Valor Economico

ATRASOS IMPEDEM O BRASIL DE TIRAR PROVEITO DE SEDIAR A COPA.

A Fifa cobra as autoridades brasileiras, as obras e leis que precisam ser finalizadas para realização da COPA do Mundo de 2014. Mas para minimizar o atraso, algumas autoridades já disseram que “a Fifa deve mais ao Brasil do que o Brasil à Fifa”. Referindo-se ao fato de ter o Brasil popularizado o futebol no mundo.

A polêmica é grande, pois já se passaram cinco anos desde a escolha do Brasil pela Fifa, sem que avanços consistentes tanto no legado a ser deixado pela Copa, tanto pelas obras que estão só 26% na média concluídas.

Segundo o jornal Valor Econômico de 25 de janeiro de 2012, entre setembro de 2011 e janeiro deste ano, pelo menos 19 obras descumpriam o cronograma previsto na matriz de responsabilidades da Copa. Dados da Caixa Econômica Federal, principal agente financiador dos projetos, mostra que apenas R$194 milhões haviam sido liberados, de um total de R$ 5,3 bilhões.

Alguns projetos beiram nem sair do papel como o monotrilho de Manaus e o metrô leve de Brasília. Outros podem se transformar em “elefantes-brancos”, como Natal, Manaus, Cuiabá e Brasília, pois a rentabilidade gerada pela arena não cobrirá seus custos de manutenção, segundo o órgão fiscalizador.

Uma decisão acertada, mas que poderia trazer mais benefícios para o país se fosse realizada sem tanta correria, foi a privatização dos aeroportos de Viracops, Brasília e Guarulhos que correspondem a 30% da movimentação de passageiros.

“A Demora na tramitação do projeto enviado pelo governo já superou os limites do bom senso”, diz jornal Valor. A Lei Geral da Copa ainda não foi aprovada. Inúmeras modificações feitas pelos Deputados e a Casa Civil, deixou sem permissão explícita a venda de bebidas alcoólicas durante o torneio. Na África do Sul, último país sede do torneiro, já tinha sua legislação em vigor cinco anos antes. A Russia, que vai sediar em 2018, pretende aprovar sua lei geral ainda este ano.

Fica a pergunta se o Brasil irá conseguir tirar proveito por sediar um evento tão grande, que poderia trazer inúmeros benefícios para a sociedade. Ou perderá sua base moral para qualquer outra candidatura.