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Surgimento Da Sociologia

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Por:   •  26/9/2013  •  3.439 Palavras (14 Páginas)  •  534 Visualizações

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O SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA

Não é nosso objetivo realizar uma análise da Revolução Industrial e da Revolução Francesa. Apenas estabeleceremos alguns pontos que possam esclarecer as relações que elas têm com o surgimento da Sociologia

O século XVIII tornou—se um marco importante para a história do pensamento ocidental tal, dadas às transformações econômicas, políticas e culturais que se aceleraram nesse período e que apresentaram problemas inéditos para as sociedades. A dupla revolução que esse século testemunhou constitui ti dois lados de um mesmo processo: a instalação definitiva da sociedade capitalista.

A partir do século XVIII, a economia mundial foi constituída sob a influência da Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra, enquanto a política e a ideologia foram constituídas pela Revolução Francesa. O modelo econômico que rompeu com as estruturas tradicionais foi fornecido pela Inglaterra, mas a França forneceu as idéias, o vocabulário do nacionalismo e os tem as da política liberal para a maior parte do mundo. Na França revolucionária, começaram a circular expressão como constituição, nação, eleição, Estado moderno, poder executivo, poder legislativo, poder judiciário, direitos humanos universais.

Revolução Industrial

A Revolução Industrial não se restringiu à introdução da máquina a vapor e ao aperfeiçoamento dos modos de produção. Ela representou muito mais. Representou o triunfo da indústria, comandada pelo empresário capitalista que, pouco a pouco, concentrou a propriedade das máquinas, das ferramentas e das terras, transformando populações inteiras em trabalhadores despossuídos.

A Revolução Industrial trouxe reformas no campo da economia, na forma de trabalho, na organização social, que se iniciaram na Inglaterra e se estenderam para o mundo todo. Um dos fatores de maior significado relacionado com a Revolução Industrial foi, sem dúvida, o aparecimento do proletariado e o papel que ele desempenhava na sociedade capitalista.

Num período de aproximadamente cem anos ( 780 a 1880), deu-se a formação de uma sociedade industrializada e urbanizada. Em decorrência dessas transformações, houve uma reordenação na sociedade rural, em ritmo crescente. Desapareceram os pequenos proprietários rurais, os artesãos independentes, e houve a imposição de prolongadas horas de trabalho, o que modificou radicalmente as formas habituais de vida de milhões de seres humanos.

Foi a transformação da atividade artesanal em atividade manufatureira e depois em atividade fabril que desencadeou a emigração maciça do campo para a cidade e que engajou mulheres e crianças em longas jornadas de trabalho, sem férias, com um salário de subsistência.

Mas, ao lado das novas situações colocadas pela Revolução Industrial, outra circunstância vinha ocorrendo e provocando mudanças nas formas de pensamento: a Revolução Francesa.

Revolução Francesa

Convidamos você a caminhar um pouco mais com nossas reflexões, porém não se esqueça de que, se a economia mundial a partir do século XVJJI foi constituída sob a influência da Revolução Industrial, a política e a ideologia foram constituídas pela Revolução Francesa. É importante que você saiba que foi a França que forneceu as idéias, o vocabulário do nacionalismo e os temas da política liberal para a maior parte do mundo.

Diferentemente da Revolução Industrial, ela foi uma revolução social de massa, radical.

A Revolução Francesa aconteceu no mais populoso e poderoso país da Europa da época. Ao final do século XVIII, a França contava com uma população de 23 milhões de habitantes, dos quais cerca de 400 mil pessoas pertenciam à monarquia absolutista e usufruíam de muitos privilégios. Em 1789, de cada cinco habitantes europeus, um era francês. A Revolução Francesa não se realizou liderada por homens que desejavam levar adiante um programa nem por um partido ou por um movimento organizado, no sentido moderno; entretanto, apresentou um consenso de idéias gerais de um grupo que lhe deu unidade: esse grupo era a burguesia.

As exigências da burguesia foram delineadas na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789. Tratava-se de um manifesto contra a sociedade hierárquica de privilégios da nobreza, mas não um manifesto a favor da sociedade democrática e igualitária. Embora seu primeiro artigo dite que “Os homens nascem e vivem livres e iguais perante as leis”, ele também prevê a existência de distinções sociais quando defende a propriedade privada e uma assembléia representativa que não era democraticamente eleita.

Foram os princípios dessa Declaração que inspiraram a organização da Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada pela resolução 217 da Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948.

Uma leitura que não podemos deixar de fazer é que, ao final da Revolução Francesa, os anseios de igualdade social viram-se frustrados, pois a burguesia conservava a hegemonia política e, por esse motivo, impunha os interesses de sua classe social. A igualdade política ficou comprometida, pois os direitos de votar e ser votado ficaram, de fato, restritos à elite econômica.

A igualdade política pregada pela Revolução Francesa teve comprometimentos quando o direito de votar e ser votado ficou restrito mediante um modelo que tinha variantes de classificação censitária. Esse modelo de voto censitário se disseminou pelo mundo, inclusive no Brasil, onde o direito de voto não era universal simplesmente porque uma parte enorme da população continuaria por muito tempo atrelado à escravidão, ao analfabetismo ou era representada pelo gênero feminino.

O objetivo da Revolução de 1789 foi abolir a antiga forma de sociedade e promover profundas modificações na economia, na política, na vida cultural. Confiscou propriedades da igreja e transferiu para o Estado as funções da educação, que até então eram atribuições da Igreja e da família. Destruiu os privilégios da nobreza e promoveu o incentivo aos empresários.

A Revolução Francesa inaugurou uma realidade que provocou impacto e espanto compartilhado

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