Teologia do antigo testamento
Por: jjadm2008 • 29/4/2017 • Trabalho acadêmico • 1.609 Palavras (7 Páginas) • 597 Visualizações
RESUMO
- O SURGIMENTO DOS PRINCIPAIS TEMAS RELIGIOSOS NO PERÍODO PROTO-ISRAELITA
A religião proto-israelita fica caracterizada nos períodos entre 1400 e 1200 a. C. onde historicamente só e possível identificar um ente chamado Israel apenas no território de Canaã, local onde as tradições contidas no Pentateuco foram elaboradas.
Apesar de todas as sobreposições feitas por interpretações posteriores foi possível delinear razoavelmente os traços mais importantes da religião dos pais. Além disso, se poderá presumir com toda a razão que também outros antepassados nômades ou seminômades de Israel tiveram uma religião nos moldes da religião dos patriarcas.
A ideia de Deus como criador do céu e da terra, que ao mesmo tempo de Deus meu e de nossos antepassados explica-se, portanto, de acordo com a mais antiga origem, precisamente como essa equiparação que se processou na historia mais remota de Israel e que pela mediação via Israel também se tornou acervo da fé cristã.
Como se pode depreender de textos egípcios acontecia com certa frequência que nos períodos de estiagem seminômades entravam na terra cultivada do Egito, permanecendo ai com seus rebanhos. Em uma relato egípcio dizia que um grupo ficou pastando próximo à região de Gosen, onde os filhos de Jacó teriam vivido, esse relato data o acontecimento no período de 1200 a.C. representando um paralelo também em termos cronológicos. Sendo assim Israel chegou ao Egito e algumas gerações depois foi submetido à opressão, onde o sendo de liberdade dos beduínos se rebelou contra isso desencadeando uma fuga. O personagem Moises exerceu uma função de liderança nesses acontecimentos e após ele Josué.
Não existe um relato objetivo a cerda do verdadeiro acontecimento e os textos antigos não trazem nenhum relato em sentido objetivo e não perseguem a intenção de reter da forma mais exta possível os acontecimento para os descendentes. Sendo apenas testemunhos de fé onde atestam o agir libertador de Deus naquele grupo.
Analisando os relatos do êxodo pode-se supor que existem duas tradições originalmente independentes que se juntaram provavelmente no estagio da transmissão oral. Contudo qual teria sido a importância do personagem Moisés, pois todas as características que apresentam o personagem são de períodos posteriores. Existe a suposição de que Moisés poderia ter sido um personagem semelhante a Abraão, Isaque e Jacó e outros, nesse caso o Deus do êxodo seria o mesmo Deus dos pais, aonde diante da opressão em terra estranha, esse Deus conduz seu povo à liberdade, outro fato que corrobora com essa afirmação e a apresentação de Deus na historia da sarça ardente onde Ele mesmo se intitula como o Deus de Abraão. Isaque e Jacó.
E mais coeso acreditar que apenas um pequeno grupo esteve no Egito, tornando-se portador dessa tradição. Isso pôde tornar-se uma confissão de todo Israel por existir uma profunda analogia entre a saída de Egito em sentido literal.
O fato de que a vida religiosa de um grupo pequeno, que mais tarde formou Israel, pode ser mais bem entendida do que há algumas décadas. Onde desde então ficou cada vez mais claro que a formação de Israel em sua consolidação em Canaã não se pode explicar unicamente pela imigração da estepe, e tampouco pela conquista por tribos invasoras de fora. Israel se constituiu também como resultado de um processo de transformação e deslocamento Inter cananeu.
No curso desses acontecimentos, as cidades feudais com sua religião a Baal perderam cada vez mais poder, cedendo-o a grupos e clãs que se soltavam dessa estrutura feudal e se organizavam de maneira nova. O resultado desse processo chama-se Israel. O êxodo também trazia sempre consigo a conotação da condução para dentro da terra prometida geograficamente definível, permanecendo, pois, relacionado com a constituição de um povo com nacionalidade livre em território próprio.
E fácil imaginar que a ideia de uma aliança já ingressou relativamente cedo no complexo, mas ainda há indícios nítidos de que o Sinai originalmente não foi o monte da celebração de um pacto, mas de uma teofania de Javé. Esses indícios atestam uma aparição de Javé, que a partir do Sinai ao Sul vem socorrer os seus. Há comprovantes egípcios do sec. XIII de que o nome de Javé era nome de um monte ou uma montanha na Transjordânia meridional e ao mesmo tempo de um deus ali venerado por beduínos. O capitulo 19 de êxodo nos versos 16-20 são compostos das fontes J e E, onde de acordo com a fonte J o episodio trata-se inequivocamente de uma explosão vulcânica com fumaça e fogo. Portanto o Sinai era um vulcão com o qual Javé foi identificado nos tempos mais antigos, ou onde Javé aprecia como erupção vulcânica que mais tarde foi intelectualizado e entendido como mero fenômeno colateral da teofania de Javé.
Ainda hoje o monte e chamado assim na península do Sinai localizado na península sul, porém o monte não é um vulcão. Vulcões existem a uma grande distância do Egito na região Noroeste da Arábia, territórios dos midianitas beduínos que segundo uma tradição, Moisés é genro de um sacerdote midianita que e apresentado como venerador de Javé e ensinou Moises sobre o seu Deus e onde Moisés recebeu sua vocação e revelação em Midiã. Sobre essa argumentação apoia-se que a tese de que Javé foi outrora o Deus dos midianitas, e Israel, ou grupos pré-israelitas, conheceram Javé por intermédio dos midianitas.
Naturalmente a origem de Midiã e a ligação com um vulcão midianita lançam também uma luz sobre o caráter de Javé. Diferente de El e também diferente do Deus dos pais, Javé é um Deus cuja teofania e acompanhada de explosões de caráter vulcânico possui qualidades terríveis, inacessíveis e era perigoso, como o vulcão sobre o qual se manifesta. A aparição de Javé na pratica implica uma reivindicação de exclusividade, não resta espaço par outros deuses e posteriormente isso se tornou típico para Israel.
O caráter único de Javé e a impossibilidade de figura-lo, no entanto, ainda e outro aspecto: o Deus sem imagem não tem uma deusa ao seu lado, razão pela qual, embora um sujeito masculino em termos gramaticais, ele de fto não e um homem. Contudo, imaginar ou representa-lo como deusa não apenas significa uma transformação sexual, mas distorceria completamente sua natureza que esta além de qualquer sexualidade, arrastando-o para dentro do pandemônio de ídolos gentílicos.
De modo geral a perícope do Sinai mostra Israel trazido do Egito, redimido da miséria da casa da servidão, e revelada no Sinai à natureza majestática de Javé. Essa revelação prende Israel a Javé e funda uma comunhão divino-humana. Israel, porém não corresponde à aliança exclusiva fundada sobre a revelação de Deus, mas afasta-se de Deus e volta-se para o ídolo do bezerro dourado. Colocando em cheque a recém-criada aliança e concomitantemente a redenção. A restauração do pacto, porém, de forma alguma é mera repetição da aliança. A ruptura permanece como uma cicatriz, como uma ferida sarada apenas em parte: no lugar da aliança da graça agora a aliança carece da lei, concretizando-se por parte do ser humano no cumprimento da lei que o protege contra si próprio.
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