Fundamentos da Sociedade da Informação
Por: Fellype .s.a • 16/3/2017 • Resenha • 675 Palavras (3 Páginas) • 362 Visualizações
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Fundamentos da Sociedade da Informação
Rafahel Nobrega – 15/0145918
“Identidade cultural na pós-modernidade”
Stuart McPhail Hall foi um sociólogo e teórico/fundador da escola de pensamento Estudos Culturais. Jamaicano, nascido em 1932, foi para o Reino Unido na década de 50, onde fez sua carreira ascender ainda mais. Trabalhou em grandes universidades, como Birmingham e Oxford, até que veio a falecer, em 2014, em Londres. Em seus trabalhos, conceitua cultura e trata de hegemonia cultural, feminismo, racismo e criminologia; além de discutir os estudos culturais e a importância da linguagem neles.
“Identidade Cultural na pós-modernidade” analisa o conceito de identidade no período pós-moderno, abordando desde a crise de identidade do sujeito, a descentralização do sujeito e as identidades nacionais; até a influência da globalização e o fundamentalismo religioso. A obra, dividida em seis capítulos, tem por objetivo demonstrar o aspecto da identidade cultural atualmente, que se encontra multifacetado e volátil devido à inserção dos indivíduos em diversos contextos culturais.
No primeiro capítulo, “A identidade em questão”, é dito que uma mudança estrutural está transformando as sociedades modernas e modificando as paisagens culturais. Tal mudança faz com que os indivíduos se sintam divididos entre velhos e novos padrões. Hall discute a existência de três tipos de sujeito cultural: o Iluminista, que acredita no eu interior, acredita mais em si próprio que nos outros, mas sem chegar a ser individualista; o sociológico, que diferente do sujeito do iluminismo, necessita de outros indivíduos e outras culturas para evoluir; e o pós-moderno, que internaliza diversas culturas formando uma identidade multifacetada, diferente em diferentes momentos.
O segundo capítulo “Nascimento e morte do sujeito moderno”, o autor trata a crise de identidade no mundo pós-moderno e o processo de modificação do sujeito, que era centrado e se tornou descentrado ao assumir mais de uma identidade. Esse processo de descentramento está ligado à globalização. No terceiro capítulo “As culturas nacionais como comunidades imaginadas”, o autor se preocupa em questionar as mudanças conceptuais em relação a identidade cultural na sociedade em que vivemos, de modo que os sujeitos estão desfragmentados e tornando a identidade da cultura nacional também desfragmentada.
Em “Globalização”, o quarto capítulo, Hall diz que a globalização é um processo que atravessa fronteiras e conecta comunidades. Depois, ele questiona sobre o que está deslocando as identidades culturais nacionais e apresenta a resposta: a globalização.
No quinto capítulo, “O global, o local e o retorno da etnia”, é discutida a questão da homogeneização da cultura, que faz a cultura ocidental ser dominante nas redes globais. O sexto e último capítulo, “Fundamentalismo, diáspora e hibridismo”, é analisado o descentramento no ocidente e as identidades que têm sido modificadas por uma cultura religiosa, fazendo o indivíduo não ter sua própria identidade. No final do capítulo, Hall comenta sobre ressurgimento da etnia como identidade cultural.
A relação da obra com a sociedade da informação é clara. O intercâmbio cultural e informacional, na globalização, está intimamente ligado à ideia de identidade. A hegemonia cultural ocidental é fruto da sociedade da informação, que domina as redes globais com seus padrões. O fato é que a sociedade da informação está alterando a identidade cultural dos indivíduos e das sociedades e causando crises de identidades nacionais. A linguagem é um ponto estrutural para o entendimento da cultura, de modo que a está profundamente associada à construção de identidade cultural de um povo. Como dito por Hall na página 40, falar uma língua não é apenas expressar-se, mas também utilizar os significados embutidos na língua e no sistema cultural. Vê-se, então, a íntima relação do multilinguismo com a questão.
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