Boulevard Of Broken Dreams
Por: Pamela Dourado • 16/4/2016 • Abstract • 1.879 Palavras (8 Páginas) • 308 Visualizações
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Personagens:
Atriz –
Pintor –
Bailarina –
Poeta –
Mágico –
Cantora –
Narrador –
Dançarinas –
INTRODUÇÃO
(A introdução é a primeira fala do narrador)
“Há um lugar perdido, entre ruas tão iguais,
Os sonhos que o encontram de lá não voltam jamais
São estrelas cadentes que repousam por lá
Umas perderam o brilho, outras não chegaram a brilhar
Não importa o principio, ali é somente o fim
Conheça as historias da Boulevard Of Broken Dreams”
(começa música de abertura)
NARRADOR:
Bravo! Bravo!
A secura por trás dessas almas
Nem mesmo se pode notar!
Quem diria que em tão jeitosos corpos e belas vozes
Existem passados sem nenhuma sorte
Se de fato no cabaré as mascaras se pode tirar
Chego a duvidar
E até mesmo seu largo riso e extremo vicio
Apenas se misturam
Entre as tristezas e amarguras
De um mundo belo e glamuroso
Servindo de moldura para a triste pintura
De um passado pavoroso!
(As luzes focam a atriz já no centro do palco)
A ATRIZ
“Diamonds are the girls best friends...”
Garçom traga minha bebida, martini, vinho ou um uísque outra vez...
Pensando melhor, traga-me algo mais forte, um veneno talvez?!
Não, não dessa vez!
Sejam bem vindos ao meu amado Império,
De meus atos não vou fazer mistério.
Já sabem meu nome? Ou preciso novamente lembrar?
Ele é qualquer um, mas só escolhe quem pode pagar!
Eu gosto de jóias, principalmente rubis, mas por diamantes eu faço até bis.
Mas não pensem vocês que só me importa o dinheiro
E que minha face é feliz assim o tempo inteiro.
Não, não... De fato devo confessar,
Eu como toda garota já tive sonhos, já tive um lar
De meus pais fui uma pequena princesa chamada Marie
Mas fugi da Itália pra viver em Paris
Achei que aqui finalmente iria realizar
Meu ousado sonho de atuar.
Terra prometida, sem preconceitos
Onde ser atriz não tinha defeitos
Mas o mundo é cruel com todos os ingênuos
E aos poucos nos mata de tanto veneno
Com frio, sozinha, abandonada e com medo
Atirei-me nos braços do que me apareceu primeiro
Precisava de ajuda e estava disposta a arriscar
Casei-me com um velho, que prometeu me ajudar
E no entanto de atriz virei meretriz
Moeda de troca de um burguês infeliz
E a mais dura verdade finalmente descobri
Não existe diferença aqui ou ali
Um estupro e um programa, ambos abusam de você.
Abusam de sua incapacidade de se defender
Ou de sua necessidade de sobreviver
E embora tendo passado dias, meses e anos
O que tramei foi deveras insano
Porém fui perfeita ao executar meu plano
Colocando fim aos dias do velho tirano
Mas silêncio! Isso é um segredo!
Quem diria que as pessoas morrem com arsênico...
Para todos os efeitos, sou mulher e não penso direito
Em um mundo de homens isso não é nenhum defeito!
Melhor ser silenciosa, modesta e calma
Homens não gostam de ouvir suas falhas...
Mas voltando a minha historia
Este lugar é onde ela termina
O palácio de onde agora me faço rainha
Dona da verdade, dona da minha vida, dona dos meus rubis
Porém não dona do meu destino infeliz
Ao menos nas noites de perdição eu enceno
E de caco em caco meu sonho vou refazendo
Atuando sorrisos, sensações e desejos
Atuando o contentamento com o cenário vejo
Às vezes penso eu que poderia ser diferente
Por que não são os sonhos que desistem de nós, nós é que desistimos deles.
(A luz vai diminuindo enquanto a música vai aumentando gradativamente – 30 segundos de música de época)
NARRADOR:
O meu olhar é desatento
Quase que sem querer me perco completamente
Vou por ai, junto ao vento
Me perdendo em meio a tanta gente
E pensamentos aleatórios me seguem
Às vezes meus, às vezes teus
Sempre uma nova fonte de atração aos meus ouvidos
Músicas belas e tristes que suas lagrimas compõem até dormindo
Mas agora neste momento
Pelo pouco que pude perceber
Aqui dentre vós um certo alguém tem algo a dizer
Palavras belas, que por dentro gritam
Vamos ouvir o nosso lúgubre desconhecido
O POETA
Eu sou a carta, a prosa, o autor.
Alguns nascem músicos, outros pintores, e eu nasci escritor.
Nasci pra gritar ao mundo o que me grita por dentro
Sem necessitar de alarde, apenas escrevendo.
Palavras belas, palavras rimadas, simples palavras
Criando historia, compondo poemas, fazendo cartas
E como todo autor precisa de inspiração, eu tive mais do que isso
Eu tive na vida, uma razão.
Ela e simplesmente ela, minha amada.
Quem deu a minha historia, o ar dos contos de fada
E feliz vivi, cheguei a crer no final feliz
Aquele onde tudo é para sempre e só se sabe sorrir.
Tolo prepotente, apaixonado iludido
A vida sempre nos da presentes, embora também nos tire
E numa primavera que pulou o verão e foi direto ao outono
Nossos sonhos ficaram para trás no abandono
Nossos risos de dispersaram ao vento
E desde então tem sido um longo inverno
Onde o sorriso mais amável e o perfume mais doce
...