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TRAJETÓRIAS DA FEMINILIDADE NA TRANSEXUALIDADE E NA TRAVESTILIDADE: UMA REVISÃO DOS PROCESSOS RIZOMÁTICOS DE TRANSFORMAÇÃO

Por:   •  4/5/2022  •  Trabalho acadêmico  •  5.161 Palavras (21 Páginas)  •  88 Visualizações

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TRAJETÓRIAS DA FEMINILIDADE NA TRANSEXUALIDADE E NA TRAVESTILIDADE: UMA REVISÃO DOS PROCESSOS RIZOMÁTICOS DE TRANSFORMAÇÃO DO CORPO FEMININO.

Artur Ferreira da SILVA1 Luísa Rezende da CUNHA1 Juliana Baptista SIMÕES2

1 – Concluinte do Curso Técnico em Química no IF Fluminense campus Itaperuna

2 – Doutora em Agroquímica com ênfase em Química Orgânica pela UFV, professora de química do IF Fluminense campus Itaperuna

Resumo: Desde a década de sessenta com o advento da pílula anticoncepcional, as pessoas têm pensado muito nos seus corpos a serviço delas mesmas. Para tanto as modificações corporais tem sido procedidas em todas as camadas da sociedade de diversas formas. Importantes agentes dessas transformações são as substâncias químicas tais quais a toxina botulínica, o silicone e especialmente os hormônios. O uso desses agentes químicos com intuito de modelagem corporal tem chamado atenção no que diz respeito ao processo transexualizador, vivido por transexuais e travestis, que misturam histórias de êxito e catástrofes. Nesse trabalho pretende-se fazer uma análise das trajetórias de mulheres transexuais e travestis para reconstrução de seus corpos, tendo em vista o uso dos hormônios e outras substâncias químicas nesse processo. É reconhecido que são processos múltiplos e terão diferentes caminhos e resultados se processando pelas diversas vias que se encontram nessas trajetórias, portanto é pretendido fazer uma análise interdisciplinar desses processos buscando reflexões acerca das realidades envolvidas quando se fala nas vivências transgêneras através da revisão e reflexão crítica da literatura existente acerca do tema nas diversas áreas do conhecimento.

 

Palavras-Chave: Transexualidade. Travestilidade. Terapia Hormonal. Interdisciplinaridade.

Abstract: Since the sixties with the advent of the birth control pill people have thinked a lot in her bodies in servisse from herselfes. For this the bodies modifications have been proceeded in all social levels by diferente forms. Important agentes of this transformations are the chemmical substances like the botulinum toxin, the silicone and specially the hormones. The use of this chemmical agents for body modelation have called attention when we talk about the processo f transexualization lived by transvestites and transsexual womans what mixes historys of success and disaster. In this article we intend to do na analysis of the trajectorys of transsexual womans and transvestites to hers body reconstruction looking for the use of the hormones and anothers chemmical substances during the process. Its recognised that these process are multiple and will have many diferente ways and results being processed in different roads found in the trajectories, so it is intended to do na interdisciplinary analysis of the processes seeking reflections about the realities involved when talking about transgender experiences through the review and critical reflection of existing literature about the subject in the various fields of knowledge.

Keywords: Transsexual. Transvestites. Hormone Therapy. Interdisciplinary.

EPISTEMES DE DESENVOLVIMENTO

        Este artigo visa cartografar através da revisão da literatura de diversas áreas do conhecimento uma parte da realidade dos processos de transexualização vivenciados por mulheres transexuais e travestis. Para tanto recorremos a proposta de rizoma de Deleuze e Guatarri em termos epistêmicos buscando uma construção das multiplicidades que estão envolvidas nesses processos. Logo as abordagens aqui discutidas perpassam pelo conhecimento químico, biológico, social, jurídico, farmacológico, psicológico e outras áreas as quais se correlacionam neste trabalho.

        É preciso entender inicialmente o conceito fundamental de que “Qualquer ponto de rizoma pode ser conectado a qualquer outro e deve sê-lo.” (DELEUZE e GUATARRI, 2004: 15). Assim sendo podemos definir que o presente artigo não se constitui de uma linha única e lógica de raciocínio específico que versa sobre um ponto único e isolado de uma realidade, mas sim diversos pontos e linhas que se entrelaçam das mais diversas formas entre si. Dessa forma buscamos um método de pesquisa e reflexão acerca da temática das vivências trangêneras que contemple sua multiplicidade e dê conta de se aproximar de uma cartografia, ou seja, de uma imagem dessas experiências.

        Há ainda que se ressaltar que este artigo é construído como parte de um trabalho maior que é desenvolvido pelos autores no Instituto Federal Fluminense – Itaperuna. E haja vista a metodologia escolhida é recomendado ao leitor que trace seus próprios caminhos ao ler este trabalho e não se prenda a uma conclusão única, fundamental e imutável, assim podendo trilhar as diversas linhas do rizoma as quais propomos e ainda criar as suas próprias para um entendimento amplo e representativo da realidade.  

AGENTES FARMACO-QUÍMICOS E REVOLUÇÃO ESTÉTICA

A primeira pílula anticoncepcional foi fabricada e comercializada nos Estados Unidos no início da década de sessenta, o Enovid-10 era uma pílula barata e que garantia eficiência como método de contracepção. Sua composição era basicamente de dois hormônios femininos, o mestranol (figura 1), uma derivação do estrogênio, e o norethynodel (figura 2), uma derivação da progesterona (LOGAN, s/d). Foi desenvolvido e comercializado inicialmente sobre o pretexto de amenizar os sintomas da menstruação, visto que até 1965 o uso de anticoncepcionais era proibido nos Estados Unidos (HARTL, s/d).

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Figura 1 – Estrutura do mestranol                   Figura 2 – Estrutura do norethynodel

Nesse período histórico florescem diversos movimentos de contracultura como o movimento hippie e o feminismo, a invenção do anticoncepcional tem parte fundamental nesse cenário, pois é ela que leva a uma nova ideia de sexo não apenas como método reprodutivo, mas como forma de obtenção do prazer (HARTL, s/d). É a partir disso que a geração de sessenta protagoniza uma revolução sexual confrontando o pensamento hegemônico tradicional. Esse grande confronto leva a um segundo que fica subentendido na questão: se o sexo pode ser usado também para o prazer e ao meu serviço, para isso é necessário controlar o corpo, logo este também deve estar ao meu serviço.

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