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Violencia em estadio de futebol

Por:   •  2/11/2016  •  Monografia  •  11.451 Palavras (46 Páginas)  •  465 Visualizações

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A VIOLÊNCIA NO FUTEBOL EM ESTÁDIOS BRASILEIROS[1]

Matheus Alves Silva da Silva [2]

Débora Aparecida Dias[3]

RESUMO

O presente trabalho pretende realizar uma analise sobre a violência nos estádios de futebol no Brasil. É notório que o futebol é uma paixão nacional que move multidões, seja aos finais de semana, seja em dias considerados úteis. Porém, o mesmo carrega muitas questões que necessitam de discussões em âmbito acadêmico e que precisam ser assimiladas pelos torcedores em geral. As disputas futebolísticas viraram sinônimos de guerras, embates, onde a pessoa que está no outro lado torcendo pelo outro time vira um inimigo e que deve ser abatido. A pretensão aqui é analisar situações que tornam esse esporte motivo de controvérsias devido às violências ocorridas em estádios que, inclusive, causam mortes de pessoas inocentes. Através de pesquisas em sites especializados, com o auxílio de autores já consagrados no trato do tema, sem uma discussão aprofundada e exaustiva, a intenção maior é trazer o debate para o universo acadêmico da instituição FADISMA / Santa Maria / RS, tendo em vista ser um centro de estudos da área do Direito.

RESUMEN

Este trabajo se propone a llevar a cabo un análisis acerca de la violencia en los estadios de fútbol en Brasil. Es bien sabido que el fútbol es una pasión nacional y que mueve multitudes, ya sea en fines de semana, ya sea en días considerados útiles. Sin embargo, lleva a muchos problemas que necesitan discusiones en el mundo académico además de la necesidad de ser asimilados por los aficionados en lo general. Las disputas de fútbol se han convertido en sinónimo de guerras, conflictos, en los que la persona que está al otro lado se convierte en un enemigo y que debe ser abatido. La intención aquí es analizarse las situaciones que hacen de este deporte un objeto de controversias debido a las violencias que se ocurren en los estadios y que, incluso, causan muertes de personas inocentes. A través de investigaciones en sitios especializados, con ayuda de autores ya establecidos en el tema, sin una discusión profundizada y exhaustiva, la intención mayor es llevarse el debate al mundo académico de la institución FADISMA / Santa Maria / RS, teniéndose en cuenta ser ésta un centro de estudios en el área del Derecho.

Introdução

– [...] olha gol do inter pintando. Luis Adriano tá livre, lá vai Iarley, tocou no Gabiru, vai marcar o gol, atirou, é gooool. Goooooooooool, gooool do internacional. O inter vai ser campeão do mundo. O inter vai ser campeão do mundo, o gol é a 36 minutos. Um tabelamento espetacular. Iarley mete no Gabiru. Criticado, odiado pelo torcedor do inter. Reverte. Ele é o teu amor torcedor colorado, ele é o teu amor. São 10 horas da manhã no Brasil. O dia, 17 de dezembro de 2006. Prepare a festa torcedor. O inter vai ser campeão do mundo. O inter vai cortar os cabelos do Ronaldinho, os cabelos do Puyol, vai rasgar a camisa do Barcelona, o inter vai ganhar o mundo, o famoso, rico, milionário e festejado Barcelona, esta sendo inapelavelmente abatido pelo internacional. Gabirú, Gabirú é o nome do gol, o inter vai ser Campeão do mundo [...]

Pedro Ernesto Denardin[4]

O futebol é o esporte e a paixão do povo, segundo o imaginário coletivo do brasileiro. Não sem razão, pois o futebol é o esporte mais praticado no mundo[5] e carrega uma carga emocional que, literalmente, move multidões. A transcrição acima da narração do jogo entre o Sport Club Internacional do Rio Grande do Sul, Brasil, e Barcelona da Espanha, está carregada dessa emoção e demonstra o quanto o futebol consegue mover com os sentimentos das pessoas.

Lendo-se uma, duas, três vezes, a transcrição acima, percebe-se o quanto a emotividade alimenta a narração e o quanto o torcedor que está no estádio, ou assistindo em casa pelo televisor, ou ouvindo pela rádio, se enche de emoção com o espetáculo que está evidenciando.

Porém, isso não é um fenômeno brasileiro. A historicidade desse esporte demonstra que o mesmo entusiasmo e paixão pelo desporto é um fenômeno mundial. Não importa o país, classe social, princípios ideológicos, o futebol é quase uma unanimidade mundial. A própria historia do esporte confirma isso.

Tratando-se de História[6], há indícios desse esporte entre os gregos e romanos; na China por volta de 3.000 anos a.C era praticado pelos soldados chineses; na Idade média os nobres desfrutavam de partidas de jogos e em 1848 foi estabelecido, na Inglaterra, o primeiro código de regras. No Brasil, o esporte já era praticado desde 1888, quando foi fundado o São Paulo Athletic Club, e em 1894 Charles Muller traz da Inglaterra uma bola e um conjunto de regras. O primeiro jogo no Brasil foi realizado em 1895 e em 1904 foi criada a Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA).

Inicialmente praticado apenas pela elite, onde era vedada a participação de negros[7], o futebol popularizou-se e passou a ser praticado por outras camadas da sociedade. Dessa maneira adquiriu prestigio na sociedade e foi profissionalizado[8]. Com o passar do tempo, vários fatores começaram a influenciar no futebol em si, tanto nas partidas dentro do campo quanto fatores extra campo.

Dentre esses fatores têm-se questões como considerações sobre má arbitragem de parte de dirigentes, imprensa e torcedores; hinos bélicos gerando barulhos ensurdecedores das torcidas tentando atrapalhar o andamento dos jogos; influência da mídia nas narrações; subornos que antes eram dirigidos aos atletas e que ultimamente tem dominado o mundo dos dirigentes; violência em campo e, consequentemente, violências entre torcedores e torcidas organizadas.

É notório que com a crescente evolução das tecnologias os fatos circulam mais rápidos e os acontecimentos são divulgados instantaneamente. O que ocorre em campo, prontamente está circulando nos veículos de mídia e a população em geral fica sabedora do que está ocorrendo. Em tratando-se de violência, alguns pensamentos e ideias proferidas direcionam o futebol para um lado violento. Ouve-se e lê-se coisas como “será uma batalha”; “abater o inimigo”; tal na transcrição introdutória, “cortar os cabelos” de atletas; “rasgar a camiseta” do time adversário; etc.

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