Trabalho De Contabilidade
Monografias: Trabalho De Contabilidade. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: luizvaneide • 1/11/2014 • 2.391 Palavras (10 Páginas) • 216 Visualizações
A Contabilidade como ciência,
seu objeto e método de análise
Percurso histórico da Contabilidade
Contabilidade é uma ciência. Ciência porque, no sentido positivista de
ciência, possui objeto de estudo, que é o patrimônio das entidades e tem um
método próprio de análise, que é o das partidas dobradas. Se quiser, ainda,
há um axioma derivado do próprio método que diz: “todo débito possui um
crédito correspondente”.
Embora se atribua a criação das “partidas dobradas” a Luca Bartolomeo
de Pacioli (1445-1517), com a sua obra datada de 1494, Tractatus de Compu-
tis et Escripturis, que na verdade era o tratado número XI da primeira parte
intitulada Summa de Arithmetica (todo o conjunto da obra recebeu o nome
de Summa de Arithmetica, Geometria Proportioni et Proportionalita), tal fato é
absurdo do ponto de vista historiográfico. Pacioli sistematizou e eternizou
tal prática em sua obra, jamais a criou. Na obra, Pacioli faz alusão a esse pro-
cedimento como “el modo de Vinegia” ou, seja, o método de Veneza. Portan-
to, a Contabilidade nasce como ciência em 1494 e Pacioli foi seu precursor.
Depois dele vieram:
Francesco de Villa –
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La Contabilità Applicatta alle Administrazioni Private
e Plubbliche;
Antonio Tonzig – juntamente com Francesco de Villa, são os precurso-
?
res da chamada Escola Administrativa de Contabilidade;
Giovanni Massa – autor do
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Trattato Completo di Ragioneria;
Vicenzo Mazi – definiu em 1923 o patrimônio como objeto de estudo
?
da Contabilidade;
Giovani Rossi – precursor da Escola Matemática de Contabilidade;
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Giuseppe Cerboni – fundador da Escola Toscana;
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A Contabilidade como ciência, seu objeto e método de análise
Fábio Besta – enfatiza que o valor é o elemento fundamental da conta
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e se aproximou em definir o patrimônio como objeto de estudo da
Contabilidade. Autor de La Ragioneria;
Eugen Schmalenbach – fundador da Escola Alemã;
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Gino Zappa – seguidor da tradição da Escola Veneziana;
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Francisco D’Auria – introduziu no Brasil a corrente do pensamento
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universalista;
Antonio Lopes de Sá – avançou com a Contabilidade para a chamada
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corrente neopatrimonialista.
O frade toscano Luca Bartolomeo de Pacioli foi, portanto, o primeiro ex-
positor do método que os venezianos utilizavam empiricamente nas ativi-
dades mercantis. Além disso, Pacioli ensina em seu livro boas maneiras de se
conduzir um negócio e como ser um comerciante de sucesso. Três coisas são
importantes, ensinou o mestre:
capital (
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pecunia numerata) – sem o qual é impossível iniciar qual-
quer transação;
ser um bom contador e guardar a documentação (
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buon ragioniere e
pronto computista);
colocar em ordem a documentação para que possa rapidamente ter
?
informação dos créditos e débitos.
Conclui-se que o método das partidas dobradas já era de franco conhe-
cimento empírico dos comerciantes venezianos. Um forte relato histórico,
conforme explica Carvalho (1994, p. 20) é o Libro Della Masseria1, datado de
1340, portanto 154 anos antes da obra de Pacioli, que era todo escriturado
em partidas dobradas. Um documento de uma empresa chamada Donado
Soranzo & Irmão, em Veneza, datado de 1410 a 1416, tinha sua escrituração
baseada em débito e crédito correspondentes. Vejamos:
A partir de 1340 vem-se generalizando na Itália o emprego das partidas dobradas. Os
arquivos de Veneza fornecem belos documentos em que ainda hoje se pode estudar
o seu contínuo desenvolvimento. Um desses documentos, do qual possuímos uma
bela fotografia, é um razão da firma Donado Soranzo & Irmão, negociantes daquela
cidade, escriturado nos anos de 1410 a 1416. Nesse Razão cada débito tem um crédito
correspondente –, e o método aparece nele claro, perfeito, inteiramente compreensível,
com toda série de contas pessoais, de movimento e diferenciais ou de resultado. Luca
1 Na obra de Carvalho
(1994) aparece a grafia
“wasseria”,
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