Tratamento Trauma Na Gestante
Casos: Tratamento Trauma Na Gestante. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: 38344636 • 3/12/2014 • 3.668 Palavras (15 Páginas) • 910 Visualizações
Introdução
A gravidez é compreendida por aproximadamente 40 semanas de gestação que vai desde a concepção até o nascimento, no qual é divido em três semestres. O primeiro termina por volta da 12ª semana de gestação, o segundo é um período um pouco mais longo que os outros dois que termina por volta da 28ª semana (PHTLS, 2007). Fisiologicamente ao longo da gravidez ocorre o desenvolvimento do feto, já no primeiro trimestre o útero é fortemente protegido pelos ossos da pelve materna, pois até a 12ª semana de gestação ele ainda é um órgão intrapélvico, no segundo trimestre encontra-se na altura do umbigo entre 20 a 22 semanas, consequentemente ocorre o aumento da quantidade de líquido que é considerado um fator de proteção para ele, mas por esse motivo no caso de ocorrer um trauma abdominal fechado o feto torna-se vulnerável a ter uma embolia de líquido amniótico e uma coagulação intravascular disseminada que será diagnosticada pela redução de fibrinogênio abaixo de 250mg/dl. E por último no terceiro trimestre a parede uterina vai se tornando mais fina e o feto que agora ocupa quase totalmente a cavidade do útero passa a ter uma maior exposição ao trauma o que diminuíra os cuidados diretos de primeiros socorros com a mãe e aumentará os cuidados indiretos com o feto (CORSI; RASSLAN, 2004; BERGERON et al., 2007; PEREIRA JÚNIOR, et al., 1999).
Antigamente era raro gestantes vítimas de trauma, mas hoje tem se tornado um problema cada vez mais comum que vem aumentando as estatísticas de morbimortalidade, principalmente nos grandes centros urbanos, e os mais comuns são acidentes automobilísticos e por armas de fogo. Esses tipos de acidentes acarretando mortes maternas e perinatal poderiam ser evitadas, pois dependem de atitudes de prevenção primária por parte das pessoas, dos fabricantes de veículos, e secundariamente num melhor treinamento da equipe de saúde que trata de urgências e emergências à gestantes vítimas de trauma (COSTA, RAMOS; SERRANO, 2005).
O índice de traumatismos em gestantes era desconhecido, mas o trauma ainda é a principal causa de morte não obstétrica mais freqüente durante a gravidez, pois a mesma não aumenta a mortalidade após o trauma ele só influenciará o padrão de lesão sofrida. A estimativa atualmente é que 6 a 8% das mulheres grávidas possam sofrer alguma forma de lesão, uma em 14 procuram assistência médica nesses casos e cerca de três a quatro em 1000 são internadas em decorrência do traumatismo (OMAN, MCLAIN; SCHEETZ, 2003; FRAGA, et al., 2005).
As causas de mortes maternas têm sofrido freqüentes mudanças nas ultimas décadas, essa freqüência vem diminuído apesar de ainda estar alta, isso em decorrência da melhoria nos cuidados com pré-natais, no parto e na diminuição de mortalidade por complicações como hipertensão, hemorragia e infecção. Em relação à morte materna por trauma nos países desenvolvidos a mesma é responsável por cerca de até 46% das mortes, a perda do feto alcançam dados de 4 e 61% dos casos de trauma isso dependendo da gravidade do dano e do tempo de atendimento (FRAGA, et al., 2005; MARTINS, RAMOS; SERRANO, 2005).
O atendimento a gestante não deve ser diferenciado das pessoas não gestantes, mas requer uma atenção especial devido às alterações fisiológicas que ocorrem durante a gestação. Diante disso tornam-se imprescindíveis mais pesquisas sobre o tema, para que profissionais e acadêmicos da área da saúde tenham mais informações sobre o atendimento adequado a gestante traumatizada. Visto que o assunto é pouco trabalhado e às vezes tratado com displicência pelos mesmos.
Diante do exposto acima, estabelecemos como objetivos desta pesquisa analisar as produções científicas sobre trauma gestacional no que diz respeito as suas particularidades e condutas no atendimento.
Materiais e métodos
Trata-se de uma revisão literária do tipo descritiva que inclui artigos de periódicos eletrônicos e obras literárias, publicados no período de 1999 a 2007. A pesquisa dos periódicos foi feita na base de dados do Scielo, utilizando-se os termos “trauma”, “gestação” e “trauma gestacional” como unitermos da busca. Foram analisados 4 artigos científicos e 4 obras literárias pertinentes ao tema. O critério de seleção foi à abordagem dos subtemas nos quais se dividem este estudo: alterações da gestação, tipos de trauma, avaliação no atendimento à gestante, complicações e prevenção de acidentes. Os critérios de exclusão foram artigos com datas de publicação inferiores ao ano de 1999 e que não condizem com o assunto. Foi realizado um levantamento de dados e comparação entre opiniões de diversos autores, fazendo com que a análise documental a respeito do assunto permita delinear um quadro generalista e com riqueza de informações a respeito de cada subtema.
Revisão bibliográfica
Alterações da gestação
A gravidez envolve uma fisiologia diferente, ocorrem algumas alterações normais como: o volume sanguíneo aumenta cerca de 30 a 40% através de um mecanismo compensatório de perda do sangue em decorrência do parto, os batimentos cardíacos aumentam em torno de 15 a 20% acima do valor normal, a pressão arterial aumenta de 10-15 mmHg já no segundo trimestre diminui de 5-15 mmHg, no final da gestação voltam ao normal, o debito cardíaco aumenta cerca de 1 a 1,5 litros por minuto (PHTLS, 2007). “Não cometa enganos utilizando-se dos mesmos parâmetros do choque para as mulheres não grávidas”. (BERGERON, et al. 2007, p. 446-447).
O metabolismo e o consumo de oxigênio aumentam cerca de 20% durante a gestação, esse consumo aumenta em decorrência das maiores necessidades metabólicas das mamas, útero, placenta e do crescimento fetal, incluindo maior trabalho respiratório e muscular por causa da modificação no peso materno. Esse aumento no consumo de oxigênio associado à redução da capacidade residual funcional abaixa a reserva de oxigênio da mãe e seqüencialmente aumenta o riso de hipoxia do feto em resposta à apnéia ou hipoventilação da mãe (PEREIRA JÚNIOR et al., 1999).
A gestação aumenta o fluxo sanguíneo renal e a taxa de filtração glomerular ocorrem ainda queda dos níveis plasmáticos de creatina e uréia pela metade dos valores normais. E é comum as grávidas apresentarem glicosúria (PEREIRA JÚNIOR, et al., 1999). O aumento do útero na gestação resulta em compressão vesical, ocorre diminuição do tônus da bexiga aumentando a capacidade e retardamento no esvaziamento
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