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Arte e História: As duas faces da moeda, na análise do quadro Guernica

Por:   •  19/6/2018  •  Artigo  •  5.051 Palavras (21 Páginas)  •  325 Visualizações

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UNIVERSIDADE CIDADE DE FRANCA-SP

POLO PASSOS- MG

Leticia Brasil Rodrigues

Arte e História: As duas faces da moeda, na análise do quadro “Guernica”, de Pablo Picasso

Passos -MG

2018

LETICIA BRASIL RODRIGUES

Arte e História: As duas faces da moeda, na análise do quadro “Guernica”, de Pablo Picasso

Trabalho apresentado junto

ao  Curso de Artes Visuais,

da  Universidade da cidade

de Franca-SP- Polo Passos

MG como exigência parcial

Da     disciplina       Projeto

                                                              Experimental I.

PASSOS

2018

Arte e História: As duas faces da moeda, na análise do quadro “Guernica”, de Pablo Picasso

[pic 1]

Leticia Brasil Rodrigues

Resumo:        O presente trabalho tem por objetivo fazer uma análise crítica do quadro "Guernica", do célebre pintor espanhol Pablo Picasso. Não se pretende aqui entender a obra de arte apenas do ponto de vista do Cubismo, corrente artística no qual "Guernica" se insere, como apreendê-la também do ponto de vista histórico e ideológico. Em outras palavras, demonstrar que uma obra de arte não independe do contexto em que foi criada e que estudá-la e/ou analisá-la nos dará informações, indiscutivelmente valiosas, seja no âmbito das Artes, da História e/ ou de outras ciências.

 Palavras-chave: Guernica, Picasso, Cubismo, Arte, História 

  1. Introdução

“A arte é, em primeiro lugar, uma contribuição para o alargamento da consciência e para a modificação do homem e da sociedade.”  (H. J. Koellreutter)

        

        A Arte, enquanto um produto cultural, não é destituída de intenções, símbolos ou significados. Ela dialoga com o contexto em que foi produzida e apreendê-la, na ampla acepção da palavra, depende de um conhecimento que vai além das simples emoções despertadas ao admirar-se um quadro ou ouvir-se uma música.

        Entenda-se, nesse sentido, que a Arte pode ser interpretada como “um meio de comunicação, um veículo para a transmissão de ideias e pensamentos, daquilo que foi pesquisado, descoberto ou inventado (Koellreutter, 1999)”. A Arte, aqui adquire uma conotação informativa e formativa, na medida, em que conhecê-la ultrapassa o senso comum de uma arte puramente estética. Em outras palavras, as obras de arte só podem ser devidamente compreendidas, a partir do conhecimento acerca do contexto histórico e ideológico em que foram produzidas. E não como simples objetos de uma apreciação superficial por seus valores estéticos e/ ou decorativos.

        A Arte, tem um viés interdisciplinar, podendo ser apropriada por outras áreas de conhecimento como a História. Do ponto de vista do historiador, a Arte pode ser uma fonte inesgotável de conhecimentos acerca do passado. As especificidades e/ ou intencionalidades de uma obra de arte são reveladoras- verdadeiros “retratos” ou representações imprescindíveis da época em que foram produzidas.

        No caso específico da Arte iconográfica, na qual se inserem as imagens- pinturas, fotografias, gravuras etc.- , o historiador Peter Burke defende “ a necessidade de se entender a significação da imagem, buscando saber para quem foi feita, ou seja, a necessidade de se estudar também o grupo em que foi produzida, e para que propósitos a mesma foi destinada” (Pontes, 2005 apud Burke). Além, do que:

        (….) torna-se evidente que o estudo da imagem está suscetível a uma forte influência subjetiva da figura do pesquisador e de sua vivência, principalmente no momento em que o mesmo descreverá os elementos presentes em cada pintura, já que precisará conhecê-los para saber o que são (…). Por isso, vale frisar que o estudo de paisagens é um trabalho árduo e meticuloso. Mas que apenas desta maneira, assim como em qualquer outro estudo historiográfico, consegue uma maior aproximação com o objeto de estudo. Até porque, como dito, a pintura é bem mais do que aquilo que ela aparenta ser.” (Pontes, 2005, p. 2)

                 As obras de arte, ditas iconográficas, podem ser entendidas, nessa perspectiva, como um registro e/ou uma fonte para a pesquisa historiográfica. Importante destacar que, as imagens, independentemente do contexto em que foram produzidas, são encaradas pelo historiador como uma representação e não um retrato fiel da realidade.

        Consideradas essas questões, evidencia-se a importância da análise de uma obra de arte da magnitude de “Guernica”, do célebre pintor espanhol Pablo Picasso. Trata-se de uma das pinturas mais famosas do artista e, por assim dizer, a mais carregada de símbolos e significados.

        A obra, em si, é muito mais conhecida do que o episódio histórico em que foi inspirada. É inclusive, considerada uma importante obra antibelicista ou em defesa da paz. Daí, podemos depreender a necessidade e mesmo a relevância de se estudá-la e/ou analisá-la para uma compreensão mais abrangente da intrínseca importância da Arte em nossas vidas.

  1. Pablo Picasso, um artista versátil

        Fotografia 1-Pablo Picasso

[pic 2]

        Fonte:https://www.biography.com/people/pablo-picasso-9440021

        Pablo Picasso (1881-1973), mais conhecido por sua obra “Guernica”, foi um renomado pintor, escultor e desenhista espanhol, considerado um dos precursores do Cubismo e um dos expoentes da arte do século XX. Natural de Málaga, na região da Andaluzia, Espanha, cresceu num ambiente propício para o desenvolvimento de sua arte: seu pai também era pintor e desenhista e teria lhe ensinado os rudimentos de seu ofício.

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