Resenha curta-metragem Refugiados no Brasil

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        O curta-metragem “Refugiados no Brasil” mostra em seis minutos através de uma música de ritmo animado e letra profunda, a gratidão daqueles que por causa de guerras e perseguições em seus países de origem vem ao Brasil em busca de um refúgio e sobretudo de um recomeço.

         É notório a toda a sociedade que a problemática atual dos refugiados vai muito além de pessoas migram de seu país de origem para outro. Por trás desse processo de migração existe na verdade uma fuga, motivada por diversas razões, dentre as quais as mais comuns são as perseguições, seja política, religiosa ou racial. Trata-se de uma constante e imperecível violação aos direitos humanos.

        São inúmeras as histórias de pessoas que foram obrigadas a deixar toda uma vida que haviam construído para que preservassem a sua própria vida. Apesar de ser uma temática delicada o principal enfoque do filme é mostrar a gratidão daqueles que encontraram refúgio no Brasil, e mostrar pela visão deles como é ser um refugiado.

        Parte da letra da canção diz “Nós estamos aqui com muitas saudades. Por causa da guerra deixamos nossas cidades. E deixamos par trás família e amigos. O destino tanto faz, desde que fiquemos vivos” apontando o quão difícil é a situação e quão injustas são as circunstâncias que levam essas pessoas a abrirem mão de tudo para permanecerem vivas.

        Segundo dados do CONARE, atualmente vivem no Brasil cerca de 9 mil refugiados, que vieram de diversas partes do mundo e por diversas razões. Pessoas que fogem da pobreza no Haiti, da guerra na Síria, das perseguições no Congo. Somam ao todo, segundo dados do ano passado, 79 nacionalidades de refugiados no Brasil.

        

        Entre os relatos mostrados alguns são impactantes “... nós sabemos que vai ter uma bomba e que vai chegar na nossa casa”, “eu fugi da guerra do meu país, matam homens, pegam mulheres a forças, dão a crianças armas de fogo”, “se eu não tivesse saído de lá eu não estaria vivo”.

        Para essas pessoas vir para o Brasil é uma esperança de paz, de recomeço, de poder seguir a vida, porém ao mesmo tempo é um novo e colossal desafio. Ao chegar ao Brasil o primeiro e talvez o maior desafio enfrentado é a barreira da língua. O português não é um idioma fácil e a maioria dos refugiados que aqui chegam não o conhecem, isso torna mais dificultosa a caminhada em busca de novas oportunidades.

        Além dos desafios já abordados as pessoas refugiadas no Brasil enfrentam um estigma social em razão da sua condição de refugiados. Eles são vistos como pessoas que fugiram de sua terra-mãe por terem feito algo errado, quando na verdade querem apenas se manter vivos. É necessário um maior preparo estrutural e social para que nós brasileiros possamos receber e acolher essas pessoas que já sofrem tanto por circunstâncias alheias a sua vontade, e ajudá-los a reconstruir suas vidas.

        O filme ora resenhado se encerra com um agradecimento das personagens ao Brasil por tê-los acolhido. Frente a atual conjectura global devemos os ver e nos ver como cidadãos do mundo, cidadãos de todas as raças, de todas, as crenças, de todas as dores e de todas as conquistas. Devemos em um processo gradual, continuo e crescente sempre nos colocarmos no lugar do outro, posto que somos todos humanos. E como humanos e cidadoas do mundo somos todos sujeitos dos mesmos direitos humanos, que devem sempre ser garantidos e respeitados.