Teoria De Resposta Ao Item (TRI) Na Demografia
Pesquisas Acadêmicas: Teoria De Resposta Ao Item (TRI) Na Demografia. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Janadominiguite • 16/9/2014 • 2.202 Palavras (9 Páginas) • 455 Visualizações
ESTATÍSTICA NA DEMOGRAFIA
Designa-se sob o nome de estatística demográfica, no singular, o método de análise quantitativa dos dados relativos à população ou, mais genericamente, a coleta e apresentação de informações estatísticas sobre a população. A mesma expressão, usada no plural, isto é, "estatísticas demográficas" ou "estatísticas da população", referem-se aos dados numéricos sobre a população, resultantes de observações ou informações que, depois de coletadas e criticadas ou expurgadas, a fim de eliminar os erros e omissões, são tabuladas segundo uma ordenação ou classificação em diferentes grupos ou classes. As operações de crítica e tabulação constituem a apuração de dados.
TEORIA DE RESPOSTA AO ITEM
A Teoria da Resposta ao Item, muitas vezes abreviada apenas por TRI, é uma modelagem estatística utilizada em medidas psicométricas, principalmente na área de avaliação de habilidades e conhecimentos
A partir de um conjunto de respostas apresentadas por um grupo de respondentes a um conjunto de itens, a TRI permite a estimação dos parâmetros dos itens e dos indivíduos em uma escala de medida. Por exemplo, considere o construto nível de qualidade de vida. Uma análise feita através da TRI pode estimar o nível de qualidade de vida do respondente (isto é, um parâmetro do indivíduo) e também os parâmetros dos itens, de modo a criar uma escala de medida de nível de qualidade de vida. Dentre as grandes vantagens da Teoria de Resposta ao Item sobre a Teoria Clássica de Medidas estão: ela possibilita fazer comparações entre traço latente de indivíduos de populações diferentes quando são submetidos a testes ou questionários que tenham alguns itens comuns e permite, ainda, a comparação de indivíduos da mesma população submetidos a testes totalmente diferentes; isto é possível porque a TRI tem como elementos centrais os itens e não o teste ou questionário como um todo; possibilita uma melhor análise de cada item que forma o instrumento de medida, pois leva em consideração suas características específicas de construção de escalas; os itens e os indivíduos estão na mesma escala, assim o nível de uma característica que um indivíduo possui pode ser comparado ao nível da característica exigida pelo item; isso facilita a interpretação da escala gerada e permite também conhecer quais itens estão produzindo informação ao longo da escala; ela permite um tratamento para um conjunto de dados faltantes, utilizando para isso somente os dados respondidos, o que não pode acontecer na Teoria Clássica de Medidas. Outro benefício da TRI é o princípio da invariância, isto é, os parâmetros dos itens não dependem do traço latente do respondente e os parâmetros dos indivíduos não dependem dos itens apresentados. Os diversos modelos de respostas ao item existentes se distinguem na forma matemática da função característica do item e/ou no número de parâmetros especificados no modelo. Todos os modelos podem conter um ou mais parâmetros relacionados aos itens e ao indivíduo. A distinção principal entre modelos da TRI refere-se à suposição sobre o relacionamento entre a seleção de opções de uma resposta e o nível do traço latente. Existem dois tipos de processo de resposta: o acumulativo e o de desdobramento. Foram desenvolvidos modelos de natureza acumulativa e de natureza de desdobramento para dados dicotômicos ou binários e politômicos, nominal ou graduados, modelos paramétricos e não paramétricos e modelos unidimen-sionais e multidimensionais.
APLICAÇÕES
A aplicação mais frequente da Teoria da Resposta ao Item são as avaliações de habilidades e conhecimentos em Testes de Múltipla escolha. A Teoria da Resposta ao Item, contudo, pode abranger também testes dissertativos além de poder abarcar várias outras áreas onde se deseja obter uma medida indireta de alguma característica, por exemplo: estimar a altura de uma pessoa através de um questionário com perguntas indiretas como "Você costuma abaixar a cabeça ao passar por uma porta?" onde sabemos que as respostas "sim" e "não" estão correlacionadas com a característica a ser medida indiretamente, no caso a altura da pessoa. Outras áreas proeminentes para a aplicação da Teoria da Resposta ao Item são os Testes Psicológicos e questionários em geral, com destaque para questionários que meçam o nível sócio-econômico dos pesquisados.
A Teoria da Resposta ao Item é utilizada em avaliações de vários países, onde os programas de avaliação mais conhecidos são o NAEP1 nos Estados Unidos da América, o ETS2 nos Estados Unidos da América, o GMAT3 nos Estados Unidos da América, o CITO4 na Holanda e vários outros. No Brasil o principal programa de avaliação que utiliza a Teoria da Resposta ao Item é o SAEB, que desde sua criação em 1995 a utiliza para estimar as habilidades e conhecimentos dos alunos do Ensino Fundamental e Médio das escolas públicas brasileiras através de amostragem do universo desses alunos. A partir de 2005 este programa busca avaliar de forma censitária toda a rede pública do país. O novo Enem, reformulado a partir de 2009, também faz uso da TRI5 , de forma a garantir a comparabilidade das notas entre diferentes edições. Esta foi a aplicação de maior impacto na divulgação da Teoria da Resposta ao Item.
MODELAGEM ESTATÍSTICA
Os modelos dependem do tipo de item e do tipo de processo de resposta. Eles podem ser acumulativos ou não acumulativos.
Modelos Acumulativos
Os modelos acumulativos surgiram para suprir deficiências da teoria clássica, principalmente em medidas de avaliação educacional, razão pela qual a maioria dos livros e artigos publicados da TRI definem estes modelos tomando sempre como exemplo de traço latente habilidade ou proficiência. Desta forma, se considerarmos então este traço latente, pode-se dizer que os modelos acumulativos da TRI são modelos em que a probabilidade de um indivíduo dar ou escolher uma resposta correta ao item aumenta com o aumento do seu traço latente, isto é,níveis maiores de traço latente conduzem a valores mais altos de probabilidade de resposta correta, apresentando um comportamento monotônico na CCI.
Modelos para Itens Dicotômicos
Dentre os modelos para itens com resposta dicotômica ou itens de múltipla escolha (corrigido como certo/errado) acumulativos destacam-se: o Modelo Logístico de 1 parâmetro, o Modelo Logístico de 2 parâmetros e o Modelo Logístico de 3 parâmetros.
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