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Arte Moderna

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Por:   •  2/12/2014  •  Seminário  •  883 Palavras (4 Páginas)  •  235 Visualizações

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Definição

Há controvérsias sobre os limites temporais do moderno e alguns de seus traços distintivos: como separar clássico/moderno, moderno/contemporâneo, moderno/pós-moderno. Divergências à parte, observa-se uma tendência em localizar na França do século XIX o início da arte moderna. A experiência urbana - ligada à multidão, ao anonimato, ao contingente e ao transitório - é enfatizada pelo poeta e crítico francês Charles Baudelaire (1821 - 1867) como o núcleo da vida e da arte modernas. O moderno não se define pelo tempo presente - nem toda a arte do período moderno é moderna -, mas por uma nova atitude e consciência da modernidade, declara Baudelaire, em 1863, ao comentar a pintura de Constantin Guys (1802 - 1892). A modernização de Paris - traduzida nas reformas urbanas implementadas por Haussmann, entre 1853 e 1870 - relaciona-se diretamente à sociedade burguesa que se define ao longo das revoluções de 1830 e 1848. A ascensão da burguesia traz consigo a indústria moderna, o mercado mundial e o livre comércio, impulsionados pela Revolução Industrial. A industrialização em curso e as novas tecnologias colocam em crise o artesanato, fazendo do artista um intelectual apartado da produção. "Com a industrialização, esse sistema entra em crise", afirma o historiador italiano Giulio Carlo Argan, "e a arte moderna é a própria história dessa crise."

O trajeto da arte moderna no século XIX acompanha a curva definida pelo romantismo, realismo e impressionismo. Os românticos assumem uma atitude crítica em relação às convenções artísticas e aos temas oficiais impostos pelas academias de arte, produzindo pinturas históricas sobre temas da vida moderna. A Liberdade Guiando o Povo (1831), de Eugène Delacroix (1798 - 1863), trata da história contemporânea em termos modernos. O tom realista é obtido pela caracterização individualizada das figuras do povo. O emprego livre de cores vivas, as pinceladas expressivas e o novo emprego da luz, por sua vez, recusam as normas da arte acadêmica. O realismo de Gustave Courbet (1819 - 1877) exemplifica, um pouco mais tarde, outra direção tomada pela representação do povo e do cotidiano. As três telas do pintor expostas no Salão de 1850, Enterro em Ornans, Os Camponeses em Flagey e Os Quebradores de Pedras, marcam o compromisso de Courbet com o programa realista, pensado como forma de superação das tradições clássica e romântica, assim como dos temas históricos, mitológicos e religiosos. O rompimento com os temas clássicos vem acompanhado na arte moderna pela superação das tentativas de representar ilusionisticamente um espaço tridimensional sobre um suporte plano. A consciência da tela plana, de seus limites e rendimentos inaugura o espaço moderno na pintura, verificado inicialmente com a obra de Éduard Manet (1832 - 1883). Segundo o crítico norte-americano Clement Greenberg, "as telas de Manet tornaram-se as primeiras pinturas modernistas em virtude da franqueza com a qual elas declaravam as superfícies planas sob as quais eram pintadas". As pinturas de Manet, na década de 1860, lidam com vários temas relacionados à visão baudelairiana de modernidade e aos tipos da Paris moderna: boêmios, ciganos, burgueses empobrecidos etc. Além disso, obras como Dejeuner sur L´Herbe [Piquenique sobre a relva] (1863) desconcertam não apenas pelo tema (uma mulher nua, num bosque,

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