É Viável Revitalizar A Indústria, Diz Coutinho
Trabalho Universitário: É Viável Revitalizar A Indústria, Diz Coutinho. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: fpassos • 24/9/2013 • 2.371 Palavras (10 Páginas) • 286 Visualizações
“É viável revitalizar a indústria, diz Coutinho”
Na Economia temos dois segmentos que andam lado a lado, que são a estagnação e o retraimento da indústria. Existe solução para ambos os casos pois começamos a viver um crescimento que irá perdurar por muitos anos aonde a infraestrutura de áreas como a saúde, a indústria, irá crescer muito e ajudará na competitividade internacionalmente, com produtos de ponta no mercado.
Em 2009/2010 a economia cresce em V. Agora estamos em uma recuperação em U, muito mais lenta. A crise da zona do euro ocorreu dessa forma, aonde houve muita incerteza por um pouco mais de um ano, mesmo com o Banco Central dando apoio aos sistemas bancários.
Essa desaceleração afeta o canal de expectativas do Brasil. Pois a economia crescendo pouco, a produção também crescia pouco. Houve uma retração do comércio em 2011, e em 2012 houve um crescimento minúsculo.
Houve um forte crescimento ocorrido entre 2004 e 2010, alavancou muito o consumo e o endividamento das famílias, além do endividamento das pequenas empresas. Em 2011 e 2012 houve uma necessidade de desalavancagem do endividamento das famílias e das pequenas empresas, o que também travou uma das molas importantes da recuperação. Só agora esse processo de desalavancagem está sendo concluído.
A inadimplência começou a ceder, e em 2012 tivemos um ano ruim na agricultura. Se o governo não tivesse ajudado em vários setores econômicos a situação poderia ter ficado muito pior. Essa medida não é estrutural porque os grandes problemas brasileiros são também grandes oportunidades.
O Brasil é o país das oportunidades, tanto em área de infraestrutura logística, que está em processo de amadurecimento o que representa uma grande oportunidade em vários setores, o que acaba gerando empregos. O Brasil tem um potencial de energias a ser explorado, tanto de hidrelétricas quanto de renováveis e de outras, tem necessidade, e tem um modelo que funciona.
O modelo de energia funciona perfeitamente, ainda temos o óleo e o gás, a construção e todos estes estão em fase ascendente, somente na área da construção residencial, há um déficit de habitação. Dos grandes setores o que mais sofreu foi o da indústria, como na economia ela é a que mais investe, o seu desempenho afetou a formação do capital. Temos que olhar as oportunidades que o Brasil tem de desenvolvimento industrial. O governo sinalizou claramente que a indústria é estratégica em longo prazo para o Brasil.
A preocupação com a reindustrialização do Brasil é muito positiva. Há processos de inovação, que consistem em capturar para a produção do país novas oportunidades e deem uma chance a determinadas cadeias de recuperarem capacidade de competir e de se adensarem. Começando pela inovação tecnológica, à disseminação de novas técnicas de automação e de produção, à qualificação e ao desenvolvimento de recursos humanos e de engenharia e à capacidade de aprendizado em muitos setores caracterizados pelas chamadas economias dinâmicas de escala. Enfim, é preciso começar a fazer e a repetir processos para alcançar padrões de competitividade, utilizando vários instrumentos especialmente em complexos ligados à defesa e a todo complexo de saúde. Uma opção positiva seria de desonerar a indústrias de impostos. Ela é a maior pagadora de tributos. Ela é mais qualificada e paga muito mais que outros. Esta seria uma opção mais não a solução. É necessário uma estratégia, e poderíamos aprender muito observando outros países estratégias muito bem afinadas, como a Alemanha, os Estados Unidos e agora o Japão, no Brasil existe desinformação das estratégicas complexas do desenvolvimento industrial.
O crescimento da indústria brasileira pode se tornar mais grave com a segunda etapa da crise internacional, por causa de um acirramento da concorrência internacional, de ciclos de apreciação do câmbio, finalmente revertidos em parte a partir de 2011 e 2012.
Se ainda existirem coisas pelo mérito de que o país desenvolva empresas de expressão internacional, elas podem ser examinadas. Quase todas essas operações foram feitas junto com o mercado de capitais. Em alguns casos, foram soluções a partir da crise, em que algumas empresas se machucaram em 2008, eram exportadoras e a solução caminhou naturalmente para consolidações que terminaram por aumentar a capacidade e a presença internacional dessas empresas. Todos os países que se desenvolveram historicamente projetaram, a partir de sua estrutura empresarial, grandes empresas internacionais.
Que exemplos o senhor dá?
O grande ciclo de internacionalização das empresas americanas começa nos anos 20, é interrompido pela Grande Depressão e ganha um tremendo impulso nos anos 50, no pós-Guerra. Nos anos 60, é a vez de as grandes empresas europeias se internacionalizarem depois do período de recuperação econômica do pós-Guerra. Veio a resposta deliberada dos estados de projetar empresas dentro da Europa e transformá-las em empresas de expressão internacional. Se olharmos os anos 70, é o momento em que a economia japonesa desenvolve grandes empresas internacionais, novas marcas e novas especializações, com grande mérito porque o Japão começa a disputar segmentos altamente intensivos em inovação tecnológica e desenvolve marcas internacionais. Nos anos 80, começam a aparecer empresas coreanas. Na primeira década deste século, aparecem as chinesas em diversos segmentos. Há também um movimento de internacionalização de empresas da Índia. Se olharmos o Brasil, foi até tardio esse movimento. Não há nada de extraordinário nisso. É apenas uma expressão da importância da estrutura empresarial brasileira, em movimentos coetâneos com o capitalismo moderno. Infelizmente, dados os problemas estruturais da indústria manufatureira brasileira, que vêm desde os anos 90, o Brasil não pôde ainda desenvolver capacidade e empresas competitivas em alto valor agregado na manufatura, embora tenha uma ou outra, mas ainda não estamos no topo do pódio, ainda estamos ali em empresas que estão entre décima/vigésima. Uma exceção é a Embraer, que é um caso à parte e exemplar de desenvolvimento de política industrial, com poder de compra, desenvolvimento. Mas eu estou pensando na indústria manufatureira em geral.
Mas o senhor vê setores da indústria manufatureira onde o país ainda possa ganhar liderança mundial? Quais?
Eu acredito
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