A emergência do Barroco
Por: Flávia Donatiello • 12/3/2018 • Trabalho acadêmico • 1.152 Palavras (5 Páginas) • 249 Visualizações
A emergência do Barroco: Furor e Realismo
ARGAN, Giulio Carlo. Imagem e persuasão: ensaios sobre o barroco. São Paulo. Companhia das Letras, 2004.
LONGHI, Roberto. Caravaggio. São Paulo, Cosac Naify, 2012.
- Richard Serra, Sequence;
- Richard Serra, Double Torqued Ellipse;
- Francesco Borromini, Escada do Palazzo Barberini, 1625;
- Gian Lorenzo Bernini, Baldaquino da Basílica de São Pedro, 1624;
Barroco retoma características que já estavam presentes nas catedrais góticas (muito mais obscurantista) de forma muito mais iluminada e ligada a aparência, indo contrário a ideia de simplicidade, essência e racionalidade que o Renascimento buscava (A exemplo: Giorgio Martini, Santa Maria dele Grazie al Calcinaio, 1485).
- Gian Lorenzo Bernini, Praça de São Pedro, Vaticano, 1656;
Fenômenos de ilusionismo criados pela teatralização do espaço. Busca pelo movimento.
- Gian Lorenzo Bernini, O Rapto de Proserpina, 1621;
Paixão de Cristo: Relacionado a dimensão patológica (ideia de Pathos), do sofrimento carnal, do dilaceramento. O barroco incide diretamente nessa questão, com um registro dramático em relação a fé.
- Gian Lorenzo Bernini, O êxtase de Santa Tereza, 1652;
- Michelangelo, Davi, 1501;
As obras de Michelangelo oscilam entre o “super acabado” e o “não acabado”. “A escultura é tão perfeita que, de certa maneira, foi insuflada de vida. ” → Mesmo um bloco de mármore pode ganhar vida, mas somente um grande gênio é capaz de desaprisioná-lo.
Michelangelo foi relacionado a ideia de gênio, definida pelos Românticos.
Defende a ideia que a escultura é uma arte de subtração e nunca de adição.
- Michelangelo, Escravos, 1515;
Inacreditável que tenham sido feitas pelo mesmo artista. Davi é uma elaboração perfeita do clássico grego, já os escravos é uma obra totalmente “moderna”. Não se sabe se a escultura foi o não dada por terminada, já que Michelangelo defendia a ideia de que existem obras que não devem ser terminadas, sendo a dimensão estruturante da escultura o seu inacabamento, eliminando a ilusão de que uma obra acaba.
- Michelangelo, Pietá, 1498;
Não naturalismo do ponto de vista da idade de Maria (aparenta ter a idade de quando teve Cristo). Retomada do tempo como se fosse uma possível antevisão da morte.
O Michelangelo não é um artista Barroco, mas tem, em alguns momentos, prenúncios do Barroco. Maria tem feição serena e calma, absolutamente não barroca, um ser totalmente de acordo consigo mesmo. Estruturação em pirâmide que leva a uma composição renascentista. Em contrapartida, o corpo de Cristo parece uma forma líquida, derretendo no colo de Maria, desfalecido completamente, uma sensibilidade barroca.
O barroco tenta ativar o espaço circundante através dela, enquanto que o renascimento tende a ser estático.
- El Greco, Laocoonte, 1610;
- Ottavio Leoni, Retrato de Caravaggio, 1621;
CARAVAGGIO
Caravaggio é visto como um personagem irritadíssimo, sombrio e perturbado. Frequentador de tabernas e jogos de azar. Chegou a assassinar uma pessoa durante uma briga e fugiu durante muito tempo esperando uma redenção papal. É preso na Espanha e morre como indigente.
- Michelangelo Caravaggio, Pequeno Baco Doente, 1593;
- Michelangelo Caravaggio, Cesto de frutas, 1598;
Caravaggio se declarava um realista e buscava na pintura a vida cotidiana. Se contrasta, muito fortemente, como toda nobreza dos temas da pintura (nobres, cenas bíblicas e ação) ao dar espaço para a natureza morta. Ideia de se referir ao mundo que acontece silenciosamente a despeito do homem, com dinâmica própria (desgaste, envelhecimento que não é glorificada) e bastante distante dos temas religiosos.
- Michelangelo Caravaggio, Menino mordido por um lagarto, 1596;
Limite da androgenia: Sexos não definidos. Muitas vezes se parecem.
- Michelangelo Caravaggio, Baco, 1596;
Demora para que ele tenha grande encomendas (realizadas pela Igreja). Primeira obra é para a Igreja São Luís dos Franceses, em Roma.
- Michelangelo Caravaggio, Os Trapaceiros, 1598;
- Michelangelo Caravaggio, Conversão de São Paulo, 1600;
As telas maiores e mais escuras são as realizadas sob encomenda da Igreja. Caravaggio não era um pintor Cristão, cometendo alguns erros que foram mal avaliados. Exemplo: Pintura de São Mateus tentando escrever como se fosse um analfabeto, mas que, na verdade, era um sujeito plenamente intimo da questão da escrita.
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