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Tribos Urbanas

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Por:   •  12/5/2014  •  731 Palavras (3 Páginas)  •  904 Visualizações

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1. TRIBOS URBANAS

Desde tempos remotos que a população se organiza em tribos, isto é, grupos com hábitos e vestuários semelhantes. Seguindo esta concepção, surge pela primeira vez em 1985 o conceito de uma “tribo urbana” introduzido pelo sociólogo Michel Maffesoli, referindo-se a criação de pequenos grupos cujos elementos se unem por partilharem os mesmos princípios, ideais, gostos estéticos e/ou musicais que assumem maiores evidencias na fase da adolescência. Segundo Maffesoli as tribos urbanas surgiram num esforço de diferenciação dos jovens e reúnem particularidades que as distinguem do resto da sociedade e que as identificam a fim de contestar o próprio individualismo vigente no mundo contemporâneo.

Michael Maffesoli evidencia que, junto ao neotribalismo, há um renascimento dos mitos, os quais retornam sob a forma de uma história que os grupos contam sobre si e remetem as origens “fantásticas”, com seus heróis e histórias originárias. Junto com os mitos, há ainda os ritos, os quais aparecem como uma forma de organizar a vida dos grupos em torno de eventos que os reúnem.

As tribos urbanas são múltiplas e variadas, cada uma com um código ético e moral que atribuem sentido às suas ações e refunda uma tradição fundamentada no mito e em seus ritos. Essas tribos também orientam as identidades de seus membros. Ao se associar, o membro de uma tribo o faz com uma identidade partilhada e, dessa forma, não se trata apenas de uma identidade individual, mas de uma identidade comum à tribo a que pertence.

Grupos, independente de sua configuração e movimento, constituem forte referência como espaço de investimento emocional, onde os sujeitos organizam outras relações com a realidade. O singular e o coletivo se constituem mutuamente, enredando conflitos e acordos, semelhanças e diferenças, relações de confiança, trocas culturais, produção de significados, que se evidenciam nas ações cotidianas.

Comum às abordagens mais recentes parece ser o reconhecimento do poder da estética e da visualidade no contexto juvenil. Todavia, ao contrário daquilo que era compreendido pelo paradigma subcultural, a imagem é concebida como um recurso ao dispor do indivíduo, passível de uma aplicação estratégica e divertida, mais associada a operações de inventividade pessoal e coletiva do que a vínculos socioculturais de natureza estrutural.

As atividades do grupo decorrem de relações com outros grupos e com a sociedade, assim como dos interesses e aspirações de seus participantes. Entende, não obstante, que ali estão implicadas relações de poder e de afetividade que mobilizam outras relações e a valorização de alguns de seus membros, exigindo uma reflexão de como se inseriram no grupo e quais as situações concretas dessa inserção.

De acordo com o que Sartre afirma, o grupo está sempre em movimento, numa tensão permanente entre a serialização e a totalização. O que se caracteriza pela formação de um coletivo que se forma por uma necessidade do meio (fila de ônibus, no caixa de supermercado, dentre outros) e que se dispersa tão logo foi realizada a atividade. O grupo, por sua vez, constitui-se nas lutas contínuas de superar a “mesmice” e a separação, e compor relações que configurem objetivos em comum.

O grupo é síntese das relações humanas, efetivas e concretas,

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