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Resenha CORAÇÃO DAS TREVAS

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Por:   •  25/9/2013  •  1.498 Palavras (6 Páginas)  •  507 Visualizações

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O homem em sua essência, tem o instinto de explorar novas terras, buscar o desconhecido, conhecer o meio ambiente onde vive, de maneira completa. Não se trata apenas de trazer as informações, dos lugares antes nunca visitados por determinada sociedade, que auto julgam-se, o epicentro cultural da Terra. É uma questão de procurar os recursos e os meios necessários para enriquecer e desenvolver-se.

O colonialismo, era considerado pelos europeus, como a forma de levar aos “selvagens”, assim vistos por eles, sua cultura, sua língua, sua postura diante do mundo. Porém, há uma diferença gigantesca entre transmitir conhecimento, propagando uma cultura distinta daquela vivida por aquele povo, e explora-los, por uso de força, opulência e poder. E é exatamente este conceito, que Joseph Conrad procura expor na sua grande obra CORAÇÃO DAS TREVAS.

A obra se inicia, com um narrador apresentando o cenário onde está a embarcação e os tripulantes, dentre eles o inglês Charlie Marlow.

Conrad neste momento, descreve a paisagem com um rigor impressionante, narra minuciosamente cada elemento que compõem a natureza, notamos logo no inicio do livro, que é fundamental mostrar ao leitor, aquele ambiente sem a perda de qualquer detalhe.

(É relevante frisar que, a Bélgica, era o colonizador no século XIX do Congo, e lucrou consideravelmente nesta época. O rei belga Leopoldo II, um verdadeiro tirano, ficou conhecido por ser o mandante de práticas perversas na colônia africana, tendo como consequência principal, a escravização do povo.)

Marlow prepara-se para sua viagem ,neste momento já capitão de uma pequena embarcação de uma companhia belga, devido a influência de uma tia, que tinha contato com um dos administradores, responsável pelas explorações. Ele vai a um médico da região, que era um tipo muito subjetivo, por assim dizer, um doutor, com vestes sacerdotais e atitudes que intrigaram o capitão. O médico tira as medidas do seu crâneo, alegando que este procedimento era comum, para todos aqueles que se dirigiam até o continente Africano, com a intenção de desbrava-lo, Charlie o indaga, porquê de tal ação, sendo que o crâneo do explorador, não retornaria com medidas diferentes, isso seria biologicamente impossível, neste momento o médico com certo tom de ironia, diz ao capitão, que não eram as medias do crâneo que voltavam diferentes, mas sim aquilo que estava dentro dele. Denota-se neste momento do livro, que os pensamentos dos europeus, após passar determinado período na África, seria totalmente transformado, devido aquela vivencia na selva, pelo menos de alguns deles.

Para o infortúnio de Marlow, ele descobre que outro comandante, havia subido o rio do Congo, dois dias antes, e havia danificado sua embarcação, o conserto duraria alguns meses.

Neste espaço de tempo, o capitão já visualiza com clareza, a forma real que os africanos eram tratados por seus colonizadores, a opressão imposta, era o argumento fundamental para eles se manterem debaixo das ordens daqueles homens brancos, que tinham como característica, o etnocentrismo dentro de si, viam os habitantes daquela selva, como continuidade do ambiente, não os diferenciavam, os tratavam como verdadeiros animais de carga.

A expedição se inicia, uma viagem longa pelo do rio do Congo, com o objetivo de localizar o chefe de um posto de exploração, que havia tempos que não voltava para a “civilização”, o senhor Kurtz. Mas ele não era mais um simples chefe de posto, alienado pelo seus ideais materialistas, Kurtz, era considerado um ser humano brilhante, ótimo comandante e comerciante de marfim.

Eram previstas certas dificuldades durante o trajeto, o clima, a precariedade das condições da embarcação, a escassez de comida e água. Mas tudo intensificou-se ainda mais , quando Marlow, localiza exatamente onde está Kurtz. O medo e espanto ficam evidentes, o mundo misterioso daquele continente, uma sensação obscura, parece que a cada instante, a auto contestação se reafirmava dentro dele. Ele avistou homes e mulheres dançando na margem do rio, uma música que não era costumeira dos ouvidos ocidentais, movimentos bruscos e diferentes, de qualquer coisa que já poderia ter presenciado. Mas mesmo após todo o choque, que era nítido, diante dos olhos, toda a perversidade e indiferença que se era aplicado aos africanos, ainda corria dentro dele, o pré-conceito do europeu, a tendência dominadora e arrogante, portanto, julgou aqueles pobres “selvagens” como se tivessem praticando algo de ruim, que não lhe agradava, surpreendia, mas negativamente.

Mas a concepção de Marlow, sobre as explorações na África, e o abuso que até então era visto como normal, iria se concretizar em suas veias, após o encontro com Kurtz, digo concretizar, pois desde sua chegada, isso já ocorria.

Ele notava a mediocridade dos demais chefes dos postos, como era possível manter-se despreocupados com o que ali acontecia, e pior, como a ausência de sentimentos era comum, eles realmente imaginavam que os seres presentes , em outrora foram plantados ali, e apenas aguardavam a dominação e escravização, do ocidental evoluído. Mas Kurtz já despertava a curiosidade de Charlie, e conhece-lo completaria a mudança que ocorria em sua vida.

Charlie é levado por um “seguidor” de Kurtz, para finalmente entender o porquê do seu regresso, não ter acontecido. Quando o encontra, ocorre a surpresa. Aquele era mesmo, o

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