DE UMA CURIOSIDADE CIENTÍFICA À SÉTIMA ARTE
Por: Anne Fabriele • 11/11/2018 • Resenha • 701 Palavras (3 Páginas) • 156 Visualizações
DE UMA CURIOSIDADE CIENTÍFICA À SÉTIMA ARTE
É um fato que o surgimento do Cinema está intimamente ligado à invenção do cinematógrafo e das tecnologias capazes de reproduzir imagens em movimento, mas o que o levou a ser considerado uma arte?
Nesse sentido, podemos perguntar: Quando nasceu a arte da Pintura? Quando foi criada a arte da Fotografia? Foi no momento em que se criaram as tintas e os pincéis ou, no caso da Fotografia, quando foi inventado o primeiro aparelho capaz de reproduzir uma imagem no papel? Ou teria sido quando o primeiro pintor ou o primeiro fotógrafo produziram imagens capazes de elevar ou provocar nossos sentidos, fazendo-nos sair momentaneamente da realidade? O mesmo ocorre com o Cinema: as ferramentas e técnicas vieram antes de ele nascer como forma de arte.
Assim, poucos anos depois da invenção dos Lumière ou de Edison, já em 1912, a partir de trabalhos como o de Méliès, o Cinema passou a ser visto como a sétima arte. Ao seu lado, estavam as seis primeiras, que o filósofo Hegel considerou como fundamentais: as três artes do espaço, que eram a Arquitetura, a Pintura e a Escultura, e as três artes do tempo, ou seja, a Música, a Dança e a Poesia.
COMO ERAM OS PRIMEIROS FILMES?
Os primeiros filmes eram extremamente curtos, de apenas alguns segundos ou minutos, e em preto e branco. Alguns eram rodados com cerca de 16 quadros por segundo, por isso os movimentos tinham uma ligeira quebra entre si e certa angulosidade, o que não permitia ao observador ver o filme fluir de forma homogênea.
Outros eram rodados rápido demais, com os movimentos acelerados dos atores. O padrão cinematográfico permaneceu 16 a 20 quadros por segundo até 1929, quando foi adotado o modelo de 24 quadros por segundo, que conferia mais realismo às cenas. Atualmente, estão sendo experimentados 48 quadros por segundo.
Desde os primórdios do Cinema, houve a intenção de inserir o som para acompanhar as imagens, mas as tecnologias então existentes não possibilitavam incorporar o som à película, pois isso exigia que este fosse fisicamente registrado no filme em que estavam gravadas as imagens. Outra possibilidade era tocar simultaneamente um disco com os sons gravados (música, narração, etc.), com o auxílio de um fonógrafo (aparelho que reproduzia discos) durante a exibição da película, mas era extremamente difícil sincronizar o início do filme com a reprodução do disco. Esse período ficou conhecido como “era do cinema mudo”.
Logo, músicos passaram a atuar presencialmente no decorrer dos filmes, pois poderiam adequar sua música às cenas com maior flexibilidade do que uma gravação. Por isso geralmente havia um pianista durante as sessões de cinema, ou até mesmo um grupo de músicos ou uma orquestra. Com o passar dos anos, as projeções foram enriquecidas com ruídos e comentários.
Como no Teatro, os ruídos eram criados na hora da projeção das imagens, com objetos simples do dia a dia: cascas de coco imitavam os cascos dos cavalos, uma chapa metálica era usada para imitar o som dos trovões, batia-se em uma tábua para imitar tiros, etc. Podia haver, ainda, um apresentador que comentava ao vivo o que ocorria ou imitava as diferentes vozes nos vários diálogos e até mesmo textos
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