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A Instauração da arte e os modos do discursos

Por:   •  4/12/2017  •  Resenha  •  1.877 Palavras (8 Páginas)  •  931 Visualizações

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O que é Arte- Coli, Jorge: A instauração da arte e os modos do discursos

  • [A arte instala-se em nosso mundo por meio do aparato cultural que envolve os objetos: o dicurso, o local, as atitudes de admiração, etc. Veremos mais adiante como esses instrumentos e a própria noção de arte são específicos de nossa cultura. Por ora, limitemo-nos a constatar que eles permitem a manifestação do objeto artístico ou, mais ainda, dão ao objeto o estatuto de arte: a galeria permite que o pintor exponha seus quadros (isto é, que "manifeste" sua arte) e, além disso, determina, escolhendo um tipo de objeto dentre os inúmeros que nos rodeiam, que ele seja "artístico".]

  1. Aparato cultural: Arranjo de costumes e tradições que fazem parte da sociedade  e influenciam no julgamento dos objetos artísticos.
  2. Estatuto de arte: é o que legitima o objeto como uma obra de arte, tendo seu reconhecimento entre outros objetos.

Neste paragrafo o autor mostra a importância da cultura para o desenvolvimento dos critérios de julgamento dos objetos artísticos. Através dela é possível estabelecer qual objeto desperta maior interesse em nossa sociedade, dando aos objetos o estatuto de arte.

  • [Mas esses instrumentos não se limitam a traçar uma linha divisória separando os objetos artísticos e os não artísticos; não se contentam em criar uma "reserva" de arte. Eles intervêm, por assim dizer, na disposição relativa dos objetos artísticos; pretendem ensinar-nos que tal obra tem mais interesse que outra, que tal livro ou filme é melhor que outro, que tal sinfonia é mais admirável que outra: isto é, criam uma hierarquia dos objetos artísticos. Não é preciso muito conhecimento para sabermos que Dante é "maior" ou "superior" a Casimiro de Abreu, que Benedito Calixto é "inferior" a Leonardo, que Bach é o maior de todos os músicos, que o Partenon é a mais perfeita obra arquitetural, pois trata-se de julgamentos correntes, que parecem óbvios ou tácitos.]

  1. Hierarquia dos objetos: prioridade criada entre os objetos artísticos.
  2. Dante Alighieri :  Autor da obra Divina Comédia, escrita no inicio do século XIV, período medieval.  Onde a Igreja Católica  exercia forte poder sobre os cristãos e propagavam a ideia do inferno, ressaltando os castigos e as tormentas realizadas no local. Alighieri, divide sua obra em três partes: Inferno, Purgatório e Paraiso. Cada pessoa habitaria um lugar especifico após a morte, o que determinaria para onde está pessoa iria, era seu modo de vida. Dante nasceu em Florença em 1265. A vida política do autor, que vivia em uma Florença que estava em conflitos de disputa de poder, entre o império e o papado, influenciou em sua obra. Assim como a perda do seu grande amor Beatriz Portinari (1290). A obra foi escrita no período de exilio do autor, em que foi proibido de retornar a Florença até sua morte, por questões partidárias (apoiava os guelfos brancos, em que respeitava o papado mas se opunha a interferência do clero na cidade).

De acordo com o R. W. B. Lewis biógrafo estadunidense de Dante, o motivo para que o poeta atribui-se a sua principal obra o título de Comédia deve-se ao [...] fato de que a obra não é uma tragédia, gênero que inicia em tranquilidade e termina em catástrofe, mas uma comédia, gênero que pode ter início da adversidade, mas terminar em felicidade. O poema em questão tem início no Inferno, mas terminar no Paraíso (LEWIS, 2002, p. 117).”

  1. Casimiro de Abreu: Poeta brasileiro, que pertence a Segunda Geração do Romantismo. Foi o autor do livro Primaveras (único livro), onde começou a escrevê-lo aos seus 16 anos, quando foi para Lisboa. Seu poema mais conhecido é Meus oitos anos.
  2. Benedito Calixto: Artista brasileiro nascido em 1843, no litoral de São Paulo. Possuía fama de historiador e usava suas pesquisas para a elaboração de suas pinturas. De família católica, o artista cresceu tendo convívio com a igreja, realizando as decorações da Semana Santa. Retratou historias dos líderes da Igreja Católica no Brasil, em especial os Jesuítas. Suas obras em sua maioria abordavam temas religiosos. Exemplo: Santa Ceia.
  3. Leonardo da Vinci: Foi um artista renascentista que usava da ciência para a produção de suas obras. A Arte para Da Vinci era a Ciência da representação da Natureza. A observação e a experimentação foram as grandes qualidades do artista em suas representações. Suas obras frequentemente apresentava o uso da razão áurea, que é a perfeita proporção e está presente no universo geral. Foi o grande artista da A Última Ceia e do Homem Vitruviano.
  4. Johann Sebastian Bach: Nasceu em 1685, na Alemanha. Foi um compositor e musico clássico de grande prestigio. Apresentava obras complexas e estruturas harmônicas, o que fez ressurgir uma sonoridade similar ao estilo Barroco. É considerado um dos maiores músicos eruditos, ao lado de Beethoven e Mozart.
  5. Partenon: Templo da deusa grega Atenas, sua construção foi supervisionada pelo arquiteto Fídias, no século V a.C.. Apresenta o uso da razão áurea, tão valorizada pelos gregos. A estrutura ainda encontra-se preservada na montanha de Acrópolis, localizada no centro de Atenas.

No segundo paragrafo, a hierarquia dos objetos artísticos nos ensina a ter mais interesse em tais obras em relação a outras. Porém, não significa que um objeto deixa de ser uma obra de arte ao ser comparada. Coli exemplifica tal argumento apresentando comparações entre artistas e obras.

  • [Isto não quer dizer que tais objetos sejam mais "arte" que outros. Certo crítico poderá afirmar que Benedito Calixto não produziu obras de arte, mas estará empregando apenas uma hipérbole. Sabemos que Calixto foi pintor, que produziu quadros e painéis, que exerceu uma atividade artística. Portanto, quando o crítico nega o caráter artístico de sua produção, está dizendo que, segundo seus critérios de julgamento, a qualidade da obra de Calixto não atinge um nível suficientemente elevado para que possa considerá-la como uma obra de arte. Mas, tomando duas obras tidas como artísticas, o crítico pode afirmar que, segundo certos critérios (que podem ser explícitos ou não), tal obra é mais bem realizada, ou mais rica, ou mais profunda que outra.]

  1. Caráter artístico: conjunto de características próprias do objeto analisado.
  2. Critérios de julgamento: requisitos a serem seguidos.

O autor mostra neste trecho o papel do crítico, onde segundo seus parâmetros a obra de arte é julgada. A opinião do critico não tira do objeto seu caráter artístico, só que segundo seus requisitos uma obra para ele pode ser artística ou não. E através destes critérios a hierarquia dos objetos pode ser estabelecida.

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