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A Nona sinfonia de Shostakovich: Uma homenagem irônica

Por:   •  11/4/2018  •  Ensaio  •  4.951 Palavras (20 Páginas)  •  150 Visualizações

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A nona sinfonia de Shostakovich: uma homenagem irônica

   Trabalho de pesquisa apresentado como requisito parcial para obtenção de aprovação na disciplina História da Música IV semestre/2016.2 da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia

Salvador, BA

2017

SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO        04

2- CONTEXTO HISTÓRICO        04

2.1- A REVOLUÇÃO RUSSA DE 1917        04

2.2- A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL E A INVASÃO DE LENINGRADO        05

2.3- O REALISMO SOCIALISTA        

3- DIMITRI SHOSTAKOVICH        10

            3.1- OS PRIMEIROS PASSOS        18

            3.2- AS PRIMEIRAS SINFONIAS        

            3.3- O ESTILO        

            3.3- ENFRENTAMENTOS E PERSEGUIÇÕES POLÍTICAS        

            3.4-  TRÉGUAS E SUCESSOS         

            3.5-  A TRILOGIA DE GUERRA         

      4- A NONA SINFONIA        19

            4.1- O MOMENTO        

            4.2- A MÚSICA        

            4.3- INFLUÊNCIAS        

            4.4- ANALISE        

            4.5- CONSEQUÊNCIAS POLÍTICAS        

      5- OUTROS FATOS IMPORTANTES        19

            5.1- A MORTE DE STALIN        

            5.2- AS ÚLTIMAS SINFONIAS E O FIM        

            5.3- O DEBATE ACERCA DE SHOSTAKOVICH        

6- CONCLUSÃO        24

REFERÊNCIAS        25

 

1- INTRODUÇÃO

2- CONTEXTO HISTÓRICO

Dmitri Shostakovich nasceu na cidade de São Petersburgo em 1906 (o nome da cidade mudou para Petrogrado em 1914, depois para Leningrado em 1924, voltando a chamar-se São Petersburgo a partir de 1991, após a destituição da antiga União Soviética). Nessa década, a rússia vivia um período fértil no campo das artes, acompanhando de perto as tendências que aconteciam na Europa, tais como as primeiras pinturas cubistas de 1908 na França e os manifestos futuristas da Itália de 1909. (BORTULUCCE, 2008)

Ele viveu seus primeiros anos de vida numa família culta, onde ingressou na música aprendendo piano com sua mãe, sendo considerado uma criança prodígio, tanto no piano como em composição onde aos nove anos criou as primeiras peças, principalmente para piano, a exemplo das peças: O soldado, “Soldat”, (1915-1917) e a trilogia Na floresta, “Gimn svobode”, (1915-1916), já tendo aos doze ou treze anos catalogadas aproximadamente trinta peças compostas, segundo relatos de sua mãe. (FAY, 2000)        

Desde criança, Shostakovich foi um compositor que sempre aliou a sua música ao momento político em que viveu. Portanto, para se entender a sua obra é muito importante compreender os fatos históricos que marcaram a Rússia durante a vida do compositor. Dentre os principais acontecimentos, ganha-se destaque: a revolução e a guerra civil russas, as duas guerras mundiais, além de todos os terrores causados pelo stalinismo, dos quais o compositor foi perseguido em diversos momentos da sua vida.

2.1 A REVOLUÇÃO RUSSA DE 1917

Apesar de não existirem comprovações de envolvimentos políticos do jovem Shostakovich e os críticos por muitas vezes exagerarem em tentar estabelecer um ativismo por parte de Dimitri, não há dúvidas de que sua família sempre esteve envolvida em eventos de política. Seu avô foi um exilado política e duas de suas tias foram casados com membros de partidos políticos de origem solicialista, uma se casou com um integrante do Partido Operário Social-Democrata Russo, que possuía duas alas, uma maioritária (Bolshinstvo) e uma minoritária (Menshinstvo) que viriam a dar lugar a dois partidos: Mencheviques e Bolcheviques, e a outra com um integrante do Partido Socialista Revolucionário, inicialmente composto por camponeses, mas depois da Revolução de Fevereiro ganhou muitos adeptos de outros setores da sociedade. Além disso, os pais de Shostakovich recebiam frequentemente em sua casa convidados de diversas ideologias políticas, religiosas, entre outras, apesar de não se envolverem em extremismos políticos. Mas sem dúvida nenhuma, eram simpatizantes do movimento de revolução russa. (FAY, 2000)

Afinal, o momento era conturbado no mundo, que vivia a primeira guerra mundial e na Rússia que passava por um momento de atraso econômico e desigualdade social. Lenin desde o início da guerra, já via esse momento como uma ótima oportunidade para fazer a revolução contra o czarismo, sistema absolutista que ainda prevalecia na Rússia. Mas apesar da insatisfação generalizada, os insucessos na guerra e as demoras nas reformas, os revolucionários ainda estavam muito divididos nos primeiros anos de guerra em diferentes setores da sociedade, sendo operários, camponeses e burgueses, tornando difícil uma organização para uma revolta. (FERRO, 2011)

Mesmo assim, a revolta aconteceu em dois momentos distintos, a primeira em fevereiro (março pelo calendário atual), que derrubou a autocracia do Czar Nicolau II, estabelecendo uma república provisória de cunho liberal e a segunda em outubro (novembro no calendário ocidental) deste mesmo ano pelo antigo calendário Juliano adotado até então na Rússia.

Em 1917, quando Dmitri tinha onze anos, nas grandes cidades, os preços dos produtos agrícolas e industriais subiram para quatro a cinco vezes os preços praticados em 1914. Os salários não acompanhavam esse crescimento e as greves foram se instaurando na Rússia, chegando a atingir ainda em 1916 números acima um milhão de pessoas. O sistema econômico estava profundamente emperrado, com longas filas para consumo, greves em todas as partes, produção e distribuição emperrada. Tais fatores eram aliados à falta de habilidade do Tzar com a administração pública, facilitando o surgimento e organização de profissionais e instituições independentes como o comitê da “Cruz Vermelha” que pouco a pouco assumia a administração sanitária do país e várias associações de médicos, industriais, estatísticos, dentre outras. O governo reagiu inicialmente mandando prender os chefes dos movimentos operários. Mas o exército também já estava totalmente insatisfeito com o governo, responsabilizando-o por todo o fracasso e mortalidade que a guerra havia provocado. A guerra havia se prolongado mais do que o previsto e a Rússia não estava preparada para isso. Esse sentimento contaminava inclusive a guarda nacional. (FERRO, 2011)

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