Resenha Crítica Augusto Comte e o “Positivismo” Redescobertos
Por: Juliana Bernardes • 8/5/2022 • Projeto de pesquisa • 884 Palavras (4 Páginas) • 167 Visualizações
FACULDADE UNYLEYA |
Resenha crítica |
Augusto Comte e o “positivismo” redescobertos |
Juliana Costa Bernardes |
23/04/2022 |
Resenha crítica apresentada na disciplina Ensino e pesquisa da tutora Fernanda Beatriz Ferreira de Macedo com pontuação máxima de 10 pontos. |
Resenha crítica do artigo “Augusto Comte e o “positivismo” redescoberto”:
LACERDA, Gustavo Biscaia de. Augusto Comte e o "positivismo" redescobertos. Revista de Sociologia e Política [online]. 2009, v. 17, n. 34, pp. 319-343. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0104-44782009000300021>.
Apresenta-se uma resenha crítica a partir da leitura do artigo de Gustavo Biscaia de Lacerda, Augusto Comte e o positivismo redescobertos. Lacerda, doutor em sociologia nos convida a revisitar a obra de Augusto Comte propondo uma discussão crítica a partir de Giddens sobre as contribuições do positivismo comteano para a reflexão social e da contemporaneidade política. Traz também uma discussão sobre as variações de significado da palavra “positivismo” e a variações teóricas surgidas posteriormente.
O ponto de origem do debate em que é apresentada a imprecisão dos conceitos do positivismo e suas variações (“positivismos”) nas ciências encontra-se na introdução do artigo. O caráter negativo do positivismo e relação de Comte com os “positivismos” e abordagem de Comte nas ciências sociais pelas críticas de Giddens são os pontos principais do artigo apresentado.
No exame de Comte através das obras Giddens, Lacerda tenta recuperar as formas como era abordada o pensamento comteano nas Ciências Sociais. Esse exame foi dividido em partes (subitens) para facilitar a compreensão e a avaliação do pensamento de Comte como afirma o autor e representa (grifo nosso), um método positivista da compreensão dos fatos. Lacerda apresenta todas as críticas para o termo positivismo idealizado por Comte, na visão de Giddens em “Comte como promotor da tecnologia social não-reflexiva, “A retórica da loucura” e em “Filosofia das Ciências”. Aponta como Comte trouxe um paradigma não-reflexivo da sociedade e afirma que várias correntes críticas demonstram essa perspectiva, como o marxismo, o pós-modernismo e a sociologia compreensiva. Giddens torna-se, então, o maior rival do pensamento comteano apresentando críticas intensas e tornando o positivismo comteano combatido ao longo da história do pensamento social e construindo um paradigma antipositivista das ciências.
No sentindo de elucidar que há inúmeras formas de positivismo que não estão relacionadas à Comte, Lacerda apresenta os 12 pontos de Peter Halfpenny. Também chama atenção que na Filosofia das ciências e na Sociologia não é teoricamente “correto” relacionar o nome de Comte ao positivismo. Ele cita alguns erros metodológicos relacionados a esse uso, como por exemplo, relacionar Comte as ideias do Círculo de Viena. Então, para Lacerda as argumentações de Giddens são frágeis e enviesadas por tratar as obras de Comte de modo superficial, tornando-o apenas um mero cientificista e tecnocrático.
Lacerda apresenta obras de autores franceses e de um brasileiro para traçar, compreender e recuperar a importância contemporânea do pensamento de Comte. São eles Juliette Grange, Laurenti Fédi e Sérgio Tiski que abordam os elementos do positivismo sem incorrer nos diversos problemas teóricos e metodológicos de Giddens e de outros autores apresentados no texto analisado. Esses autores discorrem sobre temais atuais como ecologia, empirismo, economicismo, religião, historicismo, separação entre Estado e religião, entre outros, e apontam que o positivismo apresenta elementos para todas essas questões atuais, deixando de lado o rótulo do senso comum acadêmico contemporâneo de “positivista”.
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