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Vigotski

Tese: Vigotski. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  30/9/2014  •  Tese  •  1.609 Palavras (7 Páginas)  •  218 Visualizações

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Na presente Obras Escolhidas, são apresentados pela primeira vez os principais trabalhos do eminente psicólogo soviético Lev Semenovitch Vigotski com suficiente completude. Vigotski foi um escritor prolífico: em menos de 10 anos de atividade como psicólogo ele escreveu cerca de 180 trabalhos. Destes, 135 foram publicados e 45 esperam publicação. Muitas das publicações de Vigotski se tornaram raridades bibliográficas.

Não somente psicólogos, mas também representantes das humanidades — filósofos, linguistas etc. — apontaram a necessidade de uma nova edição dos trabalhos de Vigotski. Nenhum desses acadêmicos consideram seus trabalhos como pertencentes à história. Hoje, mais do que nunca, eles se voltam aos trabalhos de Vigotski. Suas ideias se tornaram tão firmemente estabelecidas na psicologia científica que elas são mencionadas como sendo usualmente conhecidas, sem referência aos trabalhos correspondentes ou sem ao menos mencionar o nome de Vigotski.

Essa é a situação não somente na psicologia soviética, mas também na psicologia internacional. Em anos recentes os trabalhos de Vigotski foram traduzidos em inglês, francês, alemão, italiano, japonês e outras linguagens. E no exterior ele também não é uma figura histórica, mas um investigador contemporâneo, vivo.

Pode-se dizer que o destino científico de Vigotski se desenvolveu felizmente e inusitadamente para o século XX, que é caracterizado pelos desenvolvimentos científicos tempestuosos em que muitas ideias já estão obsoletas um dia depois que foram expressas. A psicologia não é, naturalmente, exceção aqui e dificilmente encontraremos investigações concretas na psicologia internacional do século XX que reteve toda sua atualidade 45-50 anos depois que foram publicadas.

A fim de entender o "fenômeno Vigotski”, a excepcionalidade de seu destino científico, é essencial apontar para dois aspectos de seu trabalho criativo. Por um lado, existem os fatos concretos, os métodos concretos e hipóteses de Vigotski e seus colaboradores. Muitos desses métodos e hipóteses foram brilhantemente confirmadas e foram posteriormente desenvolvidas nos trabalhos de psicólogos contemporâneos. Os métodos elaborados por Vigotski, os fatos que encontrou, são considerados clássicos. Eles se tornaram partes componentes muito importantes da base da psicologia científica. E aqui a psicologia contemporânea, tendo confirmado o pensamento de Vigotski e se apoiando nele, foi mais além no plano dos fatos, métodos e hipóteses etc. Mas, por outro lado, existe ainda outro aspecto no trabalho criativo de Vigotski — um aspecto metodológico teórico. Sendo um dos maiores psicólogos teóricos do século XX, ele estava realmente décadas a frente de seu tempo. E a atualidade dos trabalhos de Vigotski reside no plano metodológico teórico. É por isso que nós não devemos falar sobre suas concepções como se elas fossem de alguma forma completas. Suas investigações concretas foram somente o primeiro estágio na realização de seu programa metodológico teórico.

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O trabalho criativo de Vigotski foi, primeiro de tudo, determinado pela época em que ele viveu e trabalhou, a era da Grande Revolução Socialista de Outubro.

A reforma profunda e decisiva que a revolução introduziu na psicologia científica não ocorreu imediatamente. Como é bem conhecido, um espírito do idealismo impregnou a psicologia científica oficial cultivada nas universidades e ginásios pré-revolucionários, apesar das poderosas tendências democráticas revolucionárias e materialistas na filosofia e psicologia russa. Além disso, a partir do ponto de vista científico elas ficaram significantemente atrás da psicologia científica dos principais países europeus (Alemanha, França) e os Estados Unidos. Reconhecidamente, por volta da virada do século muitos laboratórios experimentais evoluíram na Rússia, e em 1912 o primeiro Instituto de Psicologia do país foi criado na Universidade de Moscou através da iniciativa de Chelpanov. Mas a produção científica desses centros era baixa e seu conteúdo em muitos casos não muito original.

Realmente, no começo do século XX na Europa nasceram novas escolas psicológicas tais como a psicanálise, psicologia Gestalt, a escola Würzburg etc. A psicologia empírica subjetiva tradicional da consciência obviamente deu em nada. Nos Estados Unidos surgiu uma corrente (para a época radical) na psicologia — behaviorismo. A psicologia científica internacional estava em frenesi; durou um excruciante e intenso período. Nos mesmos anos Chelpanov e seus colaboradores estavam ocupados lidando com a replicação dos experimentos executados pela escola wundtiana. Para eles as últimas notícias ainda eram os trabalhos de James. Em uma palavra, eles estavam na periferia da psicologia internacional e não sentiram toda a intensidade da crise que tomou conta dela. Eles perderam o contato com os problemas mais importantes da teoria psicológica. A psicologia na Rússia existiu como uma ciência universitária estreitamente acadêmica sobre as aplicações práticas do que era inconcebível falar. E isso em uma época em que a Europa e os Estados Unidos a psicologia aplicada ou psicotécnicas estava rapidamente se desenvolvendo, a psicologia médica dava os primeiros passos etc.

A revolução trouxe mudanças radicais para a psicologia científica. A psicologia foi forçada a regenerar em todos os aspectos, em sua essência. Uma nova ciência teve que se desenvolver ao invés da velha psicologia dentro de um pequeno espaço de tempo.

O primeiro requisito para a psicologia científica foi ditado pela vida do próprio país, um país destruído e arruinado pela guerra. Foi o requisito de proceder à análise dos problemas aplicados práticos. Imediatamente depois da revolução, um novo campo da psicologia — psicologia industrial ou psicotécnica — começou a se desenvolver na Rússia. Esse requisito de vida estava tão além das dúvidas que até mesmo na cidadela da psicologia introspeccionista acadêmica — o Instituto de Psicologia encabeçado por Chelpanov — uma nova seção surgiu; a seção para problemas aplicados.

Mas a tarefa principal para os psicólogos nesses anos era elaborar uma nova teoria ao invés da psicologia introspectiva da consciência individual que foi cultivada no período pré-revolucionário e que repousava sobre o idealismo filosófico. A nova psicologia deveria proceder a partir da filosofia do materialismo histórico e dialético — deveria se tornar uma psicologia marxista.

Os psicólogos não entenderam imediatamente a necessidade para tal reforma. Muitos deles eram estudantes de Chelpanov. Entretanto, já

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