Variações linguísticas: diatópica e diastrática
Artigo: Variações linguísticas: diatópica e diastrática. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: tpssa • 15/3/2014 • Artigo • 1.107 Palavras (5 Páginas) • 208 Visualizações
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
ADMINISTRAÇÃO
SÉRGIO INÁCIO DE SOUZA JÚNIOR
PORTIFÓLIO
VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS: DIATÓPICA E DIASTRÁTICA
Maceió
2010
SÉRGIO INÁCIO DE SOUZA JÚNIOR
PORTIFÓLIO
VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS: DIATÓPICA E DIASTRÁTICA
Trabalho apresentado ao Curso de Administração da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para a disciplina de Comunicação e Linguagem .
Prof. Marcelo Silveira
Maceió
2010
VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS: DIATÓPICA E DIASTRÁTICA
A variação lingüística mais evidente é a que corresponde ao lugar em que o cidadão nasceu ou no qual vive há bastante tempo. Há jeitos de pronunciar as palavras, há melodias frasais diferentes de região para região. A variação mais famosa do Brasil é o “s” chiante do carioca da gema. Antes de continuar, um adendo ao que acabei de escrever: o adjetivo “chiante” não é depreciativo ao modo de falar do carioca, e sim um termo usado na fonologia – ou fonética – que representa um som cujo ponto de articulação é pré-palatal, como ocorre nas palavras “chá” e “já”. É assim que o carioca pronuncia o “s”. E a locução “da gema”? Você sabe o significado dela? É o mesmo que “sem mistura, genuíno, puro”. Carioca da gema, portanto, é o cidadão nascido na cidade do Rio de Janeiro; não aquele que para lá foi e lá vive há muitos anos. Voltemos à variação linguística, então: dizia eu que a mais famosa é o “s” chiante do carioca. É a mais famosa, mas não é a única. Outra bastante perceptível pelo visitante é o “r” retroflexo do londrinense quando pronuncia palavras como “porta, carne, certo” e do piracicabano quando pronuncia as mesmas palavras do londrinense e também as que têm “r” entre vogais: “cara, cera, tora”. Retroflexo significa “curvado para trás, flexionado para trás”. É o que acontece com a língua quando ocorre a pronúncia das palavras apresentadas: a ponta dela é flexionada para trás, às vezes até exageradamente. É uma pronúncia idêntica à de “car” em Inglês. Também o “l” (ele), na região de Pato Branco, PR, que é alveolar, mesmo antes de consoante e no final da palavra. Alveolar é o nome dado à consoante que, quando pronunciada, é articulada com a ponta da língua próxima ou em contato com os alvéolos dos dentes incisivos superiores. Na região de Pato Branco, pronuncia-se o “ele” de “alto” da mesma forma que o “ele” de “alô”.
A essa variação, que corresponde ao lugar, dá-se o nome de variação diatópica. Essa palavra é formada pelos seguintes elementos:
“dia-“, prefixo grego que significa “através de, por meio de, por causa de”;
“topos”, radical grego que significa “lugar”;
“-ico”, sufixo grego, que forma adjetivos.
A variação diatópica pode ocorrer, como vimos no parágrafo anterior, com sons diferentes. Quando isso acontecer, dizemos que ocorre uma variação diatópica fonética, já que fonética significa “aquilo que diz respeito aos da fala”. A diferença, porém, pode não ser de som, mas sim de vocabulário, ou seja, de palavras diferentes em sua estrutura. Por exemplo, em Curitiba, PR, os jovens chamam de “penal” o estojo escolar para guardar canetas e lápis; no Nordeste, é comum usarem a palavra “cheiro” para representar um carinho feito em alguém; o que em outras regiões se chamaria de “beijinho”. Macaxeira, no Norte e no Nordeste, é a mandioca ou o aipim. Essa variação denominamos de variação diatópica lexical, já que lexical significa “relativo a vocabulário”.
A diferença pode não ser de som nem de vocabulário. Pode estar na estrutura frasal, ou seja, na frase toda. Em algumas regiões brasileiras é comum a utilização do pronome “tu”; em outras, não. No Maranhão, no Espírito Santo e no Rio Grande do Sul, um cidadão diria o seguinte: “Tu já estudaste Química?”. Na maioria dos outros estados, o cidadão diria assim: “Você já estudou Química”? A essa variação chamamos de variação diatópica sintática, já que “sintático” significa “parte da gramática que estuda as palavras enquanto elementos de uma frase”.
Outra variação bastante evidente
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