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Texto Jornalístico Na Alfabetização

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Por:   •  10/3/2014  •  1.660 Palavras (7 Páginas)  •  714 Visualizações

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Texto jornalístico na alfabetização

Concepção da alfabetização

Alfabetizar é um conceito amplo, portanto, torna-se fundamental compreender as várias concepções que o envolvem. Inicialmente, o ato de alfabetizar era considerado como um processo de decodificação, ou seja, que através de mecanismos repetitivos o aluno iria decorar os códigos, ou letras para simultaneamente ler e escrever.

Atualmente, a alfabetização não é vista como algo desconexo do mundo, ela envolve um processo de construção de conhecimentos, e carrega a pretensão de reconhecer os educandos como sujeitos autônomos, críticos na sociedade para serem sujeitos ativos, que possuam a competência de transformar a sociedade, para que seja mais justa igualitária e cidadã. Segundo Ferreiro e Teberosky,

A posição que sustentamos reiteradamente é que o marco da teoria do desenvolvimento cognitivo de Piaget é apto para compreender os processos de apropriação de conhecimentos envolvidos na aprendizagem da lecto-escrita. Dizemos apropriação do conhecimento, e não aprendizagem de uma técnica. Contudo o que essa apropriação significa aqui como em qualquer outro domínio da atividade cognitiva: um processo ativo de reconstrução por parte do sujeito que não pode se apropriar verdadeiramente de um conhecimento senão quando compreendeu seu modo de produção, quer dizer, quando o reconstituiu internamente. (1985, p. 275).

Isso quer dizer, que cada sujeito deve reconstruir o processo de leitura e escrita percorrido pela humanidade de forma pessoal e original.

A criança elabora hipóteses que juntamente com as experiências vividas, enriquecem e significam o processo. É por isso que se enfatiza a importância de que as crianças entrem em contato com o uso social da leitura e da escrita, reconhecendo a função social da linguagem.

Construtivismo e sócioconstruvismo

Para Vygotsky, a natureza humana só pode ser entendida quando se leva em conta o desenvolvimento sociocultural dos indivíduos. Não existe um indivíduo crescendo fora de um ambiente cultural. Desde o nascimento, o bebê passa a integrar uma comunidade marcada por hábitos, gestos, linguagens e tradições específicas, que orientam os rumos do desenvolvimento infantil.

Para o sócio construtivista o papel da linguagem é fundamental. Mais do que uma simples auxiliar do pensamento, ela é uma poderosa "ferramenta cultural", capaz de modificar os rumos do desenvolvimento. Outros sistemas simbólicos, como a linguagem matemática, também são vistos como poderosos instrumentos para o pensar. O processo de aquisição de todos esses instrumentos é essencialmente dependente das interações das crianças com os outros, especialmente com adultos que utilizam e dominam as diferentes linguagens simbólicas.

Ferreiro e outros pesquisadores mostraram que a criança não chega à escola sem saber nada, pois traz consigo sua bagagem histórica, cultural e social. Assim sendo, devemos trabalhar a partir do que a criança nos mostra que sabe, ou seja, o que ela já domina, e assim tornar a aprendizagem mais desafiadora.

Psicogênese da linguagem escrita

Baseado nestas questões sobre aprendizagem, podemos agregar os estudos da Psicogênese da Língua Escrita de Emília Ferreiro (1985), que vieram estabelecer níveis progressivos para o desenvolvimento da escrita e que ajudam a melhor identificar a etapa vivenciada por cada sujeito em determinado espaço de tempo.

O processo de alfabetização depende também das experiências prévias de cada alfabetizando, que acontecem antes mesmo da educação escolar, através das atividades não formais que as crianças vivenciam e, assim, podem criar estratégias para tentar identificar, interpretar o que está no texto codificado pelas letras. Verificamos que as crianças quando estão mediante um texto, elaboram hipóteses e tem critérios investigativos, para descobrir e desvendar as informações que os jornais, os livros, as revistas, os outdoors, as placas, os rótulos comportam. Utilizam informações prévias como: tipo e tamanho de letra se são colorida ou discreta, retiram indícios das gravuras que otexto traz e, assim, elaborando uma possível representação da mensagem. Todo este repertório de investigação está num processo mental reflexivo elaborado desde as primeiras noções que podem construir em torno da leitura, esse conjunto é o que constitui o contexto do universo de letramento, numa mútua implicação com a alfabetização.

Da mesma forma, ao escrever percorremos o caminho das predições, de interpretar e combinar significados, na tentativa de decifrar e se apropriar deste código escrito, o mais semelhante possível ao modelo convencional. É importante que estes passos iniciais ocorram com situações significativas, a exemplo da escrita do seu nome próprio e de seus familiares, amigos e colegas, palavras e textos de seu interesse. Utilizando a abordagem teórica de Ferreiro, descrita por Kato, encontramos quatro diferentes níveis de escrita.

No nível Pré-Silábico a escrita não apresenta nenhuma correspondência sonora, isto é, que não fazem correspondência entre grafia e som. [...] No nível Silábico, a criança procura efetuar correspondência entre grafia e sílaba, geralmente uma grafia para cada sílaba o que não exclui alguns casos problemáticos derivados de exigências de quantidade mínima de letras. [...] No nível Silábico-Alfabético a sistematicidade da tarefa executada pela criança se dá no sentido de que cada grafia corresponde a um som. [...] No nível Alfabético, a escrita é organizada com base na correspondência entre grafias e fonemas. (FERREIRO, apud KATO, 1994, p. 55).

Na passagem de um nível de entendimento para outro superior está a essência da aprendizagem que, acompanhada pela reconstrução de novas estruturas, novas hipóteses e esquemas de compreensão, fazem do aprender um processo contínuo, infindo em suas possibilidades, até mesmo, no processo de alfabetizar-se permanentemente em outros/novos textos e contextos.

É indispensável que a partir desta concepção suponhamos que quanto maiores as vivências e mais qualitativas forem as interações com materiais escritos – o que compreende a construção de um mundo letrado de significado - maior facilidade terá a criança para compreender a alfabetização

Ferreiro aborda que “aprender a ler e a escrever, em uma sociedade letrada, tem o significado de apropriação de poder, de um instrumento que permite

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