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SaláRIO, Preço E Lucro

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Por:   •  9/12/2013  •  2.415 Palavras (10 Páginas)  •  283 Visualizações

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SALÁRIO, PREÇO E LUCRO

KARL MARX

Valor, trabalho e preço

Primeiramente, Marx procurou situar a relação entre concorrência capitalista e lucro, de um lado, e entre oferta e procura das mercadorias e seus preços, de outro.

Na procura incessante de melhor remuneração o capital se desloca para aqueles ramos onde os lucros são maiores, o que acaba por aumentar a oferta e, portanto, a taxa de lucro tende a se reduzir, pelo efeito da concorrência, a um nível médio. Mas a concorrência entre os capitalistas não pode jamais determinar a taxa geral de lucro (parte V).

Por sua vez, a lei da oferta e da procura regula simplesmente as oscilações temporárias dos preços no mercado, explica "porque o preço de um artigo no mercado se eleva acima ou desce abaixo do seu valor, mas não explica jamais esse valor em si mesmo." (parte IV).

Marx ainda afirmava que o lucro se obtém vendendo a mercadoria pelo seu valor. A origem do lucro e a explicação do mecanismo da formação dos preços das mercadorias se encontra na esfera da produção e não da circulação das mercadorias (parte X). E, para que seus ouvintes entendessem sua afirmação, Marx se intensificou suas explanações sobre a teoria do valor-trabalho começando por mostrar o conceito sobre o valor de uma mercadoria e como se determina esse valor (partes VI e IX), analisou também a singularidade da mercadoria força de trabalho (parte VII) e expôs de forma simples e acessível a teoria da mais-valia (parte VIII).

Marx parte da constatação de que o valor de troca (o valor relativo) de uma mercadoria são as quantidades proporcionais em que ela é trocada pelas outras mercadorias. Mas como se regulam as proporções dessa troca? Para responder esse problema identificou no trabalho social a substância comum a todas as mercadorias, já que para produzir uma mercadoria tem-se que incorporar a ela uma determinada quantidade de trabalho. Nesse aspecto, o que distingue uma mercadoria de outra não é senão a quantidade de trabalho, maior ou menor, nelas cristalizado; quantidade de trabalho que se mede pelo tempo que dura o trabalho. "Portanto - dizia Marx - os valores relativos das mercadorias se determinam pelas correspondentes quantidades ou somas de trabalho investidas, realizadas, plasmadas nelas".

Com isso ficava já "morta" uma das questões da polêmica: não era a retribuição do trabalho, o salário, que determinava o valor das mercadorias e sim a quantidade de trabalho necessário à sua produção. Retribuição do trabalho e quantidade de trabalho são coisas distintas.

Marx chamava a atenção para o fato da quantidade de trabalho necessário para produzir uma mercadoria variar constantemente ao variarem as forças produtivas do trabalho aplicado, porque quanto maiores são as forças produtivas do trabalho, mais produtos se elaboram num tempo de trabalho dado, e quanto menores são, menos se produzem na mesma unidade de tempo. Daí que quanto maior é a força produtiva do trabalho, menos trabalho se inverte numa dada quantidade de produtos e, portanto, menor é o valor destes produtos. Marx estabeleceu então da seguinte forma a lei geral do valor-trabalho: "Os valores das mercadorias estão na razão direta do tempo de trabalho invertido em sua produção e na razão inversa das forças produtivas do trabalho empregado."

O preço de uma mercadoria não é outra coisa senão a expressão em dinheiro do valor dessa mercadoria, mas, valor e preço nem sempre são iguais pois há toda uma via complicada a ser percorrida entre o valor social de uma mercadoria e o seu preço individual em um momento exato no mercado. Há que se considerar as variações de preço de acordo com as flutuações da oferta e da procura, mas essas variações se dão em torno de um preço central ou preço natural - que é o valor real - porque a longo prazo oferta e procura tendem a se equilibrar.

Marx dizia então que considerando-se um período de tempo bastante longo as mercadorias se vendem pelos seus respectivos valores e então seria um absurdo supor que o lucro constante brota do fato de que uma mercadoria seja vendida por um preço que exceda o seu valor.

Força de trabalho, salário, mais-valia e lucro

Nesse ponto o raciocínio de Marx deparava-se com a seguinte questão: de onde provinha mesmo o lucro? Se uma mercadoria é vendida pelo seu valor, a força de trabalho, que é uma mercadoria, também é vendida pelo seu valor. E esse valor é determinado, como vimos, pelo tempo de trabalho necessário para produzir a mercadoria. Então o valor da força de trabalho é determinado pelo tempo necessário à sua conservação e reprodução, ou seja, "pelo valor dos artigos de primeira necessidade exigidos para produzir, desenvolver, manter e perpetuar a força de trabalho." (parte VII). Aparentemente, toda a força de trabalho que o operário despendeu é remunerada pelo patrão ao final de uma semana, por exemplo. Mas essa é uma aparência enganadora pois o capitalista, ao comprar a mercadoria força de trabalho, passa a ter direito de servir-se dela fazendo-a funcionar durante todo o dia, sucessivamente. E aqui é preciso entender que o valor da força de trabalho é completamente distinto de seu funcionamento.

Acontece que a força de trabalho na sociedade capitalista é uma mercadoria especial. "Tem a propriedade - como disse Engels - de ser uma força que cria valor, uma fonte de valor, e, principalmente, mediante uso apropriado, a fonte de um valor superior ao dela própria." (Introdução de Engels ao Trabalho Assalariado e Capital)

Para além da aparência: o operário em sua jornada de trabalho acrescenta valores, produtos que ultrapassam o seu salário, ou seja, uma parte da jornada de trabalho é remunerada, a outra não. A parte pela qual o capitalista não paga equivalente algum, são as horas de sobretrabalho e esse sobretrabalho se traduz em mais-valia e em sobre-produto.

Marx diz que "este tipo de intercâmbio entre o capital e o trabalho é o que serve de base à produção capitalista, ou ao sistema do salariado, e tem que conduzir, sem cessar, à constante reprodução do operário como operário e do capitalista como capitalista." (parte VIII)

Portanto, toda mercadoria tem sua parte de trabalho remunerado e outra parte não remunerado; logo o capitalista quando vende a mercadoria pelo seu valor está vendendo a quantidade total de trabalho nela cristalizado e forçosamente está vendendo-a com lucro. Como

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