Resíduos Sólidos

1. Introdução:

Quando o assunto é meio ambiente, impossível não vir a cabeça imagens de pessoas descartando objetos nas vias públicas, terrenos abertos, vias fluviais e em outros locais inapropriados, cenas estas que por mais revoltante que seja, são hoje corriqueiras, por mais campanhas que sejam lançadas, por mais problemas que este descarte inadequado traga (enchentes ou até causar algum acidente), estas continuam a se repetir e ninguém responde por isso. Ou melhor, quem responderá por todos esses maus tratos ao ambiente, nós mesmos, e essa conta virá num futuro não muito distante.

Pensando no mesmo cenário, porém agora, a personagem é a indústria. A situação é a mesma, ou até pior em alguns casos. Muitas empresas fazem o descarte inadequado dos resíduos resultantes de seus processos fabris, o que faz muito mal a todo o sistema ambiental. Os problemas vão além da emissão de gases tóxicos na atmosfera, ou da poluição sonora, ou até do uso da água de rios para o consumo interno. Podemos ter efeitos como a contaminação do solo, contaminação dos lençóis freáticos, levar a morte qualquer animal que entre em contato com água, solo ou material contaminado, tudo isso, gerado apenas pelo descarte impróprio dos resíduos originados no processo. Angelis Neto e Zmitrowicz (2000) reportam que, a partir da primeira fase da revolução industrial as cidades tornaram ambientes degradados, contudo o movimento sanitarista melhorou a qualidade ambiental das mesmas. Logo depois da revolução industrial as cidades transformaram-se em grandes aglomerados onde a qualidade de vida perde suas características e a degradação ambiental toma lugar.

Um episódio que no passado foi comum, e contribuiu muito para que chegássemos a situação em que nos encontramos hoje, acima citadas, foi o processo da urbanização, nos anos entre 1950 e 1970, como trazem Rui Otávio B. De Andrade, Takeshy Tachizawa e Ana Barreiros de Carvalho em sua obra “Gestão Ambiental – Enfoque Estratégico Aplicado ao Desenvolvimento Sustentável”, uma citação de Vianna & Veronese, 1992, “O Brasil, [...], vem sofrendo grandes transformações em função do crescimento demográfico (sua população aumentou 2,7 vezes entre 1950 e 1970, passando 74,3% a viver em zonas urbanas).

Pensando em todos estes pontos, o grupo buscou mais conhecimento sobre este assunto, através de, histórico, políticas/legislação, casos e até soluções para que a imagem das indústrias não fique manchada, e que estas cenas não façam parte de nosso cotidiano.

Destacaremos neste trabalho também, uma nova maneira de se reaproveitar energia através de tratamentos e processos físico-químicos com estes resíduos sólidos. Este projeto leva o nome de URE (Unidade de Recuperação de Energia), é um projeto bastante caro, sem dúvida, porém de uma importância imensa para o meio ambiente, onde além de destinarmos os rejeitos de diferentes processos, é possível recuperar energia. Esperamos que os governos se interessem e dediquem investimentos no desenvolvimento de usinas de recuperação, como esta.

1.1 Problema de Pesquisa

Análise dos impactos ambientais referentes aos resíduos sólidos oriundos das indústrias e urbanização no ambiente. Buscando um desenvolvimento sustentável e soluções que sejam agradáveis ao meio ambiente.

1.2 Histórico

O impacto das organizações sob o meio ambiente teve inicio na Revolução Industrial. A partir deste momento histórico a ideia de indústria ficou clara a todos, produções artesanais não faziam mais sentido, todos queriam produzir mais e mais rápido. Outro ponto muito importante e que influenciou muito o crescimento do setor industrial e o aumento do impacto deste no ambiente foi consequência do Capitalismo, que consistia na busca incessante por lucro, produção em massa. Ilustrando tais fatos Rodolfo Araújo de Moraes Filho diz o seguinte, “A compreensão dos principais aspectos relacionados ao impacto das mudanças que o industrialismo nas economias de mercado impõe às populações concernidas é fundamental nos dias de hoje.”

Agora num ambiente onde além de seus próprios princípios estas ainda são motivadas por uma era de um capitalismo cruel e bruto, além de uma população extremamente consumista, o que pode ser visto nos dados do Relatório de Desenvolvimento Humano (PNUD, 1998, p.2), 20% da população mundial nos países de mais alto rendimento totalizam 86% das despesas de consumo privado e os 20% mais pobres, um minúsculo 1,3%, geradora de uma demanda imensa.

“Devido ao crescimento populacional que passa a exercer forte pressão na demanda por mais produtos, aliado à busca incessante pelo lucro, toma-se a decisão estratégica, impelida por essa necessidade, que é real, de aumentar o volume de produção”. (ALBUQUERQUE, 2009)

Ou seja, as indústrias que tinham um único objetivo, produzir, de qualquer maneira, a qualquer custo, não se importando com quem, e muito menos como, passaram a ter que produzir muito mais, seguindo o crescimento populacional, e por consequência o aumento da demanda de seus produtos/serviços.

1.3 Gestão Ambiental

O tema “Meio Ambiente” é comum em nosso cotidiano já há algum tempo, questões como o aquecimento global, efeito estufa e o buraco na camada de ozônio trouxeram ainda mais á tona este assunto de tanta importância a todos nós. Porém esta é uma preocupação de muitos anos atrás.

“A Conferência sobre Biosfera realizada em Paris, em 1968, mesmo sendo uma reunião de especialistas em ciências, marcou o despertar de uma consciência ecológica Mundial, assim como a primeira Conferência da Nações Unidas sobre Meio Ambiente, realizada em Estocolmo em Junho de 1972, veio colocar a questão ambiental nas agendas oficiais internacionais. Foi a primeira vez que representantes de governos se uniram para discutir a necessidade de tomar medidas efetivas de controle dos fatores que causam degradação ambiental.” (ANDRADE, R. O. B.; TACHINZAWA, T; CARVALHO, A. B., 2000)

Com estes registros notamos que a preocupação com o Meio Ambiente existe há muito tempo, os primeiros Congressos para discussão do tema ocorreram no mesmo período em que o fenômeno da urbanização aconteceu no Brasil, como citado acima. Os especialistas da época tinham noção de que do jeito que o fenômeno da urbanização e com a crescente evolução das indústrias, o meio ambiente estaria correndo sérios riscos.

A partir destes eventos, o mundo voltou os olhos a preservação ambiental,