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Revolução Burguesa No Brasil

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Por:   •  17/3/2015  •  1.977 Palavras (8 Páginas)  •  293 Visualizações

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Revolução Burguesa no Brasil

Florestan Fernandes

Florestan Fernandes nasceu em São Paulo, no dia 22 de Julho de 1920, de família muito humilde do Brás, filho de Dona Maria Fernandes imigrante portuguesa analfabeta, que trabalhava como lavadeira. Começou a trabalhar aos seis anos de idade, onde desempenhou vários ofícios como: engraxate, auxiliar de marceneiro, auxiliar de barbeiro, alfaiate e balconista de bar. Como sua vida no trabalho estava exigindo que se dedicasse em período integral, aos nove anos de idade parou de estudar no terceiro ano do curso primário. Somente aos dezessete anos concluiu o antigo curso de madureza (atual supletivo), por insistência dos fregueses do Bar Bidu, na Rua Líbero Badaró, onde trabalhava como cozinheiro, pois achavam que Florestan era muito inteligente devido aos comentários sobre a política e a leitura da realidade que fazia. Aos dezoito anos de idade, ingressou na Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de São Paulo, obteve a licenciatura em criando um blog 1943, o mestrado em 1947 e concluiu o doutorado em 1951, passando a livre docente da USP na cátedra de Sociologia I, e posteriormente, tornando-se professor titular. Foi perseguido pela ditadura militar e foi cassado com base no Ato Institucional de nº 5, pediu exílio, em 1969, para o Canadá, onde assumiu um lugar de professor de Sociologia na Universidade de Toronto. Faleceu em São Paulo no dia 10 de agosto de 1995, aos 75 anos de idade. Para se entender a teoria de Florestan Fernandes faz-se necessário conhecer um pouco a vida deste autor. Juntamente com Caio Prado Jr. e Nelson Werneck Sodré, Florestan Fernandes representa o que de melhor foi produzido e desenvolvido em termos de marxismo no Brasil. Bem aparelhado conceitualmente, Florestan dedicou-se à elaboração de um pensamento socialista original e criador, refletindo sobre de que forma se estabelece em um país periférico uma modalidade de capitalismo dependente e autocrático.

O CAPITALISMO TARDIO E A REVOLUÇÃO PASSIVA NO BRASIL.

Em 1974, em meio à ditadura e dez anos após o golpe militar, Florestan Fernandes publicou A revolução burguesa no Brasil. Recebido à época como uma tentativa de explicação das origens e fundamentos do Estado autoritário, o livro tornou-se, com o decorrer do tempo, um dos clássicos da sociologia histórica brasileira, uma linhagem que possui seus momentos altos em Casa-grande & senzala (1933), de Gilberto Freyre; Raízes do Brasil (1936), de Sérgio Buarque de Holanda e Os donos do poder (1958), de Raymundo Faoro.

Florestan emprega o conceito de “revolução burguesa” como “tipo ideal”, isto é, como princípio heurístico e fio investigativo da origem, natureza e desdobramentos do capitalismo no Brasil. Não se trata de um estudo empírico ou mesmo de comparar as vicissitudes do processo brasileiro com os modelos de revolução francês, inglês ou norte-americano.

Segundo Jaldes Reis de Meneses, o livro “A revolução burguesa no Brasil”, marca a radicalização teórica e política de Florestan Fernandes. Ele nos diz “o desenvolvimento desigual e combinado do capitalismo transmuta-se em sinônimos como estrutura composta e duplamente articulada, e a revolução passiva vira um processo de revolução burguesa de longa duração”. Segundo Florestan Fernandes, o Brasil não foi uma nação capitalista desde o seu descobrimento, ele vai conhecer este modelo tardiamente. Sua estrutura social é formada pela aristocracia agrária, que dominava o país. Os grandes latifundiários que deram origem à burguesia no Brasil. Este grupo vai determinar os rumos da nação, e com isso contribuir para a proclamação da república. Florestan busca em nosso passado, dependente, escravocrata e periférico, as razões e as raízes das deformações do período contemporâneo, marcadas pela ditadura militar e por um desenvolvimento econômico desigual, retardatário e dependente dos principais centros da economia mundial. Dessa forma o Brasil importou o modelo capitalista, que se adaptou a uma burguesia, que ainda estava fundamentada na estrutura agrária. Para ele o nosso capitalismo é “incompleto e tardio, subordinado ao imperialismo e de insuficiente mutação burguesa das estruturas de dominação“. Em “A Revolução Burguesa no Brasil”, o autor, que utilizou quase uma década para finalizá-lo, por vezes muda o conceito de seus discursos, variando de Weber e Durkheim à Lenin, demonstrando o dilema entre a objetividade científica e a opção política. O conceito de revolução burguesa não é qualificado de maneira estrita, variando de uma definição sócio-econômica à outra essencialmente política deste fenômeno. “A revolução burguesa constitui um fenômeno estrutural, que pode se reproduzir de modos relativamente variáveis dadas certas condições ou circunstâncias, desde que certa sociedade nacional possa absorver o padrão de civilização que a converte numa necessidade histórico-social”, ou seja, primeiramente surge à emergência e consolidação capitalista para no final surgir a crise do poder burguês. Florestan propõe a distinção entre o modelo clássico de revolução burguesa, que ocorreu na Europa e América do Norte propiciando um capitalismo independente e a democracia política, e a revolução burguesa periférica, que ocorreram nos paises da América Latina, propiciou um capitalismo dependente, de dominação externa e a autocracia burguesa. Por não haver um modelo preestabelecido do processo de modernização das estruturas sociais, políticas e econômicas das formações capitalistas, o Brasil, a despeito das limitações internas e externas impostas pelo processo, conseguiu provocar uma revolução econômica autentica, porém devido à preservação da articulação entre o latifúndio e o imperialismo, não houve espaço para a repetição do capitalismo da Inglaterra, da França e dos Estados Unidos. Florestan nos coloca que o Brasil, após a década de 30, passa a ter um progresso quando começa a se industrializar, porém, a tecnologia é importada dos países desenvolvidos, e com ela a estrutura passiva e subserviente. Por conta do acima exposto, a economia periférica tende a fortalecer os laços de dependência, impossibilitando, assim, o desenvolvimento capitalista autônomo e auto-sustentável, embora criando um blog possuam entre si muitas características em comum. Ao denominar “modelo democrático burguês de transformação capitalista”, Florestan se posiciona contrario a repetição, chegando mesmo a negar a existência de determinantes universais nesse processo. Em resumo, a tese de Florestan possui duas premissas: primeiro que as transformações capitalistas apresentam em todos

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