ARTE CONTEMPORÂNEA
Por: SCATTER • 10/10/2015 • Pesquisas Acadêmicas • 1.351 Palavras (6 Páginas) • 184 Visualizações
ARTE CONTEMPORÂNEA
O SURGIMENTO DA POP ART
INTRODUÇÃO
A arte contemporânea é uma forma de manifestação cultural surgida na segunda metade do século XX, após a Segunda Guerra Mundial, prolongando-se até aos dias de hoje. Caracteriza-se pela sobreposição aos costumes e a necessidade da produção em massa. Essa forma de arte tem como principal característica incorporar questionamentos bem diferentes das rupturas propostas pela Arte Moderna e as Vanguardas Modernistas do início do século.
Este período se consolidou nos anos 60, com a chegada da Era Espacial e a previsão de viagens tripuladas à Lua, influenciando o design de carros e objetos, que passaram a apresentar características futuristas e aerodinâmicas, com forte recorrência ao brilho do vinil. A arte contemporânea surgiu em cena no exato momento em que as mais importantes mudanças na sociedade e na nossa relação de tempo e espaço passaram a transformar, globalmente, os seres humanos.
Sua principal característica é a liberdade de atuação do artista, que não tem mais compromissos institucionais que o limitem, portanto pode exercer seu trabalho sem a preocupação com o teor religioso ou político. Predominando o questionamento do artista sobre si mesmo e o mundo que o cerca, este período traz consigo novos hábitos, diferentes concepções, a industrialização em massa, exercendo profunda influência na pintura, nos movimentos literários, na moda, no cinema e nas demais vertentes artísticas.
Entre os movimentos mais celebrados estão a Videoarte, a Happening, a Fluxus, o Expressionismo Abstrato, a Body Art, entre outros, mas definitivamente o movimento mais expressivo desse período foi a chamada Pop Art, cujo maior expoente foi o artista Andy Warhol. Seu trabalho, baseado nos ícones da época e no mundo festivo dos anos 70, fazendo uso da geometria e das cores fortes, consolidando-se como arte comercial e, mais tarde, erudita.
O SURGIMENTO DA POP ART
A Pop Art (ou Arte Pop) é um movimento artístico nascido no final da década de 1950 na Inglaterra e nos Estados Unidos. O nome dessa escola foi dado pelo crítico britânico Lawrence Alloway(1926-1990). A Pop Art pretendia demonstrar com suas obras a massificação da cultura popular capitalista. Procurava a “estética das massas”, tentando achar a definição do que seria a cultura pop, por isso é considerada como sendo a fase de transição da modernidade para a pós-modernidade na cultura ocidental.
Dentro desse contexto surge o termo Indústria Cultural. O conceito analisa a produção e a função da cultura no capitalismo e relaciona cultura como mercadoria para satisfazer a utilidade do público. Com o objetivo de criticar o bombardeamento da sociedade capitalista pelos objetos de consumo da época, ela operava com símbolos estéticos de cores inusitadas, massificados pela publicidade e pelo consumo, usando como materiais principais: gesso, tinta acrílica, poliéster, látex, produtos com cores intensas, fluorescentes, brilhantes e vibrantes, reproduzindo objetos do cotidiano em tamanho consideravelmente grande.
O Independent Group, fundado em Londres em 1952, é reconhecido como o precursor do movimento Pop Art. O grupo formado, entre outros, pelos artistas Laurence Alloway, Alison e Peter Smithson, Richard Hamilton, Eduardo Paolozzi e Reyner Banham utilizava os novos meios de produção gráfica que culminavam durante as décadas de 50 e 60, com o objetivo de produzir arte para atingir as grandes massas. Eles se separaram em 1956, logo após organizarem a mostra "This Is Tomorrow"(Isto é Amanhã) em Londres, na galeria de arte Whitechapel Gallery. Nesta exibição, o artista inglês Richard Hamilton(1922-2011) apresentou a colagem chamada "Just What Is It That Makes Today's Homes So Different, So Appealing?"(O Que Exatamente Torna os Lares de Hoje Tão Diferentes, Tão Atraentes?) considerada por críticos e historiadores uma das primeiras obras de Pop Art.
É possível observar nas obras Pop britânicas um certa admiração pelo chamado “american way of life”, o modo de vida americano, através da mitificação de sua cultura. Nessa fase o Reino Unido passava por um período pós-guerra, se reerguendo e vislumbrando a tão divulgada prosperidade econômica norte-americana. Desta forma, todas as obras dos artistas pop britânicos aceitaram a indústria cultural e assimilaram aspectos dela em sua arte de forma eclética e universal.
Ao contrário do que aconteceu no Reino Unido, nos Estados Unidos os artistas trabalharam isoladamente até o ano de 1963, quando duas exposições reuniram obras que se beneficiaram do material publicitário e da mídia. É nesse momento que os nomes de Roy Lichtenstein, Claes Oldenburg, James Rosenquist e Tom Wesselmann surgem como os principais representantes da Pop Art em solo norte-americano. Sem estilo comum, programas ou manifestos, os trabalhos desses artistas se afinam pelas temáticas abordadas, pelo desenho simplificado e pelas cores saturadas. Há toda uma nova atenção dada aos objetos do dia-a-dia do cidadão comum. Os artistas norte-americanos tomam como referência uma certa tradição figurativa local: as colagens tridimensionais de Robert Rauschenberg e as imagens planas e emblemáticas de Jasper Johns, que abrem a arte para a utilização de imagens e objetos inscritos no cotidiano. No interior do grupo norte-americano, o nome de Tom Wesselmann liga-se às naturezas-mortas compostas com produtos comerciais, o de Lichtenstein aos quadrinhos(Whaam!,1963) e o de Claes Oldenburg, mais diretamente às esculturas(Duplo Hambúrguer, 1962).
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