A Espiritualidade Medieval Nas Catedrais Goticas
Monografias: A Espiritualidade Medieval Nas Catedrais Goticas. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Carmen1206 • 5/12/2013 • 3.324 Palavras (14 Páginas) • 1.503 Visualizações
A espiritualidade medieval nas catedrais góticas
1. Introdução
No período da arquitetura gótica, a arte e a espiritualidade eram indissociáveis. A idade média era marcada pelo poder da igreja, pelas guerras religiosas e pela devoção temorosa do povo na Europa, fatores que propiciaram um grande desenvolvimento da arte em catedrais das cidades. Os traços arquitetônicos eram majestosos e magnânimos, ao mesmo tempo extremamente sombrios.
Precedido pelo estilo romântico, (século X), o estilo gótico foi marcado pela austeridade e por exageros arquitetônicos, formalizando o esquema teológico proposto pelo catolicismo. Esse período estendeu-se por cerca de 400 anos, e se desenvolveu com grandiosidade porque juntou o prestígio da igreja cristã e o enriquecimento através do comércio nos países, o gerou uma disputa tácita que se exibiam nas construções cada vez mais imponentes de catedrais com essa arquitetura.
A estética gótica culmina na exaltação da espiritualidade que deve conduzir as ações humanas. A catedral é o centro onde se reúnem as outras artes. A escultura, os vitrais e outras realizações acessórias se conjugam no sentido de atestar o poder clérigo. O caráter hierático e distante das figuras religiosas, inclusive a de Cristo, surge mais humanizado do que em outros períodos. A arte Gótica reflete o desenvolvimento das cidades no pós-feudalismo e na euforia dos frutos do comércio.
O Gótico não é apenas uma opção de estética e sim uma mistura entre surrealismo, romantismo e estilo medieval. A arte gótica era muito conhecida pela arquitetura arrojada, o que permitia aos seus construtores erigirem castelos e fortalezas mais fortes e resistentes de que os de outras civilizações da época. Gótico é relativo aos godos, uma confederação de tribos germânicas que invadiu o império romano durante o século III D.C. e foram os primeiros povos germânicos a se converterem ao cristianismo. Esse termo foi ironicamente atribuído a esse período da arte pela renascença, que taxava a arte gótica como bárbara e obscura.
Foi nas universidades, sob o severo postulado da escolástica - Deus Como Unidade Suprema e Matemática -, que se estabeleceram as bases dessa arte eminentemente teológica. A verticalidade das formas, a pureza das linhas e o recato da ornamentação na arquitetura foram transportados também para a pintura e a escultura. O gótico implicava uma renovação das formas e técnicas de toda a arte com o objetivo de expressar a harmonia divina.
2. Contexto Histórico
Tratamos aqui da Idade Média, período entre o ano 476 com a queda do Império Romano do Ocidente devido às invasões dos povos bárbaros e seu fim foi assinalado pela queda do Império Romano do Oriente em 1453, devido às invasões e à tomada de Constantinopla pelos turcos-otomanos. Esse período é marcado pela descentralização do poder e pelo declínio das grandes cidades. Devido às constantes invasões bárbaras, as populações migraram para o campo e a agricultura tornou-se a base política, social e econômica. A unidade do império romano desapareceu e seu território foi retalhado em feudos que se estenderam por todo o continente europeu. Todos esses fatores deram início ao Feudalismo, sistema político, social e econômico que se instalou na Europa medieval.
A Igreja católica, já organizada nas últimas décadas do Império Romano, tornou-se a instituição mais importante da Idade Média, devido à progressiva conversão dos bárbaros ao cristianismo. O papa era reconhecido como autoridade máxima e a arte e a cultura eram dominadas pela Igreja.
No ano de 774, a pedido do papa Adriano I, Carlos Magno derrotou os lombardos. Com sua vitória, Carlos Magno conquistou o título de rei e foi proclamado defensor da Igreja. No natal do ano 800, o papa Leão III coroou-o imperador do ocidente.
Foi durante o reinado de Carlos Magno que se desenvolveu um novo estilo de arte, misturando a arte romana e bizantina, estilo este chamado Românico, usado principalmente nas construções de igrejas e mosteiros.
Com a morte de Carlos Magno as oficinas de arte centralizaram-se nos mosteiros.
Na arquitetura, a arte Românica utilizava o arco pleno, estruturas arredondadas, abóbadas de berço e arestas, paredes grossas, janelas pequenas e compridas criando ambientes escuros e sombrios. As torres eram baixas e largas. Começaram a usar as rosáceas, largos vitrais redondos. As esculturas começaram a serem esculpidas como estátuas, colunas que ornamentam as paredes externas das construções românicas, essas esculturas mostram cenas do Antigo e Novo Testamento, o “juízo final”, figura de animais fantasiosos e demônios. Tanto a escultura como a pintura Românica retratavam temas religiosos, pois em uma época em que havia pouquíssimos letrados, a Igreja recorria à arte para transmitir os ensinamentos religiosos.
Na pintura a arte Românica trazia a deformação, o artista interpretava de modo místico a realidade e retratava seus sentimentos religiosos nas figuras de forma desproporcional. As cores eram vivas e planas, os perfis bem marcados. A pintura também aparece nos manuscritos sob a forma de Iluminuras, ou seja, ilustrações de textos com cores vivas, ornamentadas com ouro e prata.
A arte românica predominou até o século XII, onde algumas transformações começaram a acontecer. Houve uma revolução na arquitetura, que acontecia junto ao desenvolvimento do comércio.
De modo depreciativo a nova arquitetura foi chamada de Gótica pelos estudiosos do renascimento. Eles relacionaram esse novo estilo aos “godos” (povo bárbaro de origem germânica que invadiu o Império Romano.).
Com o passar do tempo, o nome Gótico ficou definitivamente relacionado à arquitetura de arcos ogivais.
O estilo Gótico foi um aprofundamento dos elementos básicos do Românico, principalmente no que diz respeito à verticalidade. A religiosidade da época favoreceu a construção de edifícios bem mais altos, que refletiam o desejo de uma ascensão espiritual.
Na arquitetura houve mudanças como: fachada com 3 portais, arcos ogivais, que apresentam uma quebra em sua parte superior, (o que possibilitou a construções de igrejas mais altas, acentuando a impressão de verticalidade), abóbadas de nervuras, substituindo as de berço e de arestas usadas na arquitetura românica. As torres eram altas e finas, características que diferencia bastante da arquitetura românica. Os vitrais, cuja função era melhorar a iluminação e contar os ensinamentos do cristianismo. Na escultura, ainda era muito ligada à escultura
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