Determinando a estética

Estética é uma palavra que está muito presente em nosso cotidiano, mas que normalmente assume um sentido completamente equivocado. Estética, que vem do grego aisthésis era um termo utilizado pelos antigos gregos para descrever a capacidade de compreender o mundo a partir dos sentidos.

E então o que seriam os sentidos?

Os sentidos, aqueles cinco sentidos que estudamos na escola: visão, olfato, tato, paladar e audição. É através de nossa percepção sensorial, destes cinco sentidos que percebemos o mundo a nossa volta. E nossa capacidade de perceber o mundo é completamente física.

Uma curiosidade final: você imagina o motivo pelo qual empregamos a palavra estética com outros sentidos em nossa vida cotidiana?

Para nos afastar de seu significado real. A palavra estética passou a ser empregada como sinônimo de beleza no séc. XIX, com o objetivo de defender os interesses políticos de uma classe em ascensão, a burguesia. E como a arte sempre teve uma função política (ainda que essa não seja e nem deva ser a sua única função) esta nova classe que estava no processo de se tornar a classe dominante precisava de uma arte que a representasse. E esta era a arte do belo. A arte que presava pelas obras primas, pelo rigor científico e acadêmico e que deixava de lado uma compreensão sensível da realidade. Principalmente, uma arte que tinha que ser para poucos. Para poucos verem, para poucos terem e para pouquíssimos fazerem.

E o séc. XIX passou, mas esta visão de mundo ainda é preponderante. E só podemos quebrar este paradigma compreendendo o que é a estética em primeiro lugar, para passar a compreender o mundo da forma com que ele deve ser compreendido, a partir de seus sentidos. Assim, como todos tem a capacidade de usar os seus sentidos todos podem sentir a arte e assim se apropriar deste universo e fazer parte do mundo da arte.

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