Resenha - O perigo de uma história única
Por: andredson • 7/9/2015 • Resenha • 716 Palavras (3 Páginas) • 5.797 Visualizações
Resenha
TED – O Perigo de uma história única: diálogos com Chimamanda Adichie
Por André Fernandes Sales
O vídeo é composto por uma história pessoal de forma que leva a reflexões de como as histórias são e de como devem ser contadas. E isso faz com que vá muito além de um vídeo comum, levado para estudo e observação em diversos cursos superiores. Muitas histórias são envolvidas pela narradora: a história contada a ela quando criança, a história escrita por ela quando criança, a história descoberta por ela quando criança, e, sequencialmente, todas essas histórias quando adulta em um outro continente. Esse vídeo fala de uma mulher, a história da própria narradora do vídeo, Chimamanda Adichie, que aprendeu a ler muito cedo e passou também a escrever histórias com base naquilo que lia, conforme foi crescendo descobriu que contar apenas uma única história tinha seu lado perigoso.
Naturalmente, Chimamanda Adichie começa recontando duas histórias que sua mãe contava, uma de que ela aprendeu a ler com dois anos, a narradora corrige supondo que a idade certa seria o dobro e a história de uma família pobre. Ela descreve detalhes dos livros e de suas histórias inspiradas nos mesmos, detalhes que não faziam parte alguma de sua rotina verdadeira: comer frutas, esperar a neve, discutir sobre o tempo, esperar o sol e etc. Chimamanda confessa que esteve convencida de que a forma dos livros devia ser totalmente fora da realidade do seu leitor. Após ter seu primeiro choque cultural literário, percebeu que livros eram para ser histórias feitas para as pessoas se identificarem.
Com 8 anos de idade, um nova criança passa a frequentar a sua residência, informada pela mãe como sendo pobre. Uma discrição bem singular e simples para um ser humano. Um estereótipo um tanto quanto limitado, até descobrir que, além de pobre, a família da criança podia fazer um quadro bonito, uma obra artística. Um fato um tanto quanto espantoso para uma criança que sabia apenas que aquela família era pobre. Descobriu que pobre era uma parte da história só, uma forma perigosa de contá-la.
Anos mais tarde, Chimamanda volta a refletir sobre o perigo de uma única história, quando se vê diante de pessoas que imaginam todos os africanos de uma forma e se espantam quando os mesmos sabem falar inglês e escutam músicas além de batuques tribais. O fato de se encontrar em situação semelhante já vivida, porém de lado contrário, faz com que possua uma reflexão um pouco mais abrangente e compreensiva. Como nigeriana, passa a ser um ponto de referência entre a África e a América. Expõe que a forma como a África é vista, de forma repetitiva faz qualquer um vê-la igualmente, se não a conhecer. Impondo a forma de pensar limitada pelo que é visto.
Chimamanda refuta a forma selvagem como a África foi e é representada na literatura, em outros continentes, tornando a visão do leitor estrangeiro deturpada. Os maus contos, o folclore criado, a insistência em pobre e mediocridade não deixam espaço para que se explore os temas que podem ser comuns, respeitando suas particularidades, entre os continentes. Ao ponto em que um professor tenta ensiná-la como um africano deve ser. Argumenta que o poder do mundo define como, quando e quem deve contar a história, o que resulta em história feita por quem a conta.
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