Trabalho, Educação e Produção do Conhecimento
Por: Mayara Nunes Caetano • 1/11/2018 • Abstract • 660 Palavras (3 Páginas) • 170 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
Discente: Ana Clara Luna [a]
Matrícula: 216010159
Docente: José Rodrigues
Disciplina: Trabalho, Educação e Produção do conhecimento
Acordo às cinco horas da manhã. Levanto, lavo o rosto, preparo um café e a marmita do homem. Tenho que fazer tudo as presas [b]pois se ele acordar e não estiver tudo pronto, ouvirei até amanhã. Ele acorda, se prepara para o trabalho e sai. Ainda preciso acordar as crianças e prepara-las para quando a mulher vier buscar para ir a creche esteja tudo pronto. Todos em seu devido lugar, está na hora de eu ir trabalhar.
Caminho cerca de cinco minutos, sobe morro, desce morro. Chego na casa da patroa e normalmente me deparo com uma pia cheia de louças do jantar da noite anterior, me ponho a lavar e começar a preparar o almoço para que esse esteja na mesa antes de todos da casa chegarem para almoçar. Almoço preparado, está na hora de arrumar a casa.
Arrumo as camas, as roupas jogadas pelo quarto das duas adolescentes e arrumo também os banheiros. Hoje é sexta, o dia mais cansativo, além de fazer as refeições e arrumar a casa, preciso lavar os banheiros e o quintal. Me adianto, os quartos precisam estar arrumados para quando as crianças [c]chegarem do colégio puderem descansar.
Casa arrumada, tudo em seu lugar. Preciso lavar o quintal e preparar o jantar. Essa hora do dia a patroa e as filhas já estão em casa, essas meninas foram criadas sempre com alguém para fazer tudo por elas e se mantém assim até hoje, sou em que põe e retira os pratos da mesa e ainda leva no quarto tudo que elas precisam, o portão também sou eu quem abro quando há alguém por lá, nessa casa tudo sempre sou eu.
Entretanto não tenho muito o que reclamar, estou aqui neste lugar juá fazem vinte anos, foi o meu emprego mais importante. Sempre me pagaram tudo que eu tinha como direito, férias, décimo terceiro, carteira assinada e até o meu INSS. Tenho um carinho por eles como se fossem a minha família, essas meninas são como minhas netas e a patroa uma filha. Não me imagino trabalhando em nenhum outro lugar, acho até que é muito para mim, uma mulher, analfabeta, com mais de cinquenta anos e que só sabe executar tarefas domésticas. Eles são até muito bons para mim.
Vai chegando o fim de tarde e ainda há muitas funções para serem feitas, roupa para passar, banheiros para lavar e janta para fazer. Faço a janta, até porque o patrão já já vai chegar do trabalho e ele vai querer a janta pronta. Jantar servido e todos satisfeitos, vamos lá, tem muita coisa ainda para ser feita e preciso ir para casa.
Nove horas e quarenta e cinco minutos, preciso deixar comida para os cachorros e pôr o lixo para fora, daí posso ir. Tudo feito, hora de ir, subo o morro, atravesso umas ruas escuras e peço proteção aos meus santos, desce morro e caminha até em casa. Dez horas da noite, chego em casa e o desespero me bate, o trabalho não acaba, tenho muita coisa para fazer aqui ainda. As crianças não dormem enquanto não chego, preciso dar janta, banho e colocar para dormir. O homem está de cara feia no sofá porque ainda não tem janta pronta, preciso aprontar e ainda fazer mais para a marmita dele de amanhã, não sei nem que horas vou deitar, a casa está completamente revirada e ainda tenho que arrumar. Que bom que a patroa diminuiu os meus dias para três dias na semana, acho que se continuasse no ritmo de ir todos os dias eu não ia aguentar. É duro ter dois trabalhos e mais duro ainda um não conseguir compensar o outro, trabalho dobrado e cansaço quadruplicado.
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