Violencia Nos Estadios De Futebol
Exames: Violencia Nos Estadios De Futebol. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: bitoca95 • 22/11/2014 • 1.961 Palavras (8 Páginas) • 448 Visualizações
Resumo[1]
Este artigo científico vem tratar das violências em estádios de futebol, tentando amplificar o conhecimento social do assunto e promover alguma resposta sobre esse problema. Baseado em fontes históricas e a atualidade de nosso esporte, critico a passividade da sociedade sobre tal questão.
Discuto também a criação da lei 10. 671/03 e sua modificação para a lei 12.299/10, mostrando que nossos poder legislativo e judiciário vem atuando de forma rígida e eficaz, trazendo de certa forma a soluções para esse problema.
Palavra- chave: Futebol; Violência; Lei; Discórdia; Lembrança
Introdução
– O gol do inter ta pintando, vai La Iarley roubou a bola , tocou no gabiru vai marcar o gol, atirou pro gol é gol, gooooooool do internacional. O inter vai ser campeão do mundo, a 36 minutos , um tabelamento espetacular, Iarley mete no gabiru. – criticado, odiado, pelo torcedor do inter.
– Repete, ele é teu amor torcedor colorado, ele é teu amor torcedor colorado, são 10 horas da manha no Brasil, no dia 17 de dezembro de 2006, preparam a festa torcedor, o inter vai ser campeão do mundo, o inter vai cortar os cabelos do Ronaldinho, os cabelos do Puyol, rasgaram a camisa do Barcelona, o inter vai ganhar o mundo, o famoso rico, milionário o festejado Barcelona esta sendo inapelavelmente abatido pelo internacional. Gabiru, gabiru é o nome do gol, o inter vai ser Campeão do mundo.
Pedro Ernesto Denardin
Chega a arrepiar a lembrança de cada segundo dessas narrações para os torcedores apaixonados pelos seus times. Comemorar as conquistas dos seus clubes é um momento inesquecível. Milhões foram ao delírio ouvindo o jornalista e narrador Galvão Bueno gritando: “é tetra”, em 1994, e depois em 2006 novamente gritando: “é penta”. O futebol é magnífico, mágico e apaixonante. Esse esporte conquistou o país, considerado o “país do futebol”. Muitos desses torcedores fanáticos se entristecem e choram quando seus times não alcançam as vitórias desejadas. Porém, esses mesmos apaixonados pelo futebol estão barbarizando. Essa paixão, para muitos, virou obsessão tornando suas paixões casos que geram violências, mortes, sofrimentos e perdas de vidas. Dessa maneira os estádios se tornam verdadeiros coliseus, como uma espécie de retorno à Roma antiga, onde o povo queria pão e circo, onde iam para reverenciar a violência, o sangue. O futebol brasileiro está caindo nessa febre histórica.
A Arte do Futebol
O futebol, no Brasil, é crucial para o país. Um esporte que não nasceu aqui, mas como em muitas artes o brasileiro acabou tomando e aperfeiçoando ela. Foi trazida por Charles Miller (1874-1953), um jovem brasileiro que, após viagem pela Inglaterra, trouxe consigo duas bolas de futebol e passou a tentar converter a comunidade da cidade de São Paulo criando um clube de futebol . Mas ao seu principio e como qualquer outra coisa vinda de outra cultura para nosso país, o futebol primeiramente foi desfrutado pela elite na década de 90 do século XIX, nas praias cariocas, sendo vedada a participação de negros em times. Na década de 20, os negros começaram a ser aceitos em clubes. O Vasco foi o primeiro dos clubes a vencer títulos com uma equipe repleta de jogadores negros e pobres.
O futebol foi alavancado e ficou forte durante os governos de Getulio Vargas. A construção do Maracanã e a Copa do Mundo do Brasil (1950), por exemplo. A era Vargas trouxe infraestrutura para a nossa paixão, o povo já não tinha o preconceito de raça ou fins financeiros para torcer ou jogar pelo mesmo time. O que a nação mais desejava era ir ao maracanã e ver o flamengo bater o fluminense, ou ver o time de Pelé, Zito, Pagão, Formiga, Hélvio, Jair da Rosa Pinto, Urubatão, Tite, Pepe. Para muitos o maior time de todos os tempos. O povo queria futebol, dribles clássicos inesquecíveis e teve isso por oito décadas sem nunca verem violências. Homens, mulheres, crianças, faziam rituais para sair de casa e irem aos estádios de futebol olharem essas feras entrar em campo. O futebol desses tempos era baseado muito mais em superstições do que na violência, tanto nos gramados quanto nas arquibancadas, muito menos fora delas. Nesses Anos dourados, com a determinação de nossos atletas e o “amor à camiseta”, representando povo brasileiro, trouxeram três copas seguidas para nosso país (1958-1962-1970). Nessas décadas o futebol era alegria e o choro era somente de emoção pelas conquistas de nossa seleção, não por mortes ocasionadas por violências de torcidas. Temos imagens até hoje do moleque das pernas tortas, driblando de frente para trás de trás para frente. O índio que encantou o nosso Brasil e o mundo onde nossos avós paravam para o Vê-los darem show.
Esse tempo não volta mais, hoje muitas pessoas preferem assistir ao futebol em casa já com receio de irem aos estádios. Ronaldinho, Neymar, Lucas, D’Alexandro, e muitos outros craques, só pela televisão para vê-los. A confiança que tínhamos de sair de casa com a família hoje já não existe mais. Se formos à algum estádio corremos o risco de ser espancando ou até mesmo morrer. E isso tudo não é um prazer do homem, mas sim, por causa da ignorância do ser humano que sai de casa para ir para um estádio apenas para praticar atos violentos.
Zico, Raí , Sócrates, Pelé , Garrincha, Maracanã, Vila Belmiro, Beira-rio, a torcida gritando suas cantigas, a emoção de irmos aos estádios já não estão nos planos da sociedade e cabe a nos termos apenas em nossas lembranças grandes craques, esse tipo de coisa que iluminava o futebol ficará apenas na historia. Olhamos jogos de futebol pela televisão e ficamos doloridos de saber que nos estádios de futebol os jogadores agem como gladiadores e no lugar das torcidas irão estar verdadeiros “animais” que só pensam em se matar, só pensam em banalizar o nosso futebol.
1988: O principio da discórdia
Desde 1988 a violência se tornou mais um ingrediente no futebol, especialmente entre torcidas organizadas e já causou mais de 155 mortes no Brasil. Essa violência fortuita vitimou pessoas de 18 estados do país, a maioria formada por jovens que foram mortos por armas de fogo. Das 155 mortes confirmadas, 103 foram causadas por incidentes com armas de fogo; 39 por agressões; cinco por facadas; quatro por atropelamentos e quatro por efeitos de bombas. A maioria dessas vítimas é formada por jovens. Nada menos que 74 das vitimas tinham de 11 a 20 anos, enquanto
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