Vazios Urbanos

Vazios Urbanos são considerados muitas vezes aqueles espaços não aproveitados dentro de uma área urbana, podendo ser construções abandonadas, destruídas ou simplesmente um vazio por si só, vazios urbanos são aqueles espaços “esquecidos” pela sociedade, onde neles poderiam haver um urbanismo, uma arquitetura ou mesmo alguma intervenção. Esses espaços ociosos podem também serem explorados como áreas para eventos temporários, atividades que de alguma forma não excluam os mesmos dentre o ambiente urbano. O desenvolvimento espontâneo do espaço urbano tem sido visto como problema, politica que negam e destroem expressivas e questionadoras manifestações socioculturais são um exemplo claro desse medo novo. Alguns espaços que se manifestam sem regras ou diretrizes, ou que nascem com muitas regras e diretrizes, mas sem nenhuma essência ou sensação de pertencimento, são considerados “outros”, alheios a cidade ou a nós mesmos.

Os pontos de vista sobre a cidade se transformam de tempos e tempos, seja pela especulação imobiliária, seja pela apropriação “indevida” do espaço ou por outros fatores a serem descobertos. Afinal quem dá valor a cidade?

A discussão desses espaços foi, por muitas vezes, negligenciada pelas grandes publicações e pouco levada em consideração do ponto de vista arquitetônico e urbanístico, mas esse assunto se mostra atualmente em pauta, e se torna necessário num momento em que os movimentos ortogonais e prontos não surpreendem, mas a ninguém. É possível encontrar complexidade urbanísticas que se diferenciam ou até se opõem as realidades das nossas cidades comuns, e muitas vezes esses desvios de padrões se mostram mais eficientes e vivos que as respostas que já possuímos.

Estudar e compreender esses fenômenos, ainda não desmistificados em nossas discussões habituais, é necessário, assim como compreender o trabalho da arquitetura nesses espaços, seja intervindo, transformando ou até mesmo aprendendo.