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Teoria Do Serviço Social

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Por:   •  13/9/2013  •  1.328 Palavras (6 Páginas)  •  668 Visualizações

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TEORIA DO SERVIÇO SOCIAL

Husserl estava interessado em estudar a intencionalidade e como ela integra a consciência e o objeto. Para ele a intencionalidade é o ato de dar um significado, um sentido, encontrar uma referência de ligação, o elo entre o ser e a realidade, isto ocorre na consciência do indivíduo. O fenômeno integra a consciência e a realidade, e a fenomenologia é o estudo que quer saber como o indivíduo percebe o fenômeno. Se o fenômeno integra a consciência do indivíduo e a realidade (mundo exterior), a fenomenologia está interessada em saber também como o indivíduo se percebe. Em função da somatória de percepções que o indivíduo tem da realidade ele formará o que os fenomenologistas chamam de campo perceptual. Husserl estava interessado em entender as coisas através do mundo sensível e não suprassensível, em entender as coisas a partir das vivências dos indivíduos e como esses estabeleciam os significados para suas vivências. A realidade está dada. O ser humano, com os componentes essenciais de seu sistema nervoso como a memória, o raciocínio hipotético dedutivo, a imaginação, a criatividade, suas emoções, suas intuições e os limites do seu conhecimento acumulado, procura exatamente a compreensão da realidade. A ignorância o torna inseguro quando a realidade lhe provoca um novo desafio para aprender. Ele, muita vezes, enxerga esse desafio como ameaça. Essa forma de encarar aprendizagem é substancialmente fenomenológica, subjetiva.

O ser humano é o ser vivo mais complexo do planeta. Seu comportamento é multideterminado. Essa afirmação de que o ser humano é multideterminado apresenta já em si uma parte dessa complexidade. Quando se fala de determinação quer se encontrar exatamente objetividade. A ciência que se construiu nesses últimos séculos queria e quer exatamente ser a mais objetiva possível, e para isso desenvolve uma metodologia capaz não somente de explicar os fenômenos, mas de controlá-los. E para controlá-los seria preciso conhecer seus processos, funcionamentos, ou em alguns casos, as leis que regem sua ordenação. O comportamento humano, com toda sua variabilidade, síntese das motivações internas e externas (de cunho social) é alvo de uma ciência que procura construir leis que possam explicar muito bem seu funcionamento. É um método compreensivo e não explicativo, é indutivo e não dedutivo. Para o Serviço Social, a atitude fenomenológica se caracteriza pelo diálogo, conscientização, participação, compreensão intersubjetiva, captação intencional das vivências por meio da presença corporal. Exige conhecimento mútuo (assistente social/usuário) o que implica saber ouvir, sentir com, perceber. Em meados do século passado, surgiu em todo o mundo o movimento pela Reconceitualização do Serviço Social, que, no Brasil, foi motivado pela crise do paradigma positivista. Esse método já não atendia às necessidades do Serviço Social, em parte pelas suas lacunas inatas, e em outra parte pelas mudanças políticas, econômicas e sociais ocorridas no Brasil.

Positivismo, Fenomenologia e Dialética

A metodologia do dialogo necessita tanto do conhecimento da pessoa-assistente social quanto do conhecimento de que a pessoa-cliente é portadora, posto que um sem o outro inviabiliza a dialetização crítica e necessária do conhecimento. A pessoa-assistente social, na ajuda psicossocial é o “homem total”, sujeito racional e livre. A proposta de Anna Augusta exige uma metodologia que possibilite um trabalho em maior profundidade com as personalidades (ser-na-natureza) e uma fenomenologia que possibilite trabalhar em nível de entendimento (o serviço-como-pessoa). No método dialógico, a relação não se dá entre o sujeito pessoa-assistente social e seu objeto pessoa-cliente, e sim, dá-se entre duas pessoas, dois sujeitos.

A atitude fenomenológica nos faz reconhecer que cada caso é um caso, que a pessoa-cliente é dependente da posição e da situação em que está inserida, seja do ponto de vista da percepção do meio social, intelectual, sócio-cultural, histórico ou religioso. Torna-se necessário então, admitir o fenômeno, o que é dado, sem preconceitos, teorias ou juízos de espécie alguma, observando que, a cada retorno, a pessoa-cliente traz uma nova situação, cheia de significados e, portanto, sendo preciso recomeçar com a pessoa-cliente, ouvi-la, entendê-la, e não tentar enquadrá-la nesta ou naquela teoria. A Fenomenologia não apresenta uma proposta finalística para os problemas sociais nem para os problemas humanos, mas considera que a solução dos problemas está na pratica, valorizando a intersubjetividade das consciências – que é de onde a pessoa-cliente e a pessoa-assistente social têm projetos e aspirações – e buscando encontrar a essência através da experiência. O homem é visto, segundo a Fenomenologia, como ser individual, e único capaz de construir-se, considerando que o próprio homem, ou seja, a pessoa-cliente, ao interpretar os problemas por ela vividos, pode encontrar possibilidades, ela própria, para resolver os mesmos. A Fenomenologia enfatiza a importância do (que foi) vivido, pois tanto a pessoa-cliente quanto a pessoa-assistente social estão inseridos na relação e a influenciam com significados que

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