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Por:   •  12/3/2015  •  766 Palavras (4 Páginas)  •  247 Visualizações

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PEREIRA, Katia Helena. Como usar artes visuais na sala de aula, 2ª edição, Contexto, 2009.

O interesse pelo passado como forma de melhor compreender o presente e

talvez até prever o futuro, fez parte do imaginário humano desde o

surgimento dos primeiros estudos históricos sobre a Antiguidade. De forma

acadêmica ou não, a busca pelos registros de civilizações ancestrais sempre

seduziu grande parte dos interessados em entender, estudar e explorar de

diversas formas possíveis, dentro da legalidade ou ilegalidade, os registros

deixados por aqueles que nos antecederam na ocupação espacial do

planeta.

Já no séc. XVI registramos um interesse popular pela pintura rupestre em

visitas turísticas realizadas a gruta de Niaux no Sudoeste da França.

Inicialmente esses registros foram objeto de curiosidade e contemplação,

sem a preocupação de uma abordagem científica e creditando essas

manifestações aos pastores incultos que habitavam a região. Nesse período,

a ausência de historiadores interessados nos estudos da pré-história

contribuiu certamente para a formulação de tal autoria e a popularização

dessa idéia.

É possível que a influência das concepções católicas, ainda presentes como

resquícios medievais, também tenham contribuído de forma significativa, para

o engessamento de pesquisas consistentes que buscassem o entendimento

da origem do homem através de seus primeiros registros de forma separada

dos dogmas cristãos.

Paralelamente a esse processo, com o surgimento das instituições

museológicas, foi desencadeada uma temporada de “caça aos acervos pré-

históricos”. O museu do Louvre, na França e o Museu Britânico na Grã-

Bretanha apresentam-se como precursores de tais atividades, motivados pelo

culto ao exotismo e pelo fascínio que esse exercia junto a um mercado

consumidor emergente. As concepções hegemônicas desenvolvidas com o

fim das estruturas políticas medievais e transfiguradas nas idéias iluministas,

atribuem então ao Estado, o papel de pesquisar a história de seu povo.

Nesse momento, as políticas públicas de pesquisa desenvolvidas por esses

centros hegemônicos extrapolam as explorações locais e iniciam o

financiamento e a estruturação de uma rede de conhecimento capaz de 1457

demonstrar o entendimento de uma realidade histórica global como

demonstração de poder e onipotência.

Durante todo o séc. XIX esse exotismo ainda ofuscado pelas explicações

cristãs sobre a origem da humanidade, ganhou espaço inicialmente

abordando a produção artística da antiguidade clássica. A dimensão mística

presente na cultura do Oriente atrai o interesse e a atenção da comunidade

científica, limitando as pesquisas focadas na gênese da pintura à antiguidade

clássica, descartando a produção visual pré-histórica e abrindo uma lacuna

na sistematização dos processos artísticos desenvolvidos ao longo da

evolução humana.

Para compreendermos como se estrutura e se desenvolve a pesquisa da

pintura rupestre precisamos entender a formulação dos estudos e métodos

acadêmicos focados no legado artístico da antiguidade clássica e que foram

aplicados posteriormente como primeiros referenciais teóricos e

metodológicos das primeiras pesquisas acadêmicas interessadas pelas

produções visuais rupestres.

Fase científica ou acadêmica

A Academia nesse momento, apesar de possuir um corpo técnico capaz de

estruturar uma equipe de cientistas (mesmo que pertencentes a diversas

áreas do conhecimento) aptos para estudarem as manifestações artísticas

dos primeiros momentos do desenvolvimento civilizatório, ainda não assumirá

esse fardo. Dentro das estruturas políticas mundiais presentes no Séc. XIX, a

inserção de pesquisadores

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