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I. INTRODUÇÃO

O filme Daens;Um Grito de Justiça, dirigido por Luc Dermiers, no ano de 1993, retrata o conflito social resultante da revolução industrial no final do século XIX na cidade de Aalst na Bélgica.

Neste contexto, surge um padre da igreja católica que fica revoltado com a situação em que se encontravam os trabalhadores das fábricas.

Essa revolta despertou a sede por justiça para os desfavorecidos e miseráveis, decidido o padre , começa uma luta para que os operários das fábricas tivessem uma vida digna.

II. DESENVOLVIMENTO

O filme Daens, se passa no final do século XIX, na cidade de Aalst, na Bélgicamomento o qual a Europa caminha para o mundo urbano industrial de feudalismo para capitalismo.E por ser uma mudança com base radical deram o nome de revolução industrial, devido se iniciarem as primeiras revoltas dos trabalhadores das indústrias por melhores condições de trabalho.

Coma Revolução Industrial ,se insere instantaneamente a revolução econômica fazendo surgir à divisão social do trabalho; separação entre proprietários e não proprietários dos meios de produção. Surgindo a classe dominante chamada burguesia e a dominada conhecida como proletariado.

Mulheres e crianças eram exploradas trabalhando até 16 horas por dia ,com salários reduzidos, com o pretexto de não terem a mesma força física dos homens. A mecanização e a modernização das fábricas desqualificava o trabalho, com isso tinha- se a redução dos salários.

As mortes nas fábricas,eram constantes devidoàs condições de trabalho serem insalubres, as mortes de crianças aconteciam invariavelmente por estarem cansadas de tantas horas trabalhadas , devido o tempo ser ditado pela máquina.

Dificultava ainda mais a luta por melhores condições de trabalho, o fato de não existir somente um idioma para todos, isso acontecia porque os proletários falavam a língua holandesa e os burgueses falavam a língua francesa e também o latim.

Nesta época ainda,não havia leis que garantissem os direitos trabalhistas, fazendo com que os trabalhadores aceitassem toda e qualquer condição de trabalho imposta pelos donos das indústrias.

A Igreja se alia a burguesia que seguia a doutrina social “RerumNovarum” conhecedora da relação capital e trabalho, patrão e empregado sendo tratada pela Encíclica de Leão XIII. Para a Igreja os trabalhadores tinham que se contentar com as explorações, não podendo lutar para que tivessem uma vida digna e a igreja temendo perder o prestigio do povo e vitória do socialismo que lutava pela organização de uma sociedade de classes,ficava do lado dos burgueses e industriais discutindo sempre as relações entre o Governo, negócios o trabalho e a Igreja.

E Igreja reforça o direito à propriedade e a harmonia entre as classes sociais desde que ,essas harmonias beneficiassem a burguesia.

Condenava quem se aliasse ao partido comunista, dizendo que eles eram pecadores , que iriam todos para o inferno, usando de sua autoridade religiosa para alienar os trabalhadores.Porém a vida dessa pequena cidade começa a mudar com a chegada do padre Adolf Daens.

Daens com seu idealismo revolucionário,trata de se candidatar a deputado, porém, sua luta não seria fácil, devido à Igreja Católica não o apoiar nesta nova jornada afinal a igreja não queria se dispor de sua hegemonia perante o Estado burguês enesse meio tempohouve ainda a implantação de uma greve nominada sufrágio universal que consistia em direito ao voto.

Um fio de esperança e justiça para as futuras gerações eram alimentadas atravésda luta do padre Daens.

Os trabalhadores passaram a ter esperança de que seus direitos seriam respeitados eque uma sociedade mais justa se ergueria para representar a dor, a miséria e a infelicidade do povo.

Ao chegar à cidade de Aalst o padre Daens se depara com uma situação em que algumas crianças derrubam e roubam as batatas de umasenhora. O padre ajuda à senhora e caminha rumo à casa de seu irmão quando se depara com outra cena,em que o cadáver de uma menina grávida, havia sido largado na rua e morrido de frio estava sendo motivo de discussão, devido ninguém querer arcar com o pagamento do enterro, enquanto seus pais bebiam em umbar como que não se importassem com o ocorrido.

A partir de um maior envolvimento com as pessoas, o padre observa a exploração da força de trabalho dos operários nas fábricas de tecidos e a exploração de crianças com menos de seis anos de idade.O trabalho infantil era comum pelo fato de o salário ser muito baixo, as crianças eram recrutadas para trabalharem para ajudar no sustento familiar ,dessa forma a corrente da exploração se dava desde o mais novo até mais velho.

O filme ,nos mostra logo nas primeiras cenas, várias situações de vulnerabilidades sociais, como fome, exploração sexual infantil, miséria, violência, trabalho infantil, marginalidade, exclusão e desemprego.

No decorrer do mesmo outras situações podem ser retratadas como expressões sócias, quando somente as mulheres passam a serem aceitas nas fábricas, com o intuito de pagarem menos pelo mesmo tempo de horas trabalhadas, e por estarem somente mulheres nas fábricas muitas vezes eram abusadas sexualmente pelos seus supervisores,nos caracterizando outras expressões socias como a descriminação, exclusão,exploração sexual e do trabalhador , cujo sistema capitalista enxergava como extensão das máquinas.

E com essa inversão de papéis no sustento familiar,acaba se quebrando o sistema nuclear de família tradicional tão imposto pela sociedade, fazendo com que os homens passassem a beber para esquecer a suposta humilhação perante a sociedade.

A fragilidade com que a classe operaria era levada a viver, trazia consequências de âmbito social como a marginalidade, alcoolismo e a violência doméstica.

Suas casas eram ,em vilas de grandes precariedades, sem nenhum tipo de saneamento básico e também nas fabricas as condições de trabalho eram

insalubres, dessa forma, sendo quase que constante a morte por péssimas condições de trabalho e moradia visto que em Aalst era extremamente frio.

Podemos destacar ,que todas as expressões até o momento relatadas, foram por falta de condições econômicas dignas para a sobrevivência de qualquer ser humano.

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