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Tempos Modernos

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Por:   •  23/9/2013  •  556 Palavras (3 Páginas)  •  337 Visualizações

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No inicio do filme tempos modernos, deparamos com cenas absurdas, como a tentativa de utilização da máquina alimentadora. O mecanismo é anunciado por um vendedor mecânico como uma máquina prática para alimentar seus empregados enquanto trabalham. Assim, procura-se eliminar os tempos mortos da produção. A tentativa é desastrosa. A máquina anunciada dá uma pane e quase eletrocuta o empregado. Depois de várias tentativas, o dono da fábrica desqualifica a máquina, porém era bastante notável o interesse do dono. Portanto não havia preocupação com o bem-estar do operário, todo procedimento que aumentasse a produção era bem aceito, independente se fosse prejudicar ou não o operário. O capitalismo tomava conta da fábrica, o importante era apenas a produção.

A mecanização do trabalho e a desvalorização do operário era um fato concreto, a divisão técnica do trabalho predominava, eram menores a espontaneidade e a expressividade corporal, e maior a instrumentalização do corpo, sendo um processo quase que mecanizado em que se perde um segundo atrapalha o serviço do segundo individuo responsável pela fixação da peça seguinte. Era um processo repetitivo muito estressante, e como consequência, o operário perdia a razão, ficava com problemas neurológicos e psicológicos, sentia dores por causa da lesão por esforço repetitivo. Mesmo não manuseando a máquina, o operário continuava a fazer movimentos estranhos e repetitivos.

Nesse contexto, corpo não significa apenas uma matéria orgânica. O que caracteriza o ser humano é todo um conjunto. Uma conexão de corpo e mente trás a essência para a vida.

Quando o personagem protagonizado por Charles Chaplin entra na loja de departamentos e começar a andar de patins de olhos vendados, é então evidenciado sua disciplina corporal. As cenas mostram com nitidez suas ações corporais, ele mostra a essência da vida, quando o corpo e a mente trabalham juntos, sem ferramentas, sem máquinas, na cena ele mostra o seu verdadeiro Don, mostra sua vocação, ao contrário das fábricas, em que o operário realiza tarefas isoladas, que correspondem apenas a partes específicas do produto final, não trazendo benefícios para o corpo.

O crescimento do trabalho com maquinário pegou de surpresa muitas pessoas da época, muitos não sabiam trabalhar com máquinas, por isso aceitavam qualquer trabalho para poder sobreviver. Por causa das greves e da mão de obra não qualificada, ao serem despedidos, operários acabavam optando pela marginalidade mais severa, os desempregados se juntavam, e armados cometiam Assaltos. Desta forma a marginalidade era construída, os excluídos praticavam de pequenos furtos ao assalto à mão-armada. Este era o meio de alguns trabalhadores da época conseguir o sustento. Em um trecho do filme, mostra um ex-operário e ex-companheiro de trabalho do personagem de Charles Chaplin, assaltando a loja de departamentos, certamente o ex-operário optou pela marginalidade por falta de emprego, pois a fábrica em que ele trabalhava havia fechado.

Nos dias de hoje não é muito diferente. Pessoas desempregadas, não qualificadas, que estão abaixo do mercado de trabalho, estão optando pela marginalidade para a sobrevivência. Por falta de opção e para não passar fome, trabalhadores aceitam qualquer emprego. A falta de uma formação deixa o empregado escravo do mercado de trabalho. Na maioria das vezes o

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