Um Aspecto Importante Na Análise Marxista (particularmente Aquela Inspirada Nos Textos Dos Grundrisse) Da Individualidade Do Ser Humano é A Referência Explícita E Literal Que Marx Faz à Famosa Definição Aristotélica De Homem (presente Tanto Na Pol
Trabalho Universitário: Um Aspecto Importante Na Análise Marxista (particularmente Aquela Inspirada Nos Textos Dos Grundrisse) Da Individualidade Do Ser Humano é A Referência Explícita E Literal Que Marx Faz à Famosa Definição Aristotélica De Homem (presente Tanto Na Pol. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: danelle • 13/3/2014 • 654 Palavras (3 Páginas) • 1.358 Visualizações
Um aspecto importante na análise marxista (particularmente aquela inspirada nos textos dos Grundrisse) da individualidade do ser humano é a referência explícita e literal que Marx faz à famosa definição aristotélica de homem (presente tanto na Política como na Ética a Nicômaco) como zoon politikon (animal político). Para Aristóteles ‘o homem é por natureza um animal político’, isto é, um ser vivo (zoon) que, por sua natureza (physei), é feito para a vida da cidade (bios politikós, derivado de pólis, a comunidade política). No contexto da filosofia de Aristóteles, essa definição é plausível e revela a intenção teleológica do filósofo na caracterização do sentido último da vida do homem: o viver na pólis, onde o homem se realiza como cidadão (politai) manifestando, no termo de um processo de constituição de sua essência, a sua natureza.” (Prof. Dr. César Augusto Ramos - Prof. Filosofia Política – Depto de Filosofia da UFPR) Aristóteles definiu os seres humanos como sendo “animais políticos”. A base para sua colocação, tantas vezes mal-interpretada, partiu da premissa de que somos seres sociais e que, por conta das particularidades dos espaços nos quais desenvolvemos nossas vidas, temos maior propensão e melhor adaptabilidade ao espaço urbano, a cidade ou, de forma mais adequada ao contexto de vida daquele pensador grego, a “pólis”. O termo “pólis” tem estreita ligação com a vida dos helenos (gregos) da Antiguidade Clássica, pois define as bases territoriais de vida social e política em que se assentavam as comunidades unidas por fatores de proximidade entre as pessoas, como origens familiares, tribais, étnicas, linguísticas e culturais. Surgidos a partir da migração de povos provenientes da Europa Oriental, Ásia e da Ilha de Creta (Civilização Micênica), como os jônios, dórios, eólios e os micênicos (ou cretenses), os primeiros povoados gregos, regidos pelos “pater” e, portanto, baseados na célula mater das sociedades, as famílias, deram origem as cidades gregas, as pólis. A compreensão de Aristóteles, grego de gerações posteriores a conformação sócio-política e cultural que deu origem a cidades esplendorosas como Atenas e Esparta, portanto considera que, enquanto degrau evolutivo da humanidade, a pólis (cidade) configura o espaço máximo de expressão e realização humana, mas que tudo isso depende, porém, da forma como as pessoas irão conduzir esta existência coletiva. A utilização da expressão “animal político” leva em consideração tanto o fator geográfico, físico e as questões relativas à delimitação de fronteiras – que por sua vez estipulam não apenas os espaços por onde podem e devem transitar os membros de uma determinada comunidade, como também os elementos e características que os definem social e culturalmente – como também pede e define como imprescindível a criação de regras, leis, bases de convivência e elementos de governabilidade. E é, justamente, nesta migração para bases elementares para a coexistência pacífica entre os membros de uma mesma comunidade que se define aquilo que atualmente identificamos e intuímos ser “política”. Os gregos, em especial os atenienses, discutiam as questões de interesse público, obviamente também mescladas a elementos mobilizadores de base particular, em praça pública, na chamada “ágora”. Mas a experiência da democracia direta, mesmo porque
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