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A Arte No Punk

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Por:   •  30/5/2014  •  1.465 Palavras (6 Páginas)  •  590 Visualizações

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A tecnologia hoje fornece meios permitindo que qualquer pessoa desenvolva habilidades de produzir peças gráficas com qualidade profissional e a internet hoje permite que artistas dos mais diversos segmentos encontrem o seu cliente em potencial. Dessa forma hoje em dia não existe mais a necessidade de atingir os mesmos resultados da estética Punk, somente pelo propósito do resgate e referência, mas por outro lado é um estilo que inovou pelos resultados obtidos a partir de meios limitados e convencionais.

O Punk na arte

Não se sabe ao certo definir a origem do movimento Punk, se foi em Nova York com os Ramones, em Detroit pelo MC5 e Stooges ou se foi do outro lado do oceano próximo aos Sex Pistols. Por outro lado é indiscutível afirmar que um dois maiores movimentos de rua da história foi composto por pessoas que se expressavam não só através de uma música suja e barulhenta, mas também pela arte, publicações e até moda.

Depois da música, a arte gráfica possivelmente é a vertente mais estudada nos últimos quarenta anos por intelectuais, jornalistas e simpatizantes do estilo, e o conceito que define qualquer que seja a variação do Punk se resume basicamente à três letras: D.I.Y.

“Do It Yourself” (Faça Você Mesmo) foi a proposta inicial que se tornou o slogan do movimento, e muito provável que esse conceito tenha sido o produto mais valioso decorrente da subcultura Punk. Foi o conceito que inspirou milhares de jovens de todo o mundo a montar sua própria banda, produzir seu próprio show, publicar zines e até mesmo desenhar as próprias roupas.

Quais quer que sejam as produções elaboradas dentro do universo Punk, provavelmente a limitação de recursos foi o fator comum de todas elas: Seja a tecnologia que hoje permite que qualquer um monte um home studio e grave suas próprias músicas até o acessível banco de imagens do Google, a realidade não era a mesma naquela época.

Russ Bestley, curador da exposição “Hitsville UK: Punk in the Faraway Towns” defende que “É importante questionar a noção de uma associação direta entre o trabalho dos primeiros proeminentes designers do punk e o surgimento de uma nova e radical linguagem visual baseada na paródia e agitprop. Até certo ponto, as técnicas adotadas por Jamie Reid, por exemplo, foram já amplamente aceitas como as línguas naturais de raiva e protesto.".

Embora a arte gráfica no movimento Punk sempre esteve frequentemente relacionada ao cenário da música, é uma categoria que merece ser analisada de forma independente. Dentre os principais suportes da estética se destacam as capas de discos e as zines. Nesse estudo escolhi abordar os flyers do show como objeto central, principalmente pela vasta variedade de exemplos disponíveis em acervos na internet.

Flyers Punk

O surgimento do movimento Punk é incerto e discutível principalmente entre aqueles que defendem sua origem na Europa e os que acreditam que foi no continente americano aonde tudo começou. Por outro lado é inquestionável afirmar que no ano de 1977 o Punk eclodiu e espalhou sua ideologia influenciando jovens em todas as partes do mundo a produzir e contestar.

Décadas antes da internet desestabilizar a industria da música, o cenário fonográfico até então era dominado pelas grandes gravadoras, que somente descobriram o poder comercial do Punk, e o quanto eles podia ser lucrativo, vinte anos depois na década de noventa. Dessa forma a comunidade Punk precisou criar seus próprios meios para gravar, tocar e divulgar suas músicas e idéias.

Nos moldes já então estabelecidos por grandes artistas para divulgação de shows, as bandas Punk recorreram aos recursos disponíveis para elaborar flyers e anunciar suas apresentações. As informações contidas nos flyers eram basicamente as três essenciais: Qual banda vai tocar, quando e aonde. Era muito comum que mais de uma banda tocasse na mesma noite e as vezes os pôsteres continham informações adicionais como preço, endereço e se era permitido a entrada de menores de idade. Um elemento gráfico bastante comum nesse tipo de peça é uma imagem, seja ela fotográfica ou uma ilustração.

A Punk art, como ficou conhecida o gênero que define esse tipo de flyer, foi influenciada por movimentos como a escola Dadaista, a Internacional Situacionista, o movimento mail art, os elementos gráficos do protesto de contra-cultura e a imprensa underground dos anos 60.

Era muito comum que essas peças gráficas fossem compostas por meio de procedimentos analógicos e de fácil acesso na época, como Colagens, desenhos de cartoon, hand lettering, transfer, tipografia de recortes, stencil, carimbos, xerox em preto e branco, serigrafia e litografia em offset. Dois fatores eram essenciais para a confecção dos flyers punks: o baixo custo e a fácil reprodução, sendo assim a estética da produção em massa formulada pelo estúdio The Factory de Andy Warhol foi de certa forma adotada por esse meio.

O Punk também foi responsável pelo resgate do stencil como elemento artístico, principalmente através do grupo britânico anarquista Crass. O Situacionalista também influenciou o visual do Punk art, particularmente através do Sex Pistols.

Essa arte, de caráter underground, minimalista, iconoclasta e satírica eram em sua maioria limitadas ao preto e branco e afixadas em postes e muros das cidades, quando havia cor era proveniente do papel utilizado para aplicar a arte. Apesar da simples função de divulgar os eventos, os artistas aproveitavam o suporte muitas vezes para passar

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