do aluno ver as estratégias em funcionamento, em ação, inseridas numa situação real e significativa.

Leitura é um procedimento, assim, não basta que o aluno somente assista ao modelo do professor na construção das previsões, verificações etc. O aluno precisa exercitar o domínio desses procedimentos com contínuo aprimoramento, ou seja, é necessário que ele tenha chances de formular suas hipóteses e verificá-las, selecionar indicadores, elaborar suas próprias interpretações com a clareza de que todos esses recursos são necessários para se atingir os objetivos, que são os objetivos da leitura. São momentos de leitura compartilhada.

Neste contexto não se coloca uma questão linear e temporal. É incorreto afirmar que o aluno assiste e acompanha o trabalho de seu professor frente a um texto, depois ele próprio realiza as ações através da leitura compartilhada e, consequentemente, se transforma em um leitor que usa autonomamente as estratégias de leitura. Seguir para a etapa de tarefas de leitura compartilhada não significa que o professor não precise mais atuar como modelo. Essas etapas ocorrem em diferentes situações de leitura, nas quais os alunos sempre podem aprender a ler melhor com intervenções pontuais feitas pelo professor. As tarefas de leitura compartilhada constituem a melhor forma para os alunos compreenderem e utilizarem as estratégias para chegar à compreensão de um texto. São a forma mais poderosa - e estão ao alcance do professor - para intervir diretamente nas necessidades dos alunos, ajudando-os a ler com autonomia e independência.

Em atividades de leitura compartilhada as principais estratégias responsáveis pela compreensão da leitura que podem ser promovidas e incentivadas pelo professor são as seguintes:

Formular hipóteses sobre o texto que será lido;

Elaborar questões sobre o que foi lido;

Esclarecer dúvidas sobre o texto e resumir as ideias do texto.

Essas atividades promovem a compreensão do leitor a partir de previsões coerentes sobre o que lê e realiza a verificação constante dessas previsões em um processo ativo de controle da compreensão. Essas estratégias podem formar o leitor ativo, ou seja, aquele que constrói a interpretação do texto conforme a leitura é realizada.

Os alunos precisam estar envolvidos num constante processo de utilização e compreensão das estratégias e, nas atividades de leitura compartilhada, tem grandes possibilidades de conquistar progressivamente a responsabilidade e o controle do processo. O professor deve sempre se empenhar no constante trabalho para que seus alunos se apropriem e interiorizem as estratégias, deixando pouco a pouco de serem aprendizes e passando a dominar com autonomia e independência os conteúdos agora aprendidos.

O professor e os alunos devem ler um texto ou parte dele em silêncio ou em voz alta. Depois da leitura o professor conduz os alunos por meio das quatro estratégias básicas:

1. O professor faz um resumo do que foi lido e checa se os alunos concordam ou não.

2. Pede explicações sobre eventuais dúvidas sobre o texto.

3. Formula perguntas, de forma que, para dar a resposta, a leitura é essencial.

4. Estabelece previsões sobre o que ainda não foi lido.

Em seguida, reinicia-se o ciclo: ler, resumir (recapitular), solicitar esclarecimentos (comprovar se o texto foi compreendido), prever (estabelecer hipóteses razoáveis sobre o que será encontrado no texto). É recomendado a

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