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Resenha Escola E Democracia

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Por:   •  21/1/2015  •  1.437 Palavras (6 Páginas)  •  1.603 Visualizações

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Resenha do Livro:

SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia. Edição Comemorativa. Campinas: Autores

Associados, 2008. 112p (Coleção Educação Contemporânea).

Resenha de:

Janaina Cassiano Silva1

O livro Escola e Democracia é escrito em quatro capítulos, o mesmo contem um apêndice e um anexo. Na referida obra, Saviani descreve sucintamente sobre as diferentes tendências pedagógicas, a articulação entre o trabalho desenvolvido nas escolas com o processo de democratização da sociedade brasileira. O autor inicia o trabalho falando sobre a marginalidade e sua relação com a escola e as tendências pedagógicas.

No primeiro capítulo, “As teorias da educação e o problema da marginalidade”. Saviane descreve sobre a marginalidade, classifica as teorias educacionais em dois grupos e ressalta que ambos tentam explicar a marginalidade fazendo um paralelo entre educação e sociedade. O primeiro grupo nomeado por Saviani de “Teorias não-críticas”, é composto pela Pedagogia Tradicional, a Pedagogia Nova e a Pedagogia Tecnicista ambas entendem a educação como instrumento de equalização social, portanto, de superação da marginalidade. Já o segundo grupo, é denominado como “Teorias Crítico-Reprodutivistas” este por sua vez retrata a Teoria do Sistema de Ensino como Violência Simbólica, a Teoria da Escola como Aparelho Ideológico do Estado e a Teoria da escola Dualista, compreendem a educação como instrumento de discriminação social, ou seja, fator de marginalização. O autor considera o segundo grupo como teorias críticas, pois este busca entender a educaç

O capítulo dois “Escola e democracia I: a Teoria da Curvatura da Vara”, Saviani

enfatiza a questão da problemática do ensino desenvolvido no interior da escola de

primeiro grau, pensando nas funções políticas desse ensino. Para tal, o autor apresenta três

teses políticas. A primeira, por seu caráter geral é considerada filosófica-histórica: “do

caráter revolucionário da pedagogia da essência e do caráter reacionário da pedagogia da

existência”. A segunda é pedagógico-metodológica: “do caráter científico do método

tradicional e do caráter pseudo-científico dos métodos novos”. Essas duas teses permitem a

elaboração da terceira, que seria, portanto, uma conclusão, sendo esta entendida como

política-educacional: “quando mais se falou em democracia no interior da escola, menos

democrática foi a escola; e de como, quando menos se falou em democracia, mais a escola

esteve articulada com a construção de uma ordem democrática”. Desta forma, o objetivo

deste capítulo é contestar crenças escolanovistas que se tornaram hegemônicas para muitos

educadores. Revista HISTEDBR On-line Resenha

Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.39, p. 362-365, set.2010 - ISSN: 1676-2584 364

Saviani discorre acerca destas três teses e trabalha as conseqüências destas para a

educação brasileira, a partir de dois momentos, um em torno da década de 1930, por ser

nesse período em que o Movimento da Escola Nova tomou força no Brasil. Outro na

década de 1970, mais precisamente referindo-se à reforma do ensino instituída pela Lei

5692 “[...] para verificar como ela se enquadra nesse esquema mais amplo da compreensão

e como ela interferiu no interior da escola do ponto de vista político, determinando que,

interiormente, as escolas cumprissem certas funções políticas” (p.41).

O autor refere-se à Teoria da Curvatura da Vara (apêndice deste segundo capítulo),

enunciada por Lênin quando criticado por assumir posturas extremistas e radicais. Lênin

destaca que quando a vara está torta ela fica curvada para um lado e caso queira endireitá-

la é necessário curvá-la para o lado oposto. Nesse sentido, Saviani revela que a vara está

torta para o lado dos Movimentos da Escola Nova e dessa forma o raciocínio habitual

tende a ser: “[...] as pedagogias novas são portadoras de todas as virtudes, enquanto a

pedagogia tradicional é portadora de todos os defeitos e de nenhuma virtude” (p.46).

Porém o autor destaca que o que tem evidenciado é justamente o inverso. E finaliza o

capítulo reiterando que ao tentar curvar a vara para o outro lado espera que esta atinja o

ponto correto que está na valorização dos conteúdos que se direciona a uma pedagogia

revolucionária.

No capítulo três “Escola e Democracia II: para além da Teoria da Curvatura da

Vara” Saviani faz uma retomada das três teses trabalhadas no capítulo anterior com o

objetivo de superá-las. O autor enfatiza que é necessário curvar a vara para o lado oposto,

considerando “[...] o embate ideológico não basta enunciar a concepção correta para que os

desvios sejam corrigidos, é necessário abalar as certezas, desautorizar o senso comum”

(p.48). Saviani propõe nesse capítulo ultrapassar o momento da antítese em direção à

síntese.

Saviani destaca que tanto a Pedagogia Tradicional quanto a Pedagogia Nova são

ingênuas e idealistas, por acreditarem que seria possível a modificação da sociedade por

meio da educação. O autor discorre também acerca

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