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A obra de arte como um produto a ser vendido

Por:   •  16/4/2021  •  Ensaio  •  1.109 Palavras (5 Páginas)  •  156 Visualizações

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A obra de arte como um produto a ser vendido

Palavras-chave: arte; reprodução em massa; comunicação; produto.

O presente trabalho emprega o texto “A obra de arte na era de sua

reprodutibilidade técnica” de Walter Benjamin, juntamente com as ideias de

Adorno e Horkheimer sobre Indústria Cultural. Também conta com o auxílio do

documentário “Saída pela loja de presentes” por Banksy, utilizados para

desenvolver um sucinto e teórico ensaio que expõe pontos de vista

relacionados às ideias de Benjamin sobre a aura da obra de arte, bem como

faz uma abordagem sobre a reprodutibilidade técnica e a arte como um

produto.

1. Introdução

“Estudar e pesquisar as transformações da sociedade moderna a partir dos meios de

comunicação de massa se constitui em fator essencial para diversos campos e/ou ciências.”

(SILVA DA COSTA e col. 2003, p.3) A base desse pensamento se fundamenta na ideia da

modernidade e sua constante evolução e mudança, levando a pensar que seu estudo será algo

recorrente com o passar dos anos, visto que a sociedade age como um único ser, que tem

suas partes e depende delas para sua funcionalidade e crescimento. Exatamente como

acontece na pesquisa dos meios de comunicação, onde a cada dia surge algo novo.

Com base nessas mudanças, a indústria cultural, utilizando meios como o cinema, rádio e

televisão, busca criar padrões e a arte acaba perdendo seu fator de originalidade, as obras

acabam se tornando produtos em um mercado de massas, o que só foi possível com a

reprodutibilidade técnica e a publicidade.

Diante disso, apresenta-se uma ínfima exposição de pontos de vista, relacionando os textos

que serviram de base com uma comparação com atuais questões que tanto circulam pelas

mídias e meios sociais.

2. A reprodutibilidade técnica de Benjamin

A ideia de se reproduzir uma obra está na nossa sociedade há muito tempo. Algo que

inicialmente era reproduzido de forma manual e em pequenas quantidades, acabou sofrendo

uma grande mudança com a industrialização. Isso só aconteceu por conta dos avanços

tecnológicos. Com a litografia surgindo no século XIX, tornou-se possível a reprodução de

peças gráficas, permitindo assim que novas técnicas fossem adicionadas aos veículos de

comunicação em massa, como por exemplo, o jornal ilustrado.

As técnicas de reprodução continuaram a avançar, trazendo novas possibilidades e

consequentemente, chegando ao campo das artes. Walter Benjamin, filósofo frankfurtiano, em

seu trabalho “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica”, traz uma abordagem

sobre as mudanças ocorridas na arte causadas pela sua reprodução.

“Em sua essência, a obra de arte sempre foi reprodutível. O que os homens faziam, sempre

podia ser imitado por outros homens.” (BENJAMIN, 1987, p.166) Mas com a reprodução em

larga escala, as obras de arte passaram a perder sua existência única, que Benjamin definiu

como a “aura”. Sendo essa algo intrínseco à obra original, que está ligado à sua história, seu

contexto e sua tradição. Essa unicidade da obra de arte faz com que ela possua um valor de

culto maior, assim, a partir do momento que uma obra passa a ser reproduzida em larga

escala, esse valor de culto é perdido e a obra passa agora a possuir um valor exposição, que

está diretamente ligado ao fato da obra alcançar um número maior de pessoas.

Porém, por volta da segunda metade do século XIX, nasce a Indústria Cultural. A

indústria passa a fazer uso dos elementos culturais, para assim gerar mercadorias que possam

ser vendidas, consequentemente gerando lucro no processo, trazendo assim a ideia da

massificação cultural.

3. O papel da publicidade no valor das obras

“A cultura na visão de Adorno é uma mercadoria paradoxal. Ela está tão completamente

submetida à lei de troca que não é mais trocada. Ela se confunde tão cegamente com o uso

que não se pode mais usá-la.” (SILVA DA COSTA e col. 2003, p.3) A publicidade passa a

possuir um papel importante nesse processo, o público em determinado momento vai acabar

perdendo o interesse na mesma peça e o lucro passa a ser ameaçado. Ela agora tem que

formular meios de criar uma necessidade, que só aquele produto possa vir a satisfazer.

Surgindo uma publicidade criativa, que passa a dar um significado às peças que estão sendo

produzidas.

E com todas essas mudanças as obras vão perdendo seu valor como arte e passam a possuir

um valor como produto e o valor agregado a esse produto, pode alcançar patamares mais

elevados, atraindo o interesse do mercado

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