ESCÂDALO DA CONTABILIDADE DA TOSHIBA: COMO A GOVERNANÇA CORPORATIVA
Por: milly luise • 9/12/2019 • Artigo • 1.025 Palavras (5 Páginas) • 373 Visualizações
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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM DESIGN DIGITAL
Resenha Crítica de Caso
EMILLY LUISE BRITO DE SOUZA
Trabalho da disciplina de Governança corporativa e excelência
Tutor: Prof. RICARDO BARBOSA DA SILVEIRA
Goiânia-GO
2019
ESCÂDALO DA CONTABILIDADE DA TOSHIBA: COMO A GOVERNANÇA CORPORATIVA FALOU
Referências: Misawa, Mitsuru. Escândalo da contabilidade da Toshiba: como a governança corporativa falou. The Asia Case Research Center, Universidade de Hong Kong. Hong Kong: 2016
Em 2015, a Companhia Toshiba surgiu nos noticiários com um escandâlo de lucros inflacionados. Fato descoberto através de uma auditoria interna da empresa e que levou à demissão do executivo-chefe e presidente, Hisao Tanaka e o vice-presidente Norio Sasaki. Após o ocorrido o novo presidente, Masashi Muromachi deu início a uma nova auditoria detalhada dos últimos sete anos, que resultou na descoberta de uma perda de mais de US $2,14 bilhões.
Uma das principais ações que ocasionaram na perda exorbitante, deve-se a ação estratégica da Toshiba, a qual quis investir em bens duráveis para o próprio grupo, um consumo de US $1,81 bilhão. Além da forte concorrência no mercado de computadores japonês que contribuía na perda de US $0,87 bilhão, juntamente com a desvalorização do iene.
Outra questão que contribuiu para o desastre foi o incidente de Fukushima de 2011, em que a empresa foi gravemente atingida, fazendo com que os executivos fossem submetidos a grandes pressões e acabaram por decidir inflarem quantias para dar impressão de alcance dos objetivos propostos.
O Japão possui um Código de Governança Corporativa, que consta a necessidade de ter ao menos dois diretores em seus conselhos. A Toshiba seguia esta regra, além de abrir espaço para que pessoas externas pudessem ocupar lugares em seu conselho.
O presidente da Toshiba, fez uma declaração afirmando que haveria uma reorganização da reforma da cultura corporativa da empresa após o escândalo ocorrido, em que consistia em estabelecer um Comitê de Revitalização de Gestão, tendo como avaliadores especialistas e diretores externos.
Situações de extrema pressão fizeram com que os funcionários chegassem a situação de ter de demonstrar “fidelidade cega” aos superiores. Os administradores alegaram rapidamente não ter vínculos com o escândalo e ainda afirmaram que os gerentes instruíram seus subordinados a contribuírem com o evento com intuito de chegarem em seus objetivos.
Os investidores tinham confiança nos dados fornecidos pela Toshiba e acreditaram que seus números eram verdadeiros. Com a investigação, foram encontradas provas dos métodos não adequados em diversas divisões de negócios da empresa, já não se tratava apenas da divisão de infraestrutura interna.
Por conta da forte cultura estabelecida na Toshiba, não houveram questionamentos por parte dos funcionários em momento algum, o que facilitou mascarar dados exorbitantes. Tal manifestação encontrava-se em estágio avançado de forma que qualquer tentativa de revogação por parte do empregado seria impossível.
Nos anos 90, a Toshiba foi considerada pioneira na implementação da governança corporativa. Criou um sistema de funcionário corporativo, tinha semelhança com governança de comitê, que possibilitou o aumento de poder nas mãos dos membros externos à empresa. Eles eram responsáveis pela nomeação dos membros e supervisão da administração. Esse sistema seria um bom exemplo, porém em 2008, os executivos tentaram alcançar metas de lucro intangíveis. Tal ato não foi impedido pelo controle de governança corporativa, deixando assim um lucro fantasma de 150 bilhões de ienes.
Em 2006, a Toshiba já sendo uma grande empresa de energia nuclear, comprou a Westighouse Electric Co. uma outra empresa deste ramo. Fato que deu vastas perspectivas de crescimento, uma vez que a ideia de que a energia nuclear à época era bem vista na sociedade, por teoricamente ser menos agressiva ao meio ambiente quando comparada a outras formas de aquisição de energia existentes.
A fusão das duas empresas foi muito aguardada, ainda mais com a previsão de aumento significativo de vendas de 700 bilhões de ienes até 2015 e 900 bilhões de ienes até 2020. Porém as expectativas não duraram muito, pois em 2011 houve o incidente em Fukushima, o que ocasionou em queda no mercado de usina nuclear e Westinghouse registou perdas.
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