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Homenagem Ao Malandro

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Por:   •  3/9/2014  •  442 Palavras (2 Páginas)  •  359 Visualizações

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Homenagem ao malandro

Primeira parte:

Eu fui fazer um samba em homenagem á nata da malandragem,

Que conheço de outros carnavais

Eu fui à Lapa e perdi a viagem,

Que aquela tal malandragem não existe mais.

Nesta primeira parte da música fica evidente uma alusão do autor aos “malandros a moda antiga”, provavelmente velhos amigos e conhecidos. O malandro citado nesse trecho remete aos homens boêmios e mulherengos, frequentadores assíduos do bairro da Lapa no Rio De Janeiro, este bairro ficara conhecido no século XX exatamente pelo fluxo de “malandros”, homens mulherengos, cachaceiros e que cometiam alguns trambiques e que se reuniam na Lapa para se encontrar, muitas vezes em volta de uma roda de samba.

Curiosamente ao término da primeira parte o autor constata que a tal malandragem, a que muito se parecia com o, “jeitinho brasileiro”, havia sumido do morro, das rodas de samba. A malandragem teria acabado? Ele mesmo nos concede a resposta na segunda parte da música.

Segunda parte:

Agora já não é normal,

o que dá de malandro regular profissional,

malandro com o aparato de malandro oficial,

Malandro candidato a malandro federal,

malandro com retrato na coluna social;

malandro com contrato, com gravata e capital,

que nunca se dá mal.

Á partir de agora Chico Buarque observa uma mudança muito grande no conceito de malandragem e também nas esferas da sociedade aonde ele é encontrado, o autor ainda brinca dizendo que o traje dele também mudou “(...) malandro com contrato, com gravata (...)”.

Observa-se que ao longo do tempo furtivamente o malandro foi se transformando, foi sendo moldado pela sociedade e por mais contraditório que pareça o malandro atual perdeu a inocência.

As pessoas com a intenção de evoluir, possuir, usam de tudo pra tal, e muitas vezes passam umas por cima das outras, perdem o senso da lealdade ou respeito, corrupção, violência, desrespeito, intolerância. Todas essas palavras definem a face do malandro atual.

Onde tudo isso fica óbvio, é na política área muito explorada por Chico para demonstrar o nível da malandragem atual. (...) “malandro candidato a malandro federal” (...).

As consequências desses atos, principalmente se estiverem na política, atingem muita gente, inocentes que acabam sendo meros produtos na mão de poderosos, usados para sustentar esse ciclo que parece infindável.

Então o malandro é um vilão? Ainda música Chico ratifica (...) “Mas o malandro para valer, não espalha, aposentou a navalha, tem mulher e filho e tralha e tal” (...).

Ele deixa bem claro que a verdadeira malandragem, que esta enraizada com a cultura brasileira não faz mal, é apenas o modo que esse povo guerreiro e sofrido encontrou de carregar os fardos pesados que carrega na vida, por isso o verdadeiro malandro, o malandro inocente, é tão inofensivo como qualquer um de nós.

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