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Resenha: Flor do Deserto

Por:   •  4/6/2018  •  Resenha  •  752 Palavras (4 Páginas)  •  300 Visualizações

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Flor do deserto é um filme bibliográfico dirigido por Sherry Hormann, onde documenta a história fictícia Liya Kebede, interpretada pela personagem Waris Dirie.

Waris Dirie é uma jovem somalis que deixa seu país para fugir de um casamento arranjado. O filme narra sua travessia até Londres, Inglaterra.

Associando o filme à visão etnocêntrica, é possível ver o preconceito da cultura ocidental sobre a jovem africana.

O selvagem é o que vem da floresta, da selva que lembra, de alguma maneira, a vida animal. O “outro” é o “aquém” ou o “além”, nunca o “igual” ao “eu”. (GUIMARÃES, 1988, p.6).

Quando se pensa na jovem Waris, possivelmente remetemos ela ao selvagem por conta das diferenças, e não só isso, quando se olha sobre o prisma do senso comum, continuamos a pensar no etnocentrismo como uma verdade universal. Guimarães transparece bem a ideia de que devemos olhar para as culturas sob o olhar da relativização em:

É bem verdade que, ao nível do senso comum, das ideologias, dos cotidianos da sociedade ocidental, a visão etnocêntrica dos diversos “outros” deste mundo muito pouco se abala com as “revoluções” da Antropologia. Relativizar é uma palavra que, até hoje, muito pouco saiu das fronteiras do conhecimento produzido pela Antropologia. (GUIMARÃES, 1988, p.16)

Com o etnocentrismo enraizado na sociedade, tendemos a achar que nossa cultura é a mais correta ou até mesmo superior, tendemos a olhar para o outro com um olhar de repudio como é colocado em:

“Por conseguinte, nada há a estranhar no fato de que os homens, que vêem o mundo através de sua cultura específica, tenham propensão a considerar o seu modo de vida particular como o mais “correto” e o mais “natural”. Mais do que isto, a experiência da diferença soa muitas vezes como verdadeira monstruosidade, despertando a tendência a repudiar pura e totalmente os preceitos éticos, estéticos, religiosos, gastronômicos, etc. que se afastam daqueles com que nos identificamos e que, aos nossos olhos, nos identificam como “humanos”. (RODRIGUES, 2008, p.130)

Portanto, quando o filme mostra a realidade Africana, como por exemplo, a circuncisão feminina na Somália, tendemos a olhar com repulsa e até mesmo inconformidade, pois, para a sociedade ocidental, isso não é cabível. E não só isso, há diversas passagens no filme em que mostra a discrepância entre as relações de Waris e Londrinos, e traz a reflexão para o telespectador (quem assiste ao filme) sobre

como até mesmo nós, tendemos a olhar não com a diversidade, e sim com julgamentos.

É preciso que as mais diversas sociedades parem se se conter ao senso comum e pensem na diversidade sobre a visão do relativismo, que denuncia a lente específica de cada cultura, e tende a olhar com neutralidade para as diferenças.

E não só isso, o termo cultura, em si, também foi essencial para compor a desmitificação da verdade universal. Compreender a cultura como características existente em todas as sociedades, como as mais simples tarefas diárias, percebendo que é variável de acordo com o grupo que cada pessoa se insere, e o meio em que cresceu, nos ajuda a compreender melhor o outro.

Portanto,

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