Zigmunt Bauman

Zygmunt Bauman inicia sua entrevista intitulada de “O mundo pós-moderno: a condição social” apresentando que o século XX foi de transição da sociedade de produção para a sociedade de consumo. Houve processos de fragmentação da vida humana. A problemática é que nós não estamos buscando nosso ideal, não estamos tendo projeto de vida que prossiga sem interferência.

As sociedades foram individualizadas, e a cada dia buscam um novo significado para todas as coisas, como felicidade, o propósito de vida, as questões de identidade. Para Bauman, nós temos que criar nossa própria identidade, nós não a herdamos, devemos cria-la a partir do zero, pois os estilos de vida vem a cada dia mudando e temos que nos redefinir para nos adequar às formas existentes.

O sociólogo cita que muitas mudanças aconteceram, não somente a do totalitarismo para a democracia, mas de muitas outras coisas, e que essas mudanças vão influenciar muitas outras gerações ainda. “[...] Estamos agora numa posição em que todos nós dependemos uns dos outros [...] Estamos todos no mesmo barco. Essa é a primeira vez na história em que o mundo é realmente um único país, em certo sentido”. Com a globalização, que Hall também traz em seus estudos, as pessoas se tornam cada vez mais interligadas, porém não ligadas presencialmente, mas subjetivamente, tanto que Bauman nos dá como exemplo o facebook no qual podemos ter diversos amigos, amigos virtuais que nunca vemos, que não temos contato e convivência e que quando os mesmos nos magoam ou nos entristece apenas os deletamos de nossas vidas em um clique. O que Bauman quer nos mostrar com isso??? Que a globalização tem causado a individualização da sociedade, tem feito com que percamos a utopia de um mundo diferente, pois as identidades se tornaram flexíveis à mudança, e seus valores já não mais se solidificam em tradições, mas são maleáveis fazendo com que a cada dia se tenha novos modelos e padrões de vida, novos valores e tradições para a sociedade.

Enfim, a sociedade de consumo tem levado às nossas mudanças constantes, assim como Bauman cita em sua entrevista à Revista Cult “[...] Ter pessoas que se fixem em roupas, computadores, móveis ou cosméticos de ontem seria desastroso para a economia, cuja principal preocupação, e cuja condição sine qua non de sobrevivência, é uma rápida aceleração de produtos comprados e vendidos, em que a rápida eliminação dos resíduos se tornou a vanguarda das indústrias”. Vemos então que podemos os motivos dessa crise de identidade podem ser considerados o processo de globalização, de progresso, o processo econômico existente na sociedade.

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