TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

História Da Arte

Exames: História Da Arte. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  5/12/2013  •  798 Palavras (4 Páginas)  •  232 Visualizações

Página 1 de 4

A PINTURA AMERICANA DO PRÉ-GUERRA

Sempre houve artistas americanos interessantes. Nas décadas de 1920 e 1930, Edward Hopper e Georgina O’Keeffe surgiram como os novos e inspiradores representantes das tradições especificamente americanas. A obra de Hopper era vigorosamente realista, e suas imagens precisas e silenciosas de desolação e isolamento individual ecoam o clima social da época. Hopper pintava paisagens rurais e urbanas com uma veracidade perturbadora, interpretando o mundo ao seu redor como um lugar frio, alienante e, muitas vezes, vão. Em seus quadros, todo mundo parece terrivelmente só. O pintor logo ganhou fama como artista que dava forma visual à solidão e tédio da vida nas grandes cidades. Era algo novo na arte, talvez uma manifestação do senso de desesperança que caracterizou a Grande Depressão.

As obras de Hopper (1882-1967) tem um pouco da solitária gravidade que caracterizava Thomas Eakins, uma corajosa fidedignidade à vida tal como o artista a via. Também compartilha o poder de trazer à memória a sensação proporcionada pelas coisas. Para Hopper, tal sensação é discreta e contemplativa. Ele mostra de forma estóica o mundo moderno; até mesmo as alegrias desse mundo são suavemente melancólicas, refletindo o desencanto que tomara conta dos Estados Unidos desde 1929.

Em Entardecer em Cape Cod (1939) o clima deveria ser idílico e, de certa maneira, é. Em frente ao lar, o casal desfruta o sol do fim de tarde. No entanto, só legalmente os dois são um casal, e o prazer é todo passivo, pois ambos estão isolados e introspectivos em seus devaneios. O lar está vedado à intimidade, com a porta fechada e as janelas cobertas. O cão é a única criatura vivaz, e até ele evita a casa. Uma das árvores frondosas e sinistras bate ao vidro da janela, mas não haverá resposta.

O EXPRESSIONISMO ABSTRATO

Por mais calamitosa que fosse a II Guerra Mundial, ela possibilitou que pintores como Piet Mondrian, ao deixarem a Europa para buscar refúgio nos EUA, aumentassem em muito a influência que já exerciam. Fica impossível estimar quanto eles afetaram a arte norte americana, mas o fato é que, nos anos 40 e 50, os pintores americanos ganharam pela primeira vez relevância internacional, com uma nova visão e um novo vocabulário artístico: o expressionismo abstrato.

As primeiras exposições públicas de obras de artistas que ficariam conhecidos como “expressionistas abstratos” ocorreram em meados da década de 1940. Assim como muitos outros movimentos modernos, o expressionismo abstrato refere-se a uma atitude geral, e não a um estilo específico; nem todas as suas obras eram abstratas. O que esses artistas tinham em comum eram temas de teor moral, muitas vezes pesados e trágicos, com escala grandiosa. Em contraste com o realismo social e o regionalismo que caracterizavam a pintura americana das décadas precedentes, os expressionistas abstratos valorizavam, sobretudo, a individualidade e a improvisação espontânea. Não ficavam a vontade com temas e estilos convencionais, incapazes de comunicar a contento essa nova visão.

A ACTION PAINTING (ao lado, Blues Poles, 1952)

Jackson Pollock (1912-1956) foi o primeiro pintor a abandonar toda e qualquer convenção temática central e a derramar tinta em vez de usas pincel e paleta. Em semi-êxtase, dançava sobre telas estendidas no chão; absorto em suas configurações, tinha absoluto controle sobre as cores que deixava pingar sobre a obra. Ele disse: “A pintura tem vida própria, e procuro deixar que essa vida se imponha”. Não pintava imagens, apenas “ação”, embora “pintura em ação”, a action painting, pareça um termo impróprio para o resultado desse processo criativo. Lavender mist (Number1, 1950) tem três metros de comprimento por mais de dois de altura – uma vasta extensão e uma escala heróica. A tela ganha vida por meio de rabiscos coloridos, linhas borrifadas que se movem para lá e para cá, espessando-se, ou, então, diminuindo até virarem finas meadas. O olhar mantém-se sempre ansioso, sem que possa deter-se em alguma área específica. Pollock molhou as mãos na tinta e colocou sobre o canto superior direito, um gesto instintivo que, de maneira estranha e inquietante, lembra aqueles pintores pré-históricos que faziam a mesma coisa. O tom geral é um lavanda claro, que se torna etéreo e ativo. À época, Pollock foi aclamado como o maior pintor americano.

Pollock fora cativado pelo surrealismo, mas descartou gradualmente as imagens fantásticas que tinham obcecado suas telas, optando pelos exercícios de arte abstrata. Impacientando-se com os métodos convencionais, colocou suas telas no chão e pingou, derramou ou arremessou suas tintas, acabando por obter configurações surpreendentes. O emaranhado resultante de linhas satisfaz dois padrões opostos da arte do século XX: o anseio de simplicidade e de espontaneidade pueril, que suscita a lembrança de rabiscos infantis numa época da vida anterior àquela em as crianças começam a formar imagens. Nem todos os seus seguidores usaram os métodos extremos de Pollock, mas todos acreditavam na necessidade de ceder a impulsos espontâneos.

...

Baixar como  txt (5.1 Kb)  
Continuar por mais 3 páginas »