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TEORIA: REVISÃO DA LITERATURA ATUAL

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Por:   •  29/5/2014  •  Tese  •  1.087 Palavras (5 Páginas)  •  446 Visualizações

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Estruturas Hibridas.

Desde os anos 1990, a aceleração dos processos de mudança organizacional (KANTER, STEIN E JICK, 1992; WILSON, 1992), o crescimento dos processos de fusão e aquisição (Gregoriou e Renneboog , 2007; Marks e Mirvis, 1998; The Econom ist, 1999a; The Econom ist, 1999b; Vasconcelos, Caldas e Wood,

2003), e os processos de privatização, especialmente nos países emergentes (Ramamurti, 2000), fizeram surgir o que se poderia denominar organizações híbridas, um novo “tipo ideal” (veja Lamme rs, 1988). No Brasil, diversos casos recentes podem ter gerado organizações híbridas, tais como a aquisição do ABN-Real pelo Santander, a fusão entre o Itaú e o Unibanco, o surgimento da Fibria, resultado da união entre a Aracruz Celulose e a Votorantim Celulose e Papel, e a criação da Brazil Foods, resultado da união entre a Sadia e a Perdigão.

Neste ensaio, procura-se apresentar as organizações híbridas como configurações resultantes de processos de mudança e que conservam, por muito tempo, no mesmo locus organizacional, características estratégicas, organizacionais e culturais distintas, originárias das matrizes que a constituíram, e que podem ser, eventualmente, antagônicas.

TEORIA: REVISÃO DA LITERATURA ATUAL

Nas últimas décadas, os termos ‘híbrido’ e ‘hibridismo’, cuja origem ocorreu na biologia, foram apropriados pelos campos da sociologia e dos estudos culturais, sendo o hibridismo associado a uma qualidade, um estado ou uma condição existencial (veja Bhabha, 2003; Haraway, 2000; Burke , 2003; Garcia-Canclini, 2003a; 2003b).

Organizações quase governamentais e híbridos que envolvem organizações sociais

No domínio da Nova Economia Institucional, o termo ‘organização híbrida’ é utilizado para referir-se a híbridos que operam entre o mercado e a hierarquia (Williamson , 1985; 1991), ou arranjos que combinam contratos e entidades administrativas de forma a garantir a coordenação entre parceiros

que ganham com a dependência mútua, porém precisam controlar os riscos de oportunismo (Ménard, 2004, p. 347).

O termo ‘organização híbrida’ surgiu na literatura científica nos campos da gestão pública e das organizações sem fins lucrativos, na década de 2000, relacionado a organizações que operam na interface

entre o setor público e o setor privado, atendendo tanto a demandas públicas como a demandas comerciais. Segundo tal literatura, exemplos de organizações híbridas incluem universidades públicas que prestam serviços de consultoria para empresas privadas e centros de pesquisa que desenvolvem estudos para laboratórios farmacêuticos (e.g, Lamb e Dav idson, 2004).

Híbridos, hibridismo e hibridização em estudos organizacionais

Além do termo organização híbrida, a literatura científica sobre organizações tem utilizado os termos ‘híbrido’, ‘hibridismo’ e ‘hibridização’ de forma variada. O Quadro 1 sumariza as principais contribuições da literatura para o entendimento desses fenômenos.

Comentários sobre a literatura existente

A análise da literatura existente permite deduzir que, nas organizações, o processo de hibridização e a condição híbrida contém um forte componente de indeterminação, pois pode desestabilizar os referenciais existentes e turvar as distinções entre cultura local e cultura corporativa.

A formação de híbridos pode ocorrer tanto pela mescla – voluntária ou involuntária – de características de

diferentes tipos de organização quanto devido a mudanças na organização (Hatch, 1997).

Causas para o processo de hibridização e para o surgimento das organizações híbridas

Mudanças relacionadas à globalização encontram-se entre as causas do processo de hibridização do surgimento das organizações híbridas. Entre tais

mudanças, destacamos: os limites experimentados pelo Estado no atendimento da população; a liberação

dos mercados nacionais, que aumentou a competição, provocando processos de privatização; o crescimento dos mercados de capital, acompanhado por processos de abertura de capital nas empresas,

os quais implicaram, frequentemente, grandes mudanças nos modelos de governança e de gestão, especialmente em empresas familiares.

Tais mudanças puderam ser testemunhadas, com nitidez, nos países em desenvolvimento, que experimentaram uma rápida transição para a economia de mercado (por exemplo, nos países do leste europeu) ou um rápido processo de abertura de mercado (por exemplo, nos países da América Latina) (Baumann, 2002).

Consequências da condição de hibridismo

É intuitivo perceber na situação de hibridismo um desafio para a gestão. Entretanto, para melhor compreender as consequências, é conveniente a adoção de um modelo conceitual simplificado.

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